Olá leitores!

Como estão? Espero que todos bem. Final de semana dos mais interessantes, não tivemos muitas corridas, mas a qualidade delas foi muito boa.

Vamos começar com o DTM, que teve sua etapa de abertura em Oschersleben, uma pista moderna, segura... e chata. Felizmente os pilotos voltaram das férias meio desacostumados, e as saídas de pista animaram a competição. No sábado, Lucas Auer fez valer a pole position, e conseguiu barba, cabelo e bigode: pole, melhor volta da corrida, e vitória, Sua primeira vitória em mais de 2 anos. Foi acompanhado no pódio pelo discreto Lambo dourado do sul africano Jordan Pepper, que tentou até o final o degrau mais alto do pódio mas no final da prova acabou achando a segunda posição um bom resultado. No degrau mais baixo do pódio, Maro Engel, que negociou pelo rádio com a equipe uma estratégia de paradas diferenciada e se deu bem. Bom saber que ainda temos pilotos que não seguem ordens sem sugerir opções. No domingo mais um festival de toques e saídas de pista, e tivemos gente nova na frente: o turco Ayhancan Güven (mais um nome estranho para escrever...) conseguiu a primeira vitória de um piloto dessa nacionalidade no DTM, combinando uma pilotagem veloz e eficiente com um trabalho de boxes perfeito para alcançar o degrau mais alto do pódio. Um belo presente de aniversário para o dono da sua equipe, a Manthey. Manthey que também ocupou o 3º lugar no pódio, com Thomas Preining, um dos pilotos mais arrojados da corrida. Entre eles, na 2ª posição, chegou o francês Jules Gounon, com seu Mercedes. Próxima etapa, final de maio, em Lausitzring.

E o WRC teve mais uma etapa, dessa vez nas Ilhas Canárias, um belíssimo lugar para uma competição que nitidamente se encontra em crise: atualmente, em resumo, se você não pilota um Toyota, você não tem chances de vitória. Cada vez menos fábricas se interessando pela categoria, com um regulamento complexo e, principalmente, caro. Talvez seja a hora do Aiatolá Khomekibe e seus subordinados aplicarem o velho princípio KISS (Keep It Simple, Stupid) para reduzir os custos, aumentar a competitividade e trazer novas fábricas para a competição. Neste cenário atual, o previsível, Toyota do 1º ao 4º lugares. Vitória de Kalle Rovanperä, com Sébastien Ogier em 2º e Elfyn Evans em 3º. Esperemos que no Rali de Portugal tenhamos mais ação. Maiores detalhes, como sempre, na coluna dos especialistas de rali do Nobres do Grid.

E o Mundial de Motovelocidade foi até Jerez de la Frontera para mais uma etapa, daquelas de fazer as casas de aposta chorarem, afinal a liderança da pontuação mudou nas 3 categorias. Na Moto3, a festa ficou com José Antonio Rueda, que nasceu a cerca de 1 hora de distância da pista, ele não apenas fez a pole como venceu a corrida, comemorando muito com a torcida que lotou o autódromo (mais de 200 mil pessoas). Compartilhou sua alegria no pódio com Piqueras, que venceu a disputa pelo 2º lugar (não, ele não teve chance de tentar atacar Rueda, já que esse venceu com mais de 4 segundos de vantagem) contra Kelso, que teve de se contentar com a 3ª posição. Na Moto2, outro espanhol no topo do pódio; dessa vez foi Manuel Gonzalez, que enfiou mais de 2 segundos de vantagem sobre o belga Barry Balus (2º lugar) e mais de 3 segundos e meio para seu companheiro de equipe Senna Agius, que terminou na 3ª posição. O brasileiro Diogo Moreira fez uma corrida espetacular, e terminou na 4ª posição, à frente de pilotos muito mais experientes e com motos sensivelmente melhores que a dele. Magistral. Deixou atrás dele gente como Oncu (equipe oficial Red Bull KTM), Arenas, Vietti, Canet, Dixon, dentre outros. Na MotoGP, a expectativa era por uma vitória do Marc Márquez. E tivemos vitória do Márquez... só que do Alex. Sim, o irmão mais novo conseguiu sua primeira vitória na categoria, auxiliado pelo tombo que o Marc levou ao tentar ultrapassar Bagnaia (que não anda acelerando aquelas coisas, mas sabe se tornar um belo obstáculo para ser ultrapassado) na disputa pela 3ª posição. A vitória do Alex Márquez foi impressionante, até por ser com uma Ducati do ano passado da Gresini, mas o grande nome do final de semana não foi o Alex: foi Fabio Quartararo, que fez a pole para a corrida Sprint (e poderia ter alcançado um bom resultado se não caísse logo) e para a corrida principal, e na prova do domingo conseguiu ficar cerca de 10 voltas na liderança com a Yamaha, e ele é o único que consegue arrancar desempenho dessa moto. Quartararo foi o gigante do final de semana, e o 2º lugar no pódio foi mais do que merecido; foi o primeiro pódio do francês desde o longínquo GP da Indonésia de 2023. No 3º lugar, terminando na mesma posição em que largou, Pecco Bagnaia. Para esse vosso escriba, claramente existe um motivo para Bagnaia continuar na equipe oficial da Ducati: ele é italiano. Apenas isso explica a permanência de um piloto que conquistou 2 títulos na base dos erros dos adversários, e tem tanta falta de combatividade quanto aquela vergonha nacional que acha que título se conquista no tapetão após a molada na cabeça. Pecco sobre duas rodas é como o Misturiojo após receber a mola na cabeça. Só falta ele reclamar que sem os pneus Bridgestone não consegue... ops, foi mal. Outro que conseguiu bom resultado foi Viñalez, que terminou em 4º. Marc caiu, se levantou e voltou à corrida, mas com a moto não em excelentes condições, terminou em 12º lugar, o que quer dizer que Alex passou Marc na pontuação do campeonato por 1 ponto... a temporada promete.

Por fim, mas não menos importante, a NASCAR foi fazer sua etapa da primavera em Talladega. Curiosamente, depois que ficou quase impossível para os brasileiros acompanharem a categoria (o canal detentor dos direitos declinou da transmissão, e para acompanhar pela internet só com malabarismos e VPNs), a temporada está das mais interessantes. Como de costume, os Ford foram muito fortes na mais veloz pista da temporada, e o final foi eletrizante: Cindric e Preece protagonizaram um duelo acirrado nas últimas voltas, e Cindric venceu pela monumental vantagem de 22 milésimos de segundo. Pena que Preece conquistou a 2ª posição... mas não levou: a inspeção pós corrida encontrou irregularidades no spoiler do carro dele (e no do companheiro de Cindric, Logano, que tinha terminado em 5º), e ambos foram parar lá no fundo da classificação. Então, oficialmente, confirmada a vitória de Cindric, e em 2º terminou Kyle Larson, em 3º William Byron, em 4º Noah Gragson (minha aposta para campeão nos próximos 10 anos) e fechando o Top-5 Chase Elliott. E Talladega bateu mais um recorde: 10 vencedores diferentes nas últimas 10 corridas lá realizadas. Excelente. E o campeonato está bom, 3 vitórias do Bell, 2 do Hamlin, Larson e Cindric... mas que mais venceu até agora está em 5º na pontuação, e o líder (Byron) tem apenas 1 vitória. E o 4º colocado (Elliott) ainda não venceu. Tá bom?

Até a próxima! 

Alexandre Bianchini 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.