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Confusão na MotoGP no COTA, corridaças na Superbike, argentinos mandaram no TCR e NASCAR PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 31 March 2025 07:31

Olá leitores!

 

Como estão? Espero que todos bem. Final de semana bem interessante em termos de esporte a motor, seja em duas ou quatro rodas. Justiça seja feita, as provas em duas rodas foram bem mais interessantes que as de quatro rodas. Mas também temos que levar em conta que as pistas das corridas de moto são conhecidas por propiciarem grandes espetáculos, então eu coloco uma parte desse show oferecido aos espectadores no fator pista.

 

Peguemos o exemplo do Mundial de Superbike, que foi até Portimão para mais uma etapa. Quem pega simplesmente o resultado das corridas não tem ideia do que foi cada uma delas. No sábado, Nicolò Bulega largou bem e assumiu a liderança, enquanto o atual campeão Toprak largou mal e começou uma prova de recuperação. Quando Toprak alcançou Bulega, o que se viu foi digno de um bom filme de competição de Hollywood. A disputa entre ambos pela liderança foi das mais encarniçadas, trocaram diversas vezes de posição entre si, e a contenda só foi resolvida na última volta, com Toprak passando míseros 67 milésimos de segundo à frente de Bulega. Eu gostaria de dizer que o 3º colocado, Andrea Locatelli, assistiu a disputa de camarote... mas ele não teve chance. A quase 8 segundos de desvantagem dos líderes, não teve a oportunidade de ver quase nada após a metade da prova. Após Toprak vencer a corrida que define a superpole no WSBK, fomos para a corrida do domingo, e... mais uma vez um espetáculo dos mais empolgantes para o público. Verdade seja dita que esse do domingo teve alguns momentos de tensão por conta da bandeira vermelha que foi mostrada por conta do acidente do O’Halloran, que na freada da primeira curva do circuito (justamente o ponto mais veloz da pista) perdeu o controle e a moto só foi parar na barreira de proteção, fazendo com que o pessoal tivesse que reconstruir a parte atingida antes de recomeçar a prova. Após a relargada, Bulega saiu na frente mas Toprak foi novamente ao encalço dele, e mais uma vez tiveram intensas disputas pela pista, com o piloto da BMW novamente levando a melhor, mas dessa vez por uma margem um pouco maior (195 milésimos de segundo...), desta vez acompanhados no pódio pelo companheiro de equipe de Bulega, o Alvaro Bautista, a 3 segundos e meio de distância dos líderes. Com esses êxitos todos, Toprak alcançou sua 60ª vitória na categoria e assumiu a 3ª posição dentre os maiores vencedores da história do Mundial de Superbike, ultrapassando a lenda Carl Fogarty. O campeonato desse ano promete...

 

E começou a temporada 2025 do TCR South America, no Circuito Juan Manuel Fangio, em Rosário. Uma pista das mais interessantes, com retas que permitem ultrapassagens, curvas de alta, média e baixa velocidade corretamente espalhadas pelo circuito, ela definitivamente merecia um espetáculo melhor que os parcos 14 carros que estiveram esse final de semana percorrendo seu traçado. A transmissão da corrida também não cooperou, aparentemente o único grande atrativo da prova era a estreia do Nelsinho Piquet na categoria. A quantidade de vezes que simplesmente o diretor de imagens parecia esquecer a transmissão na câmera onboard do estreante brasileiro não foi um bom augúrio a respeito do restante da temporada... enfim, na primeira corrida do dia a vitória ficou com o experiente Leonel Pernía, seguido por Nelsinho em 2º e por Pedro Cardoso em 3º. A segunda corrida foi um pouco mais animada, já que o grid invertido para os 10 primeiros colocados faz com que pilotos que andaram mais rápido tenham que disputar posições para retornar aos seus lugares “de origem”. Dessa vez a vitória ficou com Fabrício Pezzini, com seu Cupra León (pra quem não sabe, Cupra é a divisão esportiva da Seat, “braço” espanhol do grupo VW. De nada), seguido por Pedro Cardoso em 2º e por Leonel Pernía em 3º. Juan Ángel Rosso poderia estar no pódio, mas como recebeu uma punição de 20 segundos por ir com excesso de sede ao pote na disputa com Luis Ramirez, acabou oficialmente na 5ª posição. Próxima etapa do certame será em Posadas, espero que com mais carros na pista.

