Amigos, todas as dúvidas sobre quem venceria a prova em Valência praticamente desa-pareceram após a primeira curva. Sebastian Vettel fez uma largada espetacular, abriu vantagem absurda, e mostrou que seria imbatível nas ruas espanholas. Seria, pois na volta 39, após a entrada do safety car para limpeza da pista, Vettel teve problemas no carro, absoluto até então, e Alonso, em corrida fantástica (largou em 11º), assumiu a ponta.

Com 6 voltas Vettel tinha uma vantagem de 8 segundos sobre Lewis Hamilton, que parecia chocado com o desempenho da RBR. Não é que a McLaren foi mal em sua tática, ou teve problemas, apenas o domínio inicial do alemão bicampeão do mundo foi total. A Red Bull evoluiu muito, apesar da pressão que sofreu ao ter que modificar sua parte traseira (o tal do "buraco" proibido...) e o seu sistema aerodinâmico na carenagem dos freios dianteiros. Depois o RBR8 quebrou, deixando Vettel a pé na volta 35. O alemão saiu revoltado do carro, jogando as luvas, enquanto o clima nos boxes da RBR era péssimo. A TV mostrou Adrian Newey com as mãos escondendo o rosto, de forma até emocionada.

Muitas foram às táticas de corrida, sempre com os pneus médios e macios em papel fundamental para o ritmo de prova. Várias ultrapassagens, muitas delas em condições extremas. Bruno Senna foi um dos que sofreu com as brigas. Em uma tentativa de ultrapassagem Bruno foi tocado por Kobayashi, da Sauber, que vinha atrás da Williams. Senna foi punido por desrespeitar a regra que diz que o piloto deve deixar pelo menos um carro entre ele e o muro (ou guardrail). Senna não seguiu a norma, e foi punido na mira do regulamento. No meu entender tudo muito rigoroso, sendo que o comissário convidado da FIA foi o ex-piloto Mika Salo, que convenhamos, não é nenhuma sumidade para ditar regras...

Depois da saída do safety car foi a vez de Massa ser tocado pelo mesmo Kobaysashi. Acabou a corrida do brasileiro, que tentava a recuperação, mas teve que ir para os boxes trocar o bico da Ferrari. Massa teve um bom começo de prova, mas depois não rendeu tanto quanto se esperava, e ficou no pelotão intermediário, sem subir na classificação.

Os dois carros da Lotus começaram a mostrar uma performance muito forte com 20 voltas para o final. Grosjean apertava o líder Alonso, que bravamente marcava bons tempos com os pneus médios colocados em sua segunda parada. Raikkonen andava em 4º, perseguindo Hamilton, que fazia uma corrida também de grande esforço. Basta ver que Button andava em 9º. Mas voltando a Lotus, Grosjean acabou ficando pelo caminho na volta 41, também quebrando e abandonando. Enquanto isso Alonso marcava a melhor volta da corrida, brilhante, consistente e mostrando uma performance para a história da F1. A Ferrari não encontrou seu melhor desempenho nos treinos (que aliás é o que está faltando), mas na corrida foi bem, até mesmo com Massa, que teve outros tipos de problema não relativos ao rendimento da F2012.

Como disse Emerson Fittipaldi, Alonso é o "controle de tração humano". Um piloto que traz de volta o toque do gênio que vence sem o melhor carro, que faz o seu trabalho com a qualidade de quem sabe o motivo da categoria se chamar "FÓRMULA 1", com toda a história e tradição dos melhores pilotos nos melhores carros de corrida do mundo, como sempre foi. Lembrando que Michael Schumacher ainda foi para o pódio, após o acidente entre Hamilton e Maldonado. Um pódio só de campeões, com Raikkonen em segundo com a Lotus.

Uma vitória para ser lembrada durante muito tempo pelos espanhóis e pelos fãs da F1 em todo mundo. A vitória da Fórmula 1 que queremos.

Um abraço e oremos sempre,

Toni Vasconcelos