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Written by Administrator   
Wednesday, 04 April 2012 18:57

 

 

Em um mundo onde o dinheiro fala cada vez mais alto e é capaz de submeter cidadãos e governantes a um domínio externo que extrapola o bom senso – e nem é preciso falar grego para entender o que estou dizendo – nestas últimas semanas nós tivemos a oportunidade de ver “a força que ergue e destrói coisas belas”, como diz a letra da famosa música do Caetano Veloso. 

 

Esta “força”, composta de coisas “visíveis e invisíveis” é capaz de qualquer coisa, independente da mesma ser ética ou não. Aliás, ética é algo que não parece ser muito levado em conta quando se trata dos desígnios e interesses do esporte a motor... seja aqui, seja no exterior. 

 

No final de março recebemos o novo calendário do campeonato de Gran Turismo, o GT Brasil, sob “novavelha” direção. Para quem não acompanhou o desenrolar dos fatos, aqui vai um resumo: 

 

No meio da temporada de 2011, Antônio Hermann, Cacique-Mor da SRO Latin América, anunciou seu afastamento da empresa e colocou a venda sua equipe na categoria, com os carros Ford GT 40 e ainda um Porsche GT3. A categoria ficou sob o comando de Francisco ‘Kiko’ Barros, que bem conduziu a categoria até o final do ano, que soube lidar com a drástica redução de patrocínio do Grupo Petrópolis (Cervejas Itaipava, Cristal e TNT) e que planejara todo o seguimento da temporada para 2012. 

 

 

Carlos Col, da VICAR uniu forças com Antônio Hermann para fazer da GT Brasil uma categoria mais forte... e "global". 

 

Eis que, numa série de jogadas de bastidores, daquelas que a grande maioria do público não tem acesso à negociações e muito menos à detalhes, pouco antes do início da temporada 2012 tudo muda: Antônio Hermann volta ao comando da SRO Latin América (que é uma empresa de Stéphane Ratel, o “tio Bernie” do Gran turismo), de braços dados com Carlos Col, mandachuva da VICAR, para mudar tudo o que já havia sido apresentado.  

 

No final de 2011, correu por todos os paddocks tupiniquins que a Rede Globo de Televisão, parte das Organizações Globo, estaria articulando um boicote aos pilotos que viessem a correr por categorias que ela não tivesse os direitos de transmissão – nomeadamente a Fórmula Truck e o GT Brasil, ambos transmitidos pela Rede Bandeirantes. É claro que ninguém assumiu nada sobre o assunto, mas o que era dito é que os pilotos que não fossem “da Globo”, teriam o espaço limitado nas aparições durante corridas, entrevistas, pódios exposição de patrocinadores... ou seja: pressão econômica, pois o piloto precisa mostrar quem o banca (patrocinadores). 

 

Com o acordo entre Hermann e Col, a categoria passaria a ser transmitida pelo canal por assinatura onde a Globo fala alto (Sportv) e isso abriria espaço para que mais pilotos que correm na Stock Car possam participar da categoria dos possantes carrões, em datas e horários do interesse de ambos, para não haver conflito de datas e tirar da concorrência, uma de suas grandes atrações, inclusive excluindo a prova da programação da Fórmula Indy, onde faria a preliminar como no ano passado.  

 

Ao antigo parceiro, que ficou a ver navios, ficou a chance de fazer uma espécie de Brasileiro de Endurance, o GT Series, com provas de 3 horas de duração, com carros bons como os da GT Brasil, mas sem os pilotos que correm na categoria – digamos – principal e sem a transmissão em TV aberta... e talvez sem a TV fechada também, uma vez que as provas com 3 horas de duração seriam um problema para encaixar na grade em pleno domingo. 

 

 

GP da Malásia, 2012: Uma corrida que teve um resultado inesperado... e uma polêmica sobre uma conversa Box-carro. 

