| Olá leitores!
Como estão? Espero que todos bem. Esse domingo foi o Natal do fã de esporte a motor, o dia em que ficamos quase presos ao sofá assistindo as diversas categorias que se desenrolam durante as horas do dia. Vamos começar com o DTM, que foi para sua segunda rodada dupla da temporada em Lausitzring, e no sábado quem mandou na pista foi Lucas Auer (Mercedes), que fez a pole e venceu a corrida, disputada sob a agradável temperatura de 13ºC. Ele largou bem, conseguiu fazer a primeira curva na frente e abrir uma vantagem confortável. Acabou perdendo momentaneamente a liderança após a segunda rodada de troca de pneus, mas recuperou logo em seguida e cruzou a bandeirada com pouco mais de 1 segundo de vantagem para Maro Engel, também de Mercedes. O degrau mais baixo do pódio foi ocupado por Rene Rast (BMW), mais de 3 segundos atrás do Engel. No domingo a corrida foi mais emocionante, com a dupla Rast e Aitken (Ferrari) disputando acirradamente a liderança, e Aitken correu de uma maneira muito inteligente: ficou “cozinhando o galo” até a penúltima volta, forçando Rast a desgastar seus pneus, e então ele passou o Mercedes e abriu pouco mais de 1 segundo e meio até a bandeirada. Sofrendo com os pneus desgastados, Rast quase perdeu a 2ª posição para Jules Gounon, com o belo Mercedes com pintura dos Filtros Mann, cruzando a bandeirada com um bico de M4 de vantagem. Definitivamente a prova do domingo foi bem mais interessante que a do sábado... O Mundial de Motovelocidade foi até Silverstone para mais uma rodada, e para não coincidir o horário da MotoGP com a corrida de Mônaco a primeira corrida do dia foi da Moto2. E que corrida. Melhor, merece em caixa alta: E QUE CORRIDA... pessoal extremamente animado desde o começo da corrida, e essa empolgação toda claro que levou a diversos tombos, e as emoções continuaram até atingirem o ápice na última volta, quando a briga pela vitória estava entre 5 pilotos em um grupo compacto, trocando ultrapassagens entre si, formado por Canet, Guevara, Alonso, Agius e Diogo Moreira. Na última chicane, chegaram Canet e Alonso disputando a freada com pneus desgastados como se fossem novos. A disputa entre eles deixou aberta a porta para Senna Agius passar e assumir a liderança, mas o duelo continuou. Eis que chega Diogo, encontrando um corredor aberto do lado de dentro da curva, mergulha ali, ele e Alonso se tocam, e o brasileiro leva a melhor e concretiza a ultrapassagem quase em cima da linha, conquistando a 2ª posição e deixando Alonso com o degrau mais baixo do pódio como prêmio de consolação. Canet, líder no começo da última volta, teve de se contentar com a 4ª posição, permitindo pela primeira vez na história um pódio completamente não europeu (um australiano em 1º, brasileiro em 2º e um colombiano em 3º). Problema de australiano no pódio é o shoey, mas enfim... Senna Agius fez por merecer, assim como o arrojo de Diogo Moreira na última curva foi de encher os olhos. Logo em seguida veio a corrida da MotoGP, e... um banho de água gelada. Corrida foi ruim? Não, longe disso. Porém... uma mudança recente no regulamento fez com que o ridículo aparecesse. Vamos lá: logo na primeira curva Alex Márquez foi ao chão, com o travamento do freio dianteiro. Terminando a primeira volta, Morbidelli e o convidado Aleix Espargaró bateram e a pista ficou com óleo, provocando uma bandeira vermelha já com a segunda volta em andamento. Nesse meio tempo, em outro ponto da pista, Marc Márquez também foi ao chão quando estava na liderança. O que seria a lógica? Quem se acidentou, não volta... pois é. Mas invocaram um obscuro parágrafo do regulamento que preconiza que; em a interrupção ocorrendo até a terceira volta, todo mundo pode retornar com a moto reserva... e eu e vocês achando bizarra aquela regra que permite mexer no carro durante a bandeira vermelha na Fórmula Um... pois é. Eis que os irmãos Márquez ganharam uma segunda chance. Alex acabou aproveitando a chance para, na segunda metade da corrida, ir ao chão novamente, porém o Marc utilizou essa nova chance para chegar ao pódio, na 3ª posição – até porquê a moto reserva não estava rendendo como a principal. Após a relargada, parecia que Fabio Quartararo seria o artífice do tão esperado retorno da Yamaha ao rol de equipes vencedoras, mas... na 12ª volta o mecanismo que abaixa a moto para a largada teve uma pane, e a traseira da moto abaixou completamente, impedindo o francês de continuar, isso quando já tinha uma confortável vantagem para os adversários. Quem agradeceu enormemente foi Marco Bezzecchi, que aproveitou para conseguir uma muito comemorada vitória para a Aprilia, acompanhado no 2º lugar do vencedor da etapa anterior, Johan Zarco. Em seguida tivemos a corrida da Moto3, onde Jose Rueda deu um show, largando na última posição e vencendo sua 3ª corrida em sequência com um espetáculo nas últimas voltas, superando o estreante Maximo Quiles por míseros 46 milésimos de segundo. Foi o primeiro pódio de Quiles, e pelo jeito muitos mais virão. No degrau mais baixo do pódio, Luca Lunetta, mesmo após cumprir a punição de