Amigos, a Ferrari está em busca de soluções para o seu carro. A equipe técnica de Maranello luta dia e noite nos computadores e no simulador com questões complexas. Uma delas é como conseguir pressão aerodinâmica na traseira do F2012, usando os gases do escapamento e sem superaquecer os pneus. A resposta a esta e outras questões, pode estar em outra equipe que usa o motor Ferrari: a Sauber. 

A imprensa da Itália já está chamando a evolução da Ferrari de “A nova Ferrauber”, uma mistura de Ferrari e Sauber. Depois da apresentação de gala de Sergio Pérez em pista difícil na Malásia, os olhos da equipe vermelha se voltaram par as soluções encontradas pela equipe suíça. 

A Sauber trouxe uma solução interessante para a sua aerodinâmica traseira, copiada em parte até pela Red Bull. Os gases do escapamento são direcionados para a asa traseira, gerando mais pressão aerodinâmica. Até aí tudo bem, mas uma parte aberta, inclusive questionada antes devido ao regulamento, mas posteriormente aprovada, leva o ar para o extrator na parte de baixo. Tudo isso, relativo ao trabalho dos gases, usa um efeito de mecânica do fluídos chamado de “Efeito Coanda”. 

O nome é em homenagem ao engenheiro romeno Henri Coanda (1886-1972). Esse cidadão foi um pioneiro no estudo da aerodinâmica, e chegou a criar um avião bem evoluído para a época. Coanda inclusive dá o nome ao principal aeroporto da Romênia. O romeno percebeu que um fluído (água, ar, gases em geral – caso dos escapamentos) tende a seguir o trajeto da superfície por onde passa. No caso dos gases dos escapamentos da Fórmula 1, a intenção é criar apêndices e abas para canalizar o fluxo dos gases do motor (que pode chegar até 300km/h) em direção a pontos estratégicos que gerem downforce na traseira. 

A Ferrari está tentando imitar a Sauber justamente para lapidar melhor a sua canalização. Além disso os escapamentos da F2012 foram colocados muito para trás, o que não resolveu muito o caso. O problema da equipe de