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Written by Administrator   
Thursday, 05 April 2012 18:23

 

 

Olá amigos do automobilismo, 

 

Outro dia, conversando com meu pai, meu grande inspirador e animador nesta minha paixão pelo automobilismo, ele me falava sobre as corridas no autódromo de Cascavel, com os barrancos lotados, com o pessoal acampando nos finais de semana... pude ver um pouco disso no ano passado, quando fui a Goiânia assistir a corrida da Fórmula Truck. Definitivamente, a sinergia entre público e pista é algo simplesmente mágico. 

 

No domingo em que a Stock Car abriu a temporada de 2012, confesso que estava ansiosa para ver o novo carro da Chevrolet, substituindo o Astra veio o Sonic... que nem é vendido no Brasil, mas o que mais instigava a minha curiosidade era como seria esta nova “proposta”, de corrida logo cedo pela manhã. Na verdade, era um certo temor. 

 

Para quem assiste as corridas de Fórmula 1 pela televisão, o horário das 9 horas da manhã é algo que está na mente de todo fã de corridas. Ele coloca o despertador para tocar às 08:45 horas e, na cama – ou no sofá, expulso/a do quarto pelo/a Namorado/a ou marido/esposa, com uma caneca de café, leite ou chá... de roupão ou pijama. 

 

Agora, para chegar no autódromo, o despertador tem que tocar mais cedo... bem mais cedo. Tem o banho, o café da manhã, o trajeto, a chegada, a batalha nas sempre muito organizadas bilheterias e acessos... e, como não tem lugar marcado, na arquibancada, nas cadeiras ou seja para onde for seu ingresso, chegar cedo para pegar um bom lugar é essencial. 

 

 

 

Posto isso, vem a pergunta: Quantos bravos espectadores, sabendo que a corrida seria transmitida pela TV aberta, iria levantar até mesmo antes do sol nascer em pleno domingo para ir ao autódromo, assistir uma corrida de 40 minutos?!?! 

 

O resultado está nas fotos, mostrando as arquibancadas vazias, algo que não víamos nas provas da categoria mais badalada do automobilismo brasileiro. Será que o outrora “respeitável público”, como anunciava os mestres de cerimônia dos circos da minha infância deixou de ser “respeitável” ou apenas foi realocado: da arquibancada para seu próprio lar? 

 

 

 

A associação de anos entre a VICAR e a Rede Globo de Televisão, com a venda dos direitos de transmissão da maior de suas competições para a maior rede de televisão deveria ser o chamariz para os potenciais patrocinadores exporem suas marcas a um custo menor do que se tivessem que comprar o espaço comercial. O problema é que eles pagavam para ser mostrados... e não o eram! 

 

Durante anos os pilotos e equipes tinham que "vender gato por lebre" para seus patrocinadores, uma vez que todos os anos eram prometidas transmissões de provas e no final, a “grade de programação” não permitia. Tinha sempre um campeonato de biriba, uma partida de frescobol ou a copa do mundo de bola de gude para atrapalhar. Assim, quando aparecia alguma coisa, era um compacto de poucas voltas. 

 

A “solução” encontrada – por enquanto? – foi essa: Corrida no “horário de corrida” e uma prova mais curta para não atrapalhar muito a “grade” das manhãs dominicais. Assim, o “respeitável patrocinador” tomou o lugar do “respeitável público”. O resultado disto foi exatamente o que – no fundo – eu esperava: um autódromo incrivelmente vazio, apesar da transmissão se esforçar em não mostrar os enormes espaços onde via-se apenas cimento, algo que as fotos de quem esteve lá não se preocupou em esconder.  

 

 

Acima, as arquibancadas durante a etapa de abertura da Stock em 2012. Abaixo, uma imagem do mesmo setor em 2011 

 

 

Enquanto isso, na categoria mais popular do país, a Fórmula Truck, o espetáculo do público continua sendo uma das grandes atrações da transmissão. Com a corrida acontecendo por volta das 13:00 horas, o público tem tempo de acordar, se preparar e se deslocar para o autódromo. 

 

Outra diferença entre as duas categorias é que as ações promocionais que envolvem patrocinadores, atrações paralelas na Fórmula Truck são feitos em uma crescente, com a corrida sendo o grande momento ao passo que muitas das ações promocionais da Stock são feitas depois das provas, inclusive... com o autódromo literalmente às moscas.  

 

O que pareceu é que os organizadores da Stock Car finalmente parecem ter conseguido atingir o que seria seu objetivo: mostrar a categoria na maior rede de TV aberta, com provas na íntegra e assim garantindo que seus patrocinadores, bem como os das equipes e pilotos tenham a visibilidade de mais pessoas que qualquer arquibancada pode reunir. Comercialmente falando, talvez esta fosse até mesmo a única 'solução' viável. 

 

 

Aqui, as fotos da 2ª etapa da F. Truck em 2012 no Rio. Arquibancada lotada no estado onde "ninguém gosta de corridas".

 

 

Em suma, o amigo fã de corridas pode ficar em casa, não precisa ir ao autódromo e deve prestar muita atenção na transmissão para saber em qual banco colocar suas economias, em que posto de combustível abastecer seu carro, que medicamentos comprar e em qual farmácia, que energético beber... e a corrida? Ah, a corrida, o público e o autódromo são só pequenos detalhes na transmissão do comercial! 

 

Beijos do meu divã, 

 

Catarina Soares  

 

Last Updated ( Sunday, 15 April 2012 22:25 )