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O que se passa com Jenson Button PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 12 June 2012 06:32

 

 

Olá fãs do automobilismo,

 

Chegar no consultório após um final de semana quando tem corrida de Fórmula 1 é quase a certeza de que a agenda vai estar repleta. Contudo, tomei um susto quando vi o nome do primeiro paciente: Jenson Button!

 

O descolado – e gatíssimo – piloto da McLaren era o último dos pacientes que um dia eu achava que teria no consultório. Afinal, mesmo nos momentos mais difíceis de sua carreira ele sempre manteve um astral extremamente positivo um sorriso no rosto e aquele semblante de que “tudo vai ficar melhor em breve”.

 

Quando saiu campeão da Brawn e foi para a McLaren, encontrou o ‘reizinho Hamilton’ bem consolidado. Afinal, além de “cria da casa”, campeão do mundo em sua segunda temporada na Fórmula 1 (2008) e de ter defenestrado Fernando Alonso em 2007, ele certamente sabia que a vida não seria fácil ali.

 

Talvez não o fosse para qualquer outro piloto, mas não para ele! Com seu jeito conciliador e amistoso (“low profile” para uns ou “vaselina” para outros), Jenson conquistou seu espaço e mostrou que não foi um ‘campeão do mundo circunstancial’. Seu estilo de pilotagem, preciso e suave contrastava com os rompantes de Lewis Hamilton... e se mostraram mais efetivos, principalmente depois que a Pirelli passou a ser a fornecedora de pneus com seus compostos superdegradáveis.

 

 

Depois de um ótimo início, Jenson Button passou a ter sérios problemas, tanto em treinos quanto em corridas, com os pneus... 

 

No ano passado, Jenson foi “o melhor do resto”, uma vez que Sebastian Vettel parecia disputar um campeonato à parte. Com os testes do início do ano apontando um possível maior equilíbrio e com a vitória inconteste no GP de abertura da temporada, na Austrália, tudo parecia apontar para que a fórmula encontrada por Button para gerenciar os pneus continuaria dando frutos.

 

Contudo, algumas coisas haviam mudado: Sem os sistemas de “difusor soprado” e escapamentos “gaita de fole” – entre outras coisas – a traseira dos carros ficaria mais solta e os projetistas precisaram criar novas soluções para segurar o carro no chão e, sobretudo, explorar ao máximo os frágeis pneus “feitos sob encomenda para aumentar a emoção das corridas”.

 

Os pneus que a Pirelli tem feito precisam trabalhar dentro de uma “faixa” de temperatura para retardar a degradação e otimizar sua aderência ao asfalto. Como a pista também muda de temperatura e isso afeta diretamente o pneu, a equação, visto que a “faixa de otimização térmica” destes pneus é estreita, a equação tem feito chefes de equipe, projetistas e pilotos quebrarem a cabeça para encontrar um meio de conseguir, naquele final de semana, o melhor resultado possível.

 

 

Dono de uma tocada suave, no ano passado isso foi um dos motivos de seu sucesso. Este ano, parece ter o efeito contrário. 

 

O que tenho observado é que, corrida a corrida, é preciso um “elemento de sorte” no set-up  dos pneus. Quem acertar a geometria de suspensão, cambagem e calibragem corretas em dado final de semana, dado clima e temperatura de pista, poderá ter o carro vencedor nas mãos. Mas não seria isso uma “artificialidade” mesmo sendo “bom” para o campeonato?  

 

Ao limitar o potencial real de cada equipe, carro ou piloto em função da temperatura de trabalho de seus pneus a Pirelli impõe-se como “senhora do bem e do mal”, com a temperatura dos pneus fazendo a diferença entre vencer ou apenas “fazer figuração”.

 

A situação é tão crítica que, nas duas últimas corridas, enquanto Lewis Hamilton fez 40 pontos, Button não fez nenhum! Nos últimos quatro GPs foram apenas dois míseros pontos de um 9º lugar na Espanha.  

 

 

Cenas como esta, flagradas no final de semana em Mônaco, não costumam fazer parte do repertório do talentoso inglês. 

 

A equipe tem tentado soluções distintas para seus pilotos, que tem estilos de pilotagem bem diferentes. No Canadá, foi tentada uma geometria de suspensão traseira diferente para a McLaren Número 3... mas a tentativa mostrou-se um desastre! Ao menos Jenson pode respirar aliviado por não ser piloto da Ferrari. Se fosse o caso, o mundo cairia sobre sua cabeça na segunda-feira. 

 

Capacidade técnica para encontrar uma solução, tanto o piloto quanto a equipe tem de sobra (em teoria). Os 43 pontos de desvantagem para o agora líder do campeonato Lewis Hamilton, com dois terços do campeonato ainda por ser disputado, não alija Jenson Button de uma reaproximação e entrada numa disputa direta pelo título... mas uma solução precisa ser encontrada urgentemente, ao menos para o piloto! 

 

Beijos rapidinhos do meu divã (a sala de espera está cheia!), 

 

Catarina Soares

 

Last Updated ( Wednesday, 13 June 2012 19:57 )