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Overdose de velocidade com F1, F-E, F.Indy, TCR, Superbike NASCAR e os absurdos da VICAR em Interlagos PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 05 May 2025 07:49

Olá leitores!

 

Como estão? Espero que todos bem. Um dos finais de semana mais movimentados que me lembro... muitas categorias, no geral oferecendo bons espetáculos, e propiciando bons momentos para nós, fãs do esporte a motor. A nota triste do final de semana foi o passamento de Jochen Mass, que pode não ter alcançado grande destaque na Fórmula Um mas foi um dos grandes nomes do Endurance, tendo inclusive vencido as 24 Horas de Le Mans. Tinha 78 anos, e vinha lidando com as consequências de um AVC que sofreu em fevereiro. Requiescant in pace.

 

Vamos começar com o TCR World Tour, que foi até o México fazer suas 3 primeiras corridas da temporada 2025 no Hermanos Rodriguez. Como de costume, um grande show do início ao fim. A primeira corrida foi um show da Cyan Racing, que colocou seus Lynk&Co nas 3 primeiras posições. Na pista o vencedor foi Yann Ehrlacher, porém na disputa pela liderança com Santiago Urrutia ele acabou efetuando a ultrapassagem que o colocou na liderança saindo dos limites da pista. Ganhou com isso uma punição de 10 segundos, que o deslocou para o 3º lugar (sim, a vantagem dos carros da Cyan foi nesse naipe), com o já mencionado Urrutia em 2º e a vitória ficou com Thed Björk. Ainda no sábado foi disputada a 2ª corrida, com o grid de largada formado pela posição de chegada da primeira corrida, tendo os 10 primeiros suas posições invertidas. Grande felicidade para o argentino Esteban Guerrieri, que largou em 7º e foi batalhando posições com seu Honda até alcançar a liderança... liderança que foi alcançada e logo ameaçada. Venceu? Venceu, mas com apenas 13 centésimos de segundo de vantagem para Ehrlacher, que pressionou bem no final. O degrau mais baixo do pódio ficou com Aurélien Comte e seu Cupra. Já nesse domingo, tivemos a 3ª corrida no México, e dessa vez a vida de Guerrieri foi mais tranquila. Largou na frente, se livrou de Björk, e conseguiu abrir uma vantagem que, se não foi grande (2 segundos), permitiu pilotar com uma certa tranquilidade. Foi acompanhado no pódio por Björk em 2º e por Urrutia em 3º. Próxima etapa do World Tour será em Valência, em junho.

 

A Fórmula E foi até as ruas de Mônaco e mostrou que o problema da chatice das corridas da F-1 não é da pista, mas dos carros, que estão com tamanho semelhante a um Chevrolet Suburban... assim fica difícil ultrapassar mesmo. Com carros de tamanho mais adequado, a categoria dos elétricos conseguiu propiciar belas disputas para o público. Seja na corrida disputada no seco (sábado), seja na corrida disputada com piso molhado (domingo), belas disputas fizeram o público até relevar o barulho de engrenagens de transmissão que é a marca da categoria, por falta de barulho de motor. No sábado, a Nissan fez um gerenciamento de energia muito bom (tem como o pessoal de Maranello contratar esse estrategista, por favor?) e Oliver Rowland conseguiu uma bela vitória, com mais de 2 segundos de vantagem para o 2º colocado Nyck de Vries (Mahindra), que por sua vez enfiou mais de 5 segundos para o 3º colocado Jake Dennis. O coach Lucas di Grassi se classificou mal, mas conseguiu ganhar algumas posições, terminando numa posição que para ele pode ser meio incômoda, a 13ª. Não bastasse não conseguir pontuar, ainda foi com um número pelo qual ele demonstra grande apreço... o domingo amanheceu chuvoso em Mônaco, e isso fez toda a diferença no gerenciamento da corrida. Quem se deu bem foi o experiente Sébastien Buemi, que utilizou uma estratégia de acionamento do modo ataque diferente dos outros pilotos e assim conseguiu sua primeira vitória desde 2019 saindo da 8ª posição. Quem não atingiu as expectativas dos seus seguidores foi di Grassi, que se classificou melhor que na véspera, largando em 11º, mas aparentemente não trabalhou enquanto os outros dormiam e foi o primeiro a abandonar, ficando com a 22ª posição. Buemi foi acompanhado no pódio pelo pole position Oliver Rowland (2º colocado) e por Nick Cassidy, que fez uma excelente corrida partindo da 14ª posição e terminando em 3º.

