| Olá leitores!
Como estão? Espero que todos bem. Que final de semana estupendo para o fã de esporte a motor! Não teve como alguém falar “puxa vida, não encontrei o que queria assistir”... seja sobre duas ou quatro rodas, as opções foram diversas, ao contrário do final de semana passado. Vamos começar com a Fórmula E, que foi até Miami para mais uma etapa e a prova foi interessante e disputada. A parte mais estranha foi alguns pilotos experientes enfrentando problemas com o gerenciamento do acionamento das duas vezes que se tem que acionar o modo ataque na corrida. Assim, um estreante na categoria ainda vá lá se atrapalhar com isso, pilotos que já fizeram uma temporada completa... fica difícil de passar pano para isso. O piloto de hoje em dia, no geral, está muito acostumado a simplesmente obedecer às ordens que chegam pelo rádio, e não pensam por si mesmos quando o pessoal da equipe começa a fazer bobagem – o que tem ficado mais comum, pois pelo jeito Iñaki Rueda fez escola (as pessoas têm o hábito de copiar as coisas ruins). Quem soube fazer as coisas direito foi Pascal Wehrlein, que levou a Porsche ao topo do pódio da categoria, largando da 9ª posição do grid. Foi acompanhado no pódio pelo coach piloto Lucas di Grassi, que esse sábado foi mais piloto que coach e, talvez inspirado por correr no lugar em que boa parte dos brasileiros que se identificam ideologicamente com ele sonham em viver, fez uma boa prova com seu Lola Yamaha e saiu do 7º para o 2º lugar. O degrau mais baixo do pódio ficou com António Felix da Costa, que terminou na mesma posição em que largou após disputar várias vezes a liderança com diversos outros pilotos. Chega até a ser estranho escrever que ele terminou na posição em que largou, pois foi extremamente combativo. Próxima etapa, rodada dupla em Mônaco. Vamos para o mundo das 2 rodas, começando com o Mundial de Superbike, que foi até a catedral do motociclismo, Assen, para um final de semana dos mais interessantes. Nos últimos anos virou quase um padrão haver repetição dos vencedores entre as duas corridas principais e a corrida curta que define a pole da corrida do domingo... e em Assen isso não aconteceu. Foi um final de semana iluminado para quem esteve na tradicionalíssima pista holandesa. Sábado, com tempo seco, Nicolo Bulega e sua Ducati começaram a prova disputando a liderança com Locatelli, mas depois ele conseguiu impor o seu ritmo e cruzou a bandeirada com quase 8 segundos de vantagem para o 2º colocado, Andrea Locatelli, que conseguiu mais um bom resultado com sua Yamaha. O pódio ficou completo com Danilo Petrucci, que venceu a disputa pelo último degrau do pódio com o atual campeão Toprak, que teve de se contentar com a 4ª posição. No domingo de manhã teve a corrida curta que define a pole, com um bocado de chuva, e nessas condições difíceis o Toprak mostrou seu enorme talento e garantiu a primeira posição para a prova de tamanho convencional mais tarde... na hora da largada da corrida principal do domingo a chuva já tinha parado e a pista estava seca. Bulega, que não se classificou bem, fez uma bela corrida, largando do 10º lugar, alcançando a primeira posição... só que aí sua Ducati teve problemas técnicos e ele foi obrigado a abandonar. Quem agradeceu foi Andrea Locatelli, que conseguiu sua primeira vitória na categoria justamente na pista mais icônica da temporada. Compartilhou sua felicidade no pódio com Álvaro Bautista, cuja Ducati não apresentou nenhum problema e terminou em 2º, e com Remy Gardner, que conquistou a 3ª posição com sua Yamaha e fez papai Wayne Gardner, um dos grandes do Mundial de Motovelocidade, sorrir. Também tivemos provas pelo Mundial de Motovelocidade, que foi até o Qatar para mais um final de semana de boas corridas. Começando com a Moto3, que propiciou ao público uma corrida proibida para cardíacos, com a vitória sendo decidida literalmente na linha de chegada, com Piqueras superando Taiyo Furusato por 9 milésimos de segundo. Praticamente nada. Ryusei Yamanaka tentou a vitória, mas nas últimas curvas não conseguiu ter o momento de tentar passar Piqueras e Furusato e viu a chegada emocionante muito de perto, terminando em 3º. Rueda, até então líder do campeonato, perdeu a liderança por conta de problemas técnicos em sua moto que o afastaram da luta pela liderança. Na Moto2, Aron Canet conseguiu uma vitória apertada e muito batalhada, sua primeira nessa temporada, superando com pequena vantagem (pouco mais de 1 segundo, insuficiente para se recuperar após um erro de frenagem, por exemplo) Deniz Oncu, que terminou em 2º, e Manuel Gonzalez em 3º. Com a ajuda de Jake Dixon, até então líder do campeonato, que foi conferir a textura do piso catari, Canet também assumiu a liderança da tabela de pontuação. Já na MotoGP a corrida foi mais previsível... em termos relativos. OK, o vencedor é o mesmo de antes, Marc Márquez (que deve ser campeão esse ano sem dificuldade), porém tivemos uma excelente corrida de Maverick Viñalez, que arrancou da KTM um desempenho que, definitivamente, a moto ainda não tinha apresentado essa temporada. Parte da combatividade da prova pode ter passado por Alex Márquez, que em um momento de pane dos neurônios quis passar pelo irmão mais velho onde não dava e colidiu com a traseira da moto dele, quebrando uma das aletas aerodinâmicas ali localizadas. Isso certamente afetou um pouco a estabilidade da moto. Esse problema não impediu Marc de vencer novamente, mas diminuiu a vantagem que ele colocaria sobre os outros sem esse problema. Pena que Maverick chegou ao pódio, mas não levou a pontuação. Motivo: uma inspeção pós corrida constatou pressão abaixo do permitido no pneu traseiro, o que melhora a tração, então ele recebeu uma punição de 16 segundos, que o fez cair diversas posições. Assim sendo, no resultado oficial, o terceiro colocado Bagnaia ficou em 2º e Morbidelli levou para a VR46 a pontuação do 3º lugar. E Jorge Martin mostrou que está se encaminhando para ser um novo Jorge Lorenzo: na corrida em que retornou pós fratura... levou novo tombo, fraturou 6 costelas, teve que drenar líquido do pulmão, e se ele tiver um mínimo de juízo e amor próprio não retorna antes da segunda metade da temporada. Espero que ele se lembre do que aconteceu com Marc Márquez quando esse quis apressar a recuperação de fraturas... O IMSA foi até Long Beach no sábado para mais uma corrida, e tivemos vitória brasileira: o Porsche #7 de Nasr/Tandy liderou a dobradinha da Penske, com o carro #6 de Campbell/Jaminet cruzando a bandeirada 3 segundos atrás. O degrau mais baixo do pódio ficou com o BMW #24 de Eng/Vanthoor. Daniel Serra participou com um Ferrari na categoria GTD, mas o carro não conseguiu terminar a corrida. E a Indycar correu no domingo nessa mesma pista de Long Beach, para um espetáculo menos brilhante do que foi a prova do IMSA. Aparentemente o atual carro chegou a um patamar de desenvolvimento que ninguém mais consegue extrair nada de novo dele... então as corridas têm sido um tanto quanto modorrentas e previsíveis. A atual geração de pilotos “sem sangue nos olhos” também coopera. Onde já se viu uma prova de Indy num circuito de rua sem bandeira amarela??? É o fim dos tempos... cadê um Paul Tracy para animar as coisas? Enfim... menos mal que desta vez o vencedor foi diferente: Kyle Kirkwood e a equipe Andretti apostaram tudo numa estratégia de pneus diferente, Kyle pilotou como um piloto muito mais experiente do que ele é, e assim conseguiu impedir mais uma vitória de Alex Palou, que ainda assim terminou em um ótimo 2º lugar. Completando o pódio, chegou Christian Luundgard, em mais um bom desempenho da equipe McLaren. Próxima prova é em Barber, espero que tenha um pouco mais de emoção. A Fórmula Um foi até o Bahrein, para um desfile de Oscar Piastri. Ele fez a pole, largou bem, se defendeu quando foi atacado, abriu vantagem quando teve oportunidade, fez uma corrida muito melhor que seu badalado companheiro Lando Norris, que não fez uma classificação condizente com o carro que possui e no final, mesmo com carro mais rápido, não conseguiu fazer a dobradinha no pódio, terminando em 3º atrás do George Russell, que deu uma aula de pilotagem defensiva. Logo atrás, em 4º e 5º lugares, vieram os pangarés da equipe vermelhinha da periferia de Modena, com Leclerc em 4º e Hamilton (lutando muito para tentar se adaptar a um carro que não foi construído pensando no estilo de pilotagem dele) em 5º. Complicado quando uma equipe contrata um piloto que nitidamente está mais pensando na aposentadoria do que em acelerar... na 6ª posição apareceu Max Verstappen, em um final de semana onde o carro da Red Bull se recusou a funcionar a contento. O 6º lugar foi arrancado quase a fórceps na última volta, enquanto Tsunoda mais uma vez conseguiu não ficar longe de Max e terminou em 9º. Na 7ª posição, um surpreendente Pierre Gasly arrancou um desempenho que habitualmente a Alpine não vem demonstrando nos últimos tempos, muito bom mesmo. Mas acredito que surpresa MESMO foi perceber que tivemos DOIS carros da Haas pontuando, Ocon em 8º e o ótimo novato Bearman em 10º. Por falar em novato... as pessoas perguntarão do Bortoletto. Bem, levando em conta que ele dirige o pior carro do grid (até trouxeram um assoalho novo para essa corrida, mas foi um apenas e ficou no carro do experiente (e sem pódio) Hülkemberg. Ou seja, literalmente, o carro dele era o pior na pista. Portanto, torcida tapuia, não adianta ficar cobrando resultado do Bortoleto... o carro dele é pouca coisa melhor que um Fórmula 2. E estando no primeiro ano de categoria, ele precisa se acostumar com o carro, razoavelmente diferente do F-2. Vamos dar tempo ao tempo... Para encerrar, a NASCAR foi até meu oval pequeno preferido, Bristol, e dessa vez, numa pista boa, a vitória ficou com um piloto bom: Kyle Larson, que quebrou a sequência de vitórias da Toyota, apesar de terminar a corrida com 3 carros da marca japonesa atrás dele... ele foi seguido por Denny Hamlin em 2º, Ty Gibbs em 3º e Chase Briscoe em 4º. Encerrando o Top-5, o Ford de Ryan Blaney. A volta mais rápida na acanhada pista de meia milha foi de Allmendinger, em 15 segundos e 38 centésimos. Confesso, adoro essa pista justamente por causa da velocidade que ela permite, ao contrário de Martinsville. Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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