 

O Mundial de Motovelocidade foi até o Texas para mais uma etapa, e o clima da região não estava assim muito empolgado com a presença de tantos estrangeiros no orgulhoso solo do país que se acha autossuficiente em tudo. Começando com a Moto3, onde José Antonio Rueda aproveitou que possui a melhor moto do grid para carimbar sua segunda vitória em 3 etapas. Não foi uma vitória fácil, claro, afinal de contas é a Moto3, mas ao final ele conseguiu cruzar a bandeirada com pouco mais de 2 segundos de vantagem para Joel Kelso, 2º colocado, acompanhados no pódio por Matteo Bertelle, companheiro de Kelso na equipe Levelup-MTA. O “troféu trapalhão” ficou com Adrian Fernandez, que conseguiu queimar a largada largando do final. Realmente um feito. Recebeu punição de duas voltas longas (uma para cada orelha), e ainda assim conseguiu terminar em 12º e salvar 4 pontinhos desse final de semana conturbado. A corrida da Moto2 teve um tempero especial com a chuva leve que caiu entre o final da Moto3 e o alinhamento da Moto2. Tão leve que teve “estrategista” achando que dava para correr com pneus slick... bom, dar até deu, mas os pilotos que foram vítimas dessa estratégia digna do Iñaki Rueda perderam muito tempo em relação aos pilotos que tiveram a sorte de ter gente pensante nos boxes. A equipe do Diogo Moreira, por exemplo, resolveu apostar nos slicks... o companheiro dele, Huertas, foi 16º, e o Diogo terminou em 21º, uma volta atrás dos líderes – lembrando que o COTA é uma das pistas mais extensas da temporada. Isso diz muito a respeito do tamanho monumental do erro de estratégia. Quem agradeceu as condições instáveis foi Jake Dixon, que largou na frente e não tomou conhecimento dos adversários, os enxergando apenas nos momentos de dar uma volta sobre os infelizes que largaram de slicks. Pouco mais de 4 segundos atrás, recebeu a bandeirada Tony Arbolino, que por sua vez enfiou 8 segundos sobre o 3º colocado, Alonso Lopez. E as condições climáticas continuaram aprontando das suas na MotoGP: já parados no grid, Marc Márquez, seu irmão Alex, mais Bagnaia e alguns outros pilotos saíram correndo para os boxes para pegar as motos reserva, equipadas com pneus slick (chuva tinha parado e acharam que daria para correr com esses pneus, mais rápidos). Ao ver praticamente metade do grid pretendendo largar dos boxes, o diretor de prova interrompeu o procedimento de largada, adiando a mesma para que desse tempo de todo mundo que quisesse trocar de moto E fazer a volta de aquecimento dos pneus. Isto feito, começou a dar a lógica: o maior vencedor da pista, Marc Márquez, abriu vantagem na frente e não foi incomodado... até que o excesso de autoconfiança fez com que ele saísse do asfalto seco e passasse por cima da zebra ainda molhada. O tombo foi garantido, para sorte dele não vinha ninguém próximo dele (quando a moto caiu, Marc não soltou o guidom – para evitar que o motor desligasse – e a moto, antes de parar na área de escape, atravessou novamente a pista. Tivesse alguém grudado nele, a caca estaria feita), e ele conseguiu voltar para a pista lá no fundo do pelotão... mas no tombo quebrou a pedaleira do lado direito, ou seja, além de não ter onde apoiar o pé ele ficou sem o acionamento do freio traseiro. Até tentou continuar na prova, porém o desempenho estava muito fraco e ele abandonou a prova. Pelo histórico das duas etapas anteriores poderíamos pensar “bom, agora o Alex Márquez se consagra e consegue sua primeira vitória”... então, não foi bem assim. Essa etapa o Bagnaia finalmente se lembrou que já é bicampeão mundial, que está numa equipe oficial de fábrica com a melhor moto do grid, e antes mesmo do Marc cair ele já tinha ultrapassado o Alex. Dessa forma, Pecco conseguiu sua primeira vitória do ano e o Alex o seu terceiro 2º lugar da temporada. Com o detalhe que, como #MM93 não pontuou, o líder da temporada após o GP dos EEUU é, por incrível que possa parecer, Alex Márquez. Se ano passado alguém tivesse me dito que o Alex iria liderar a pontuação, eu teria indicado o caminho de alguma clínica de reabilitação... mas é verdade. Ao menos até a próxima etapa, no Qatar, Alex Márquez é o líder da pontuação. Bagnaia e Alex foram acompanhados no pódio por um muito feliz Fabio di Giannantonio, que levou sua moto da equipe VR46 a um ótimo resultado, e para a alegria da equipe o outro piloto deles, Franco Morbidelli, chegou em 4º. Verdade que Morbidelli terminou a prova 6 segundos atrás do Diggia, mas isso é um detalhe. O que não foi um detalhe foi a excelente corrida de Jack Miller, que levou a Yamaha da equipe Pramac ao 5º lugar, um desempenho absolutamente fora das possibilidades da moto em CNTP, mas que foi possível numa corrida com condições abaixo das ideais. Outros destaques foram Bezzecchi com a Aprilia em 6º, Bastianini levando a KTM Tech 3 ao 7º lugar, Marini conduzindo a Honda ao 8º lugar e o “rookie” Ai Ogura levando a Aprilia da Trackhouse até a 9ª posição. Agora é ficar na expectativa se, efetivamente, na próxima etapa o campeão de 2024, Jorge Martín, consegue se recuperar de suas fraturas o suficiente para poder retornar ao campeonato. Na pré temporada ele aprendeu da pior maneira possível que o comportamento da Aprilia não é igual ao da Ducati, e não é sábio que ele retorne aos treinos com moto (ainda que não a dessa temporada) antes das fraturas estarem devidamente consolidadas. Aguardemos.