 

O Mundial de Superbike foi até Cremona para mais uma rodada dupla, e a travada pista italiana viu um show de Nicolò Bulega e sua Ducati. Não deu chance para ninguém: venceu a corrida do sábado, venceu a corrida curta da Superpole do domingo, e venceu a corrida principal do domingo. No sábado, Toprak largou bem e antes de terminar a primeira volta já tinha conseguido a liderança... só que o piloto da Ducati #11 não deu moleza, e na 6ª volta reassumiu a liderança. Toprak tentou pegar novamente a posição, mas conforme as voltas passavam e os pneus desgastavam Bulega abria vantagem. Dentro dessas condições, o 2º lugar foi um excelente negócio para o atual campeão. Completando o pódio chegou Alvaro Bautista, mais de 10 segundos atrás de Bulega.  No domingo, a corrida foi quase um replay da prova de sábado: Toprak largou bem, depois de 4 voltas perdeu a liderança, tentou recuperar a posição mas ao final Bulega abriu quase 2 segundos de vantagem. Novamente tivemos Toprak em 2º e Bautista em 3º. Curiosamente, esses também são os 3 primeiros colocados na tabela de pontuação. Próxima prova em Most, República Checa.

 

E a Indycar se deslocou até a bela pista de Barber para mais uma etapa, com resultado previsível. Pela 3ª vez em 4 corridas, Alex Palou não deu chance para os adversários e ficou com a vitória. A prova não foi das mais emocionantes, na verdade. Ao mesmo tempo que temos alguns pilotos tecnicamente muito bons, temos uma série de coadjuvantes que nem aceleram para disputar lá na frente nem dão algum tipo de emoção com disputas encarniçadas como Paul Tracy e Grosjean costumavam fazer. Palou foi dominante a ponto de colocar 16 segundos sobre o segundo colocado, Christian Lundgaard, e 23 sobre o 3º, Scott McLaughlin. Próximo sábado teremos a etapa no circuito misto de Indianapolis, esperemos que seja melhor.

 

A Fórmula Um foi até Miami para a etapa mais cafona da temporada, com direito a marina fake na parte interna da pista. A equipe McLaren sobrou na pista: 1º e 2º lugares na corrida Sprint no sábado, 1º e 2º lugares na corrida do domingo. Piastri conseguiu sua 3ª vitória seguida neste ano, e já tem 16 pontos de vantagem sobre o 2º colocado na pontuação, seu companheiro Lando Norris, que mais uma vez levou o troféu de 2º colocado pra casa. O 3º lugar do pódio ficou com George Russell, mesmo não se sentindo muito a vontade com o carro nesse final de semana, mas foi o suficiente para mais uma boa posição de chegada. Seu companheiro, Antonelli, dessa vez ficou um pouco mais longe, terminando em 6º. O papai fresco Verstappen (sua filha nasceu na 5ª feira e ele chegou mais tarde que os outros pilotos em Miami) teve de se contentar com a 4ª posição, em mais um final de semana no qual ele teve que utilizar todo o seu talento para arrancar do carro da Red Bull um desempenho que ele, definitivamente, não tem. Tanto que seu companheiro Tsunoda, ainda que melhor que os outros que por lá passaram recentemente, não conseguiu nada melhor que o 10º lugar, ainda salvando um solitário ponto. A Williams está mostrando que se tornou a 4ª força do campeonato, com o competente Alex Albon terminando em um ótimo 5º lugar e o piloto que trouxe patrocínio, Sainz Jr., em 9º. O Exército Brancaleone, com uma tenebrosa pintura especial para a etapa que parecia aquelas borrachas bicolores que usávamos nos anos 80 e manchavam o papel quando íamos apagar com a parte macia e rasgavam o mesmo com a parte mais firme, teve um final de semana à altura do design: 7º e 8º para Leclerc e Hamilton. O momento pastelão ficou no sábado, quando algum intelectual do automobilismo achou que seria uma grande ideia mandar o Leclerc para a pista encharcada com os pneus intermediários. Claro que na reta o carro aquaplanou e bateu no muro, tirando o monegasco da corrida sprint antes mesmo dela começar. Apesar de não ter terminado a corrida, não posso deixar de louvar o trabalho de Gabriel Bortoleto. Ele conseguiu levar aquele carro horrível até o Q2, o que definitivamente é uma proeza. Infelizmente o que mais se lê nas redes sociais são tapuias pouco afeitos à utilização do cérebro criticando o desempenho do estreante sem levar em consideração que ele tem o pior carro do grid. Enfim, não me surpreende, de onde menos se espera é que não sai nada mesmo. Vamos aguardar o que o GP da Emilia Romagna nos propiciará...