 

Pior que isso foi o que aconteceu no GP da Malásia, quando uma instrução subliminar impediu um feito histórico por parte de um garoto mexicano – Sergio Perez – para cima do alteroso Fernando Alonso das Astúrias. 

 

A Sauber se aproximava rapidamente da carroça vermelha – que não está andando nada e que o espanhol tira leite de pedra – numa corrida completamente atípica, onde os campeões do mundo dos três últimos anos cometeram erros bizarros, enroscando-se com a lentíssima HRT do Narain (ou seria Tá Ruim?) Karthikeyan e onde ficamos todos 50 minutos tentando não dormir com a corrida paralisada. 

 

Eis que ouve-se a voz do diletante engenheiro da Sauber falando para o seu piloto: “Sergio, lembre-se que este resultado é muito importante para nós!” Importante como, cara pálida?!?! 

 

Todos que acompanham a F1 mais de perto sabem que a classificação do campeonato e os pontos obtidos geram benefícios para as equipes no campeonato seguinte e os 18 pontos do 2º lugar cairiam muito bem (no ano anterior a melhor posição obtida foi um 5º lugar e a equipe marcou 44 pontos no total). Além disso, sabemos que os motores do carro da equipe suíça são da Ferrari... que anda em crise e tinha seu principal piloto liderando a corrida e prestes a ser ultrapassado. 

 

 

Depois da bandeirada, uma cena rara: Peter Sauber, com o rosto lavado de lágrimas. Seria pelo feito ou por não ter vencido? 

 

Depois da mensagem passada pelo engenheiro, Sergio Perez cometeu um erro e quase pôs tudo a perder, inclusive o “celebrado” 2º posto. Certamente ouvir o que ele ouviu quebrou-lhe a concentração, mas será que foi só isso mesmo? Em 1997, a mesma Sauber, que recebia motores Ferrari protagonizou uma cena que poucos devem lembrar. 

 

Schumacher liderava a úlltima prova do ano, em Jerez de La Frontera, decidindo o campeonato, e Villeneuve se aproximava rápido. Se passasse, tomaria o título do alemão. A certa altura, um retardatário aparecia para ser ultrapassado: era o Argentino Norberto Fontana, da Sauber. Jean Todt correu nos boxes da equipe Suíça e o que se viu na pista foi Schumacher passar Fontana sem problemas e o argentino segurar Villeneuve por várias curvas dando chance ao piloto da Ferrari de abrir uma boa diferença. 

 

Seria meu ponto de vista a mais pura “teoria da conspiração?” Muitos dos amigos leitores podem achar que sim, mas em se tratando de jogadas de bastidores da Fórmula 1, tudo – e mais um pouco – é possível!

 

Por mais injuriantes - ou absurdos - que possam ser as situações acima, nada vai, nunca, superar a capacidade do 'não' anjo - como diz a capa de sua biografia - Bernie Ecclestone, que está à beira de impor "à moda Ecclestone", ou seja, sem assumir que ele É o elemento de pressão, que ele É o maior interessado (além do governo Barenita) na realização da corrida do domingo 22 de abril.

 

 

No melhor estilo 'fazendo-se de desentendido', Bernie Ecclestone age, à sua maneira, para atender seus próprios interesses. 

 

O ápice da dissimulação foi "empurrar" para cima das equipes a responsabilidade de aceitar ou recusar-se a seguir para o Bahrein depois da etapa chinesa. É bom salientar que, aos revolucionários, um possível ataque ao circo da F1 seria uma ação que levaria toda a mídia mundial a desviar os olhos do conflito sírio, atualmente em maior evidência, para o emirado em questão.

 

Sinceramente, não sei porque continuo a assistir corridas... 

 

Abraços, 

 

Mauricio Paiva 

 

p.s. O Fernando deixou o hospital na semana passada. Em breve estará novamente conosco.  

 

 

Last Updated ( Sunday, 15 April 2012 22:28 )