| Olá leitores!
Como estão? Espero que todos bem. Mais um final de semana com um bocado de atividade para os fãs do esporte a motor, e melhor, quase sempre com qualidade. Descontando aquele remédio contra a insônia que aconteceu em terras chinesas, as outras atividades do final de semana foram bem interessantes. Vamos começar com uma das mais tradicionais etapas do Mundial de Rally, o Safari Rally, no Quênia. Eu gosto muito pois, via de regra, é aquele momento dos pilotos saírem do tradicional “asfalto/cascalho/terra batida/neve” das outras etapas. Lá você tem terra mais fofa, e quando chove aparece lama em quantidades prodigiosas. Talvez seja a etapa em que a suspensão fica mais levantada em relação ao solo, e as dificuldades do terreno não permitem que seja diferente. E a etapa serviu pra mostrar que o nome do momento é Elfyn Evans. Começou o ano no pódio em Monte Carlo, venceu na Suécia e, num terreno completamente diferente dos outros dois, venceu novamente no Quênia. O galês começou a temporada a todo vapor... foi acompanhado no pódio pela dupla da Hyundai, com Ott Tänak em 2º (após perder a liderança por uma quebra na transmissão traseira logo no primeiro dia) e com Thierry Neuville em 3º - outro que teve um final de semana difícil, com diversas punições. Maiores e melhores informações, já sabem, na coluna dos nossos especialistas em rali (eu sou apenas um admirador da categoria que possui os melhores pilotos do planeta)... Agora vamos para a categoria que ACHA que tem os melhores pilotos, a Fórmula Um. A pista foi recapeada, mas continuou fazendo aquilo que ela sempre fez de melhor: corridas sonolentas. Se não fosse aquele pessoal do meio para trás do pelotão fazendo bobagens na freada do hairpin e os choros e lamúrias no rádio, seria um excelente sonífero. E o que é pior que acordar de madrugada para aguentar uma corrida modorrenta? Acordar de madrugada para de manhã saber do espetáculo de amadorismo da mais antiga equipe em atividade. OK, excesso de desgaste na prancha de madeira pode ser abuso de zebras (embora eu tenha visto o Lewis atacar menos as zebras que o Leclerc), mas pelo jeito foi regulagem de suspensão exageradamente baixa. Ruim? Sim, mas passável. Agora, quando mesmo catando o quanto pode de pedaços de borracha na pista o carro fica 1kg abaixo do peso mínimo, desculpem, mas é inaceitável. Isso é coisa que dá pra aceitar na F-4, quiçá em equipe pequena de F-3. Na F-1, é falta de competência e de noção. Quer dizer que o projeto do carro andou tanto para trás de 2024 para 2025 que precisa andar no mínimo da altura e abaixo do peso para não conseguir chegar nem mesmo no pódio??? Duas palavras para os jumentos de Maranello: “para bens”. Se com o mesmo regulamento pioraram o carro de 2024 para 2025, imagina só a desgraça que vai ser o carro de 2026... perigoso andar atrás das Racing Bulls e Alpine. O vencedor, com méritos, da corrida soporífera foi Oscar Piastri, que não deu chance para os adversários e dominou com tranquilidade a corrida. Foi acompanhado no pódio por seu companheiro de equipe, Lando Norris (2º) e por George Russell em 3º. Quem agradeceu a incompetência italiana e francesa (Alpine também ganhou desclassificação por estar abaixo do peso com o Gasly) foi a Williams, que conseguiu pontuar não só com o competente Albon, mas também com o supervalorizado Sainz Jr., e também a Aston Martin, que herdou um 9º lugar com o Stroll. Boa prova da Haas, que com as desclassificações terminou em 5º (Ocon) e 8º (Bearman). Enfim, pessoal na Itália pode começar a tirar os bumbos e cornetas do armário, que será necessário um barulho na porta de uma fábrica na periferia de Modena para ver se o pessoal acorda pra cuspir. E a Indycar foi até um resort de luxo pra correr na “pista de track day” deles. Pois é, aqui pista de track day é um negócio que eles colocam uma sequência aleatória de curvas até formar um circuito fechado, e se der colocam uma reta... lá a coisa é bem feita, feita com critério, até a saída dos boxes é feita de maneira competente e segura, propiciando tanto a quem sai dos pits como quem vem pela pista uma boa visibilidade... aqui, você sai dos pits no ponto de maior velocidade da pista, bem no ponto de freada para a curva... enfim, deixa eu parar que o ego do paulista defensor de milionário já tá chorando em posição fetal de dor pelas verdades escritas. Uma ótima corrida, auxiliada pelo correto desenho da pista, larga e com vários pontos de ultrapassagem. Simplesmente excelente o desempenho do Alex Palou, que podia ter se contentado com a 3ª posição na pista mas foi pra cima e, de uma desvantagem de 9 segundos para o primeiro colocado Pato O’Ward a 15 voltas do final ele terminou com uma vantagem de 10 segundos no momento da bandeirada. Excepcional. Nesse momento, Palou está sobrando na categoria, e em não trocando de categoria, tem tudo para ser o novo Scott Dixon. A dupla da Arrows McLaren, O’Ward e Lundgaard, teve de se contentar com 2º e 3º lugares. Quem também fez uma grande corrida foi Will Power, que largou em 21º para terminar em 6º. Próxima corrida é em abril, em Long Beach. Vamos ver as emoções que a tradicional pista de rua nos trará... E a NASCAR foi até Miami para uma ensolarada etapa em Homestead. Corrida não foi ruim, mas também teve poucos destaques. Vitória de Kyle Larson, ajudada pelo colega de equipe Alex Bowman, que naquele afã de muitos pilotos da categoria em andar o mais próximo possível do muro, acabou se arrastando sozinho nele, perdendo tempo e velocidade, e permitindo a tranquila ultrapassagem de Larson, que aparentemente já estava até psicologicamente preparado para o segundo lugar, mas que ao ver um presente daqueles à sua frente não se fez de rogado, agradeceu e conquistou mais uma vitória na categoria. Atrás dos dois Chevrolet veio um trio de Toyotas, Bubba Wallace em 3º com o carro da 23XI e uma dupla de carros do Joe Gibbs, Chase Briscoe em 4º e Denny Hamlin (vencedor do 2º estágio) encerrando o Top-5. Melhor dos Ford, mais uma vez, foi o ótimo Chris Buescher. Destaque para o espetáculo de fumo do motor de Ryan Blaney, que explodiu com graça e ostentação, produzindo um fumacê digno do combate ao mosquito da dengue. Até a próxima! Alexandre Bianchini Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.
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