Amigos, o assunto é complexo, mas não é relativo a parte técnica da Fórmula 1. O caso é o fundo de investimentos criado por Bernie Ecclestone e Cia, o CVC, do qual ele é chefe executivo. 

Não se trata de ficar aqui discutindo mercado de ações, até porque eu não entendo muito bem do assunto. Trata-se isso sim de entender os motivos de Ecclestone em realizar as transações dos últimos meses.

A Fórmula 1 tem ações na bolsa de Singapura, e alguns investidores de peso. O espetáculo é avaliado em aproximadamente 10 bilhões de dólares, o que realmente torna forte a questão de investimentos na categoria. Depois do GP de Mônaco o presidente da Fórmula 1 (empresa de capital aberto) passou a ser o suíço Peter Brabeck, de 67 anos, que é "só" presidente da Nestlé. Brabeck é ligado a Ecclestone faz tempo. Percebam como é grande e valoroso o mercado mundial da categoria.

Não poderia enumerar aqui a questão dos investimentos, pois não sou técnico, bem como os dados são sigilosos. Mas envolvem os direitos de TV, a questão do marketing nos autódromos e também nas transmissões, entre outras coisas. Agora a Fórmula 1 se prepara para o que a bolsa de valores chama em inglês de "Flotation".

A tal da "Flotation" é o seguinte: Quando uma companhia coloca ações no mercado financeiro. É também chamada de IPO (Iinital Public Offering - Oferta inicial pública). É necessária a publicação dos diretores da empresa, do sentido do negócio, a posição finaceira atual e os lucros que se esperam. Aí, em linhas mais que gerais, as ações são comercializadas, apenas para simplificar.

Não foi a toa que Ecclestone chamou Brabeck para comandar a operação, já que o executivo suíço, como já citei, é um expert no assunto, além de dirigir uma das maiores empresas do mundo.

Com tudo isso em andamento, a CVC já vendeu ações no valor de 1,6 bilhões de dólares para um trio de investidores. São eles Waddell & Reed associados, também o Banco da Noruega e a BlackRock investimentos. Na última sexta feira foi anunciada a compra de mais 500 milhões de dólares em ações pelo trio, chegando a 21% do total da Fórmula 1.

Com vários donos e investidores, Ecclestone está com seus mais de 80 anos sorrindo, feliz da vida casado com uma brasileira, e praticamente com a mesma vontade de ganhar dinheiro que ele já demonstrava quando era comerciante de carros em Londres após a Segunda Guerra Mundial. 

O que importa é como isso afeta as equipes. Das mais variadas maneiras esse dinheiro chega ao bolso dos times. Quais maneiras, aí é problema de Bernie. Mas basta dizer que Ferrari e McLaren, por exemplo, contam com uma boa fatia, o que leva qualquer briga que ambas possam ter com Ecclestone terminar em muito dinheiro na mesa...

Um abraço e oremos sempre,

Toni Vasconcelos