 

E a NASCAR foi até o Texas para mais uma “etapa padrão” (oval de uma milha e meia de extensão, com curvas de boa inclinação), e a vitória ficou com Joey Logano, que largou muitíssimo bem na prorrogação e terminou 3 décimos à frente de Ross Chastain, que também largou como um foguete, mas não teve tempo de encostar decisivamente após a relargada. O 3º lugar ficou com Ryan Blaney, a 4ª posição com Kyle Larson (o piloto que mais voltas liderou, 90) e o Top-5 se encerrou com o promissor Erik Jones. Ao menos tivemos um Big One no começo do 3º segmento para animar as coisas. Em 11 de maio mais um oval de 1,5 milha, dessa vez no Kansas. Carry on, my wayward son...

 

Sei que vocês terão uma cobertura completa da estreia do novo carro da Stock Car na coluna do Shrek, mas não posso deixar de comentar algumas coisas que realmente me chamaram a atenção... começando por uma asa traseira quebrada, coisa que ainda bem que na República Sebastianista da Banânia circuitos de alta velocidade são uma raridade. Já pensaram uma corrida em Monza, em Spa, em Thruxton, em Paul Ricard na opção de pista sem a chicane no meio da Mistral, e quebra a asa traseira? Nem vou comentar os atrasos no fornecimento de peças (teve equipe que recebeu os volantes dos carros quase na hora dos treinos) ou o infame escapamento saindo naquele espacinho entre a caixa de roda dianteira e a porta. A única utilidade desse tipo de escapamento é propiciar barulho de motor mais alto que avião jato decolando, e isso pode ser que agrade aos fãs de motor V-10, mas pra quem tem um pouco mais de experiência acompanhando o automobilismo é um negócio completamente sem propósito. Talvez por isso tenham optado por um tratamento de remador de galé romana para com a imprensa... afinal, sugerir que os jornalistas cheguem num autódromo com fracas opções de deslocamento de transporte público ou com veículo de aplicativo, e aos que efetivamente necessitariam (por questões de peso de material) ir de carro que pagassem o estacionamento (terceirizado, como seria de se prever) do bolso deles, é o tipo de coisa que eu não vou escrever o que pensei quando li, mas definitivamente não conseguiram um único pensamento elogioso de minha parte. Felizmente não dependo do meu diploma de Jornalismo para pagar minhas contas, mas realmente sinto muito pelos colegas que efetivamente precisam disso para sobreviver por serem tão mal tratados pela “organizadora” (a partir de agora, SEMPRE entre aspas) do evento. Já que acham que “estão fazendo um grande favor” à imprensa permitindo que eles trabalhem, que tal pedir aos VIPS que têm suas vagas garantidas para escrever a respeito? Pessoalmente, se eu fosse da direção do site, mandaria o Shrek pessoalmente lá pra passar as opiniões dele a respeito desse tipo de coisa... como não mando nada, sorte da “organizadora”. Não esperem elogios gratuitos, VICARbulbo utilizado para tempero. Inacreditável que, em uma época em que se busca melhorar as condições para os trabalhadores, com o fim da escala 6x1, apareça esse tipo de tratamento com a imprensa.

 

Até a próxima! 

 

Alexandre Bianchini 

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.

 
Last Updated ( Monday, 05 May 2025 08:15 )