volta longa por conta do enrosco com Muñoz. Se bem que, em Silverstone, a localização da referida área de punição representa um tempo perdido relativamente pequeno... enfim, em tese alguém da FIM deve ter pensado no assunto, acredito eu. Vamos ver agora em Aragão se novas surpresas de regulamento nos aguardam... A Fórmula Um foi até Mônaco para mais uma etapa, e a Dona FIA achou que a receita pra impedir uma corrida como a de 2024 (em que todos os pilotos que pontuaram terminaram na mesma posição em que largaram) era a obrigatoriedade de 2 paradas para trocas de pneus. Se não valeu para o pódio, ao menos propiciou uma corrida mais movimentada dali para trás. O pódio foi Lando Norris em 1º, Leclerc em 2º e Piastri em 3º, conforme mencionado, as mesmas posições em que largaram. Entretanto, devo destacar a corrida de Bortoleto, que ultrapassou Antonelli logo na primeira volta, foi atingido e acertou a proteção do muro quando o italiano tentou devolver duas curvas depois, quebrando o bico do carro e tendo de antecipar sua primeira parada, voltou em último com uma estratégia altamente questionável e ainda assim terminou à frente do seu companheiro de equipe. E as 500 Milhas de Indianapolis, apesar de um certo receio logo no começo, provocado por uma garoa que deixou os espectadores com medo de interrupção ou mesmo adiamento da corrida pra segunda, acabou entregando o que prometia. Uma corrida que teve bastidores muito agitados (como puderam ler na coluna extra do Samuel Briggs, a equipe do dono da categoria foi pega com carros adulterados em uma peça que é padrão para todos os carros e que, se não oferece ganho aerodinâmico em circuitos mistos e de rua, pode oferecer uma pequena ajuda em superspeedways, por se situar na área final do carro após o assoalho, no caminho do ar que passa por baixo do carro) e que foi um grande jogo de xadrez a mais de 300 km/h. Pessoalmente, acredito que o correto teria sido a desclassificação dos carros da Penske, MAS como o dono da equipe é o dono da categoria, ele demitiu os responsáveis pelos carros e “se deu” uma multa de 100 mil dólares (dinheiro de aguardente para ele, mas enfim...), então os carros estavam na pista. O karma, felizmente, se encarregou do resto: o carro que não perdeu posições de largada, o de McLaughlin, rodou sozinho no fim da reta de largada, ainda nas volta de aquecimento, em uma versão piorada do incidente do Roberto Guerrero (este rodou e bateu lá na reta oposta, sem arquibancada em frente... nesse caso foi bem em frente à arquibancada, pra todo mundo ver ali, in loco, o erro de pilotagem), depois o carro de Newgarden (um dos dois que largou na última fila) apresentou problema mecânico e abandonou, e o carro de Will Power não encontrou um ritmo razoável durante a prova e teve uma participação para lá de discreta. A lamentar o fato de Hélio Castroneves, em busca de sua 5ª vitória na prova, não ter encontrado uma estratégia de combustível correta na segunda metade da prova e ter sido obrigado a um splash and go na última volta, não teve condições reais de brigar pela vitória mas merecia uma posição melhor que o 13º em que terminou. Quem colocou seu rosto no Troféu Borg Warner foi Alex Palou. Nunca tinha vencido uma corrida em oval, e estreou suas vitórias nesse tipo de pista justamente na mais importante corrida da temporada. Pode-se argumentar que “está chato esse domínio todo de um piloto”, mas... é a equipe mais bem estruturada da atualidade, e não existe atualmente um piloto com a capacidade de pilotagem e a visão de corrida do Alex Palou. É o resultado do melhor piloto com o melhor carro. Ele protagonizou uma bela disputa com Marcus Ericsson, piloto que cresce muito na pista de Indianapolis e buscava sua segunda vitória, mas teve de se contentar com a 2ª posição, e com David Malukas, que andou muito, muito bem com o carro de A. J. Foyt e fez por merecer a 3ª posição na bandeirada. Expectativas foram criadas a respeito do israelense Robert Shwartzmann, afinal sua pole position foi impressionante, mas a corrida dele terminou na volta 87, quando se acidentou na parada para reabastecimento e troca de pneus, travando os pneus na hora de parar, atropelando seus próprios mecânicos e batendo na mureta, danificando a suspensão. Agora é ver como serão os desdobramentos do caso Penske (eu aposto numa grande pizza de pepperoni com abacaxi, bem ao mau gosto dos ianques) e torcer por uma boa rodada dupla em Detroit na semana que vem. Na NASCAR, finalizando a noite com a corrida que é difícil de se ver aqui no Brasil, a Charlotte 600 Teve a vitória de Ross Chastain com seu carro reserva. O piloto se tornou o primeiro piloto desde Richard Petty, em 1971, em Richmond, a vencer uma corrida da Cup Series após largar em último lugar. Bobby Allison também conquistou uma vitória largando do final do grid em Richmond em 1969, e Dick Rathmann venceu uma das três corridas da NASCAR realizadas na pista de terra de meia milha do Estádio Oakland em 1954. Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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