 

E a NASCAR foi até a pista que eu menos gosto do calendário (pra não escrever que não suporto mesmo), Martinsville. O estadunidense mediano que acompanha a categoria adora essa maquete em escala reduzida de pista, então ela continua, independente de minha opinião (que, de qualquer forma, mesmo que eles não gostassem, não valeria absolutamente nada). E uma pista “meh” merece um vencedor “meh”: quem levou para casa o pequeno relógio de pêndulo oferecido aos vencedores do Clipe de Papel foi Denny Hamlin, que liderou 274 das 400 voltas da corrida (venceu também o 2º estágio) e carimbou seu passaporte para os playoffs. Em 2º lugar chegou Christopher Bell (mais um grande resultado para ele essa temporada), em 3º apareceu Bubba Wallace completando a trifeta Toyota na liderança da corrida, seguidos pelos Chevrolet de Chase Elliott (4º lugar) e Kyle Larson (5º colocado). Primeiro Ford, mais uma vez, foi o de Ryan Preece, em 7º.

 

Por falar em futuro, temos um novo recorde: Liam Lawson conseguiu ser o piloto a ser defenestrado mais rapidamente da equipe Red Bull. Eu sei plenamente que o Ciclope é um caso de estudo no ramo de gestão de pessoas (basicamente, um exemplo do que NÃO se deve fazer), mas até para os padrões desse elemento pernicioso a coisa foi rápida demais. Desejo sorte ao Tsunoda, ele merece um resultado legal em sua terra natal... o que não vai ser fácil com um carro tão difícil de pilotar quanto o Red Bull, que, afinal de contas, é feito “sob encomenda” para o estilo de pilotagem do Max Verstappen. Estamos na torcida, samurai.

 

Até a próxima! 

 

Alexandre Bianchini 

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.

 
Last Updated ( Monday, 31 March 2025 07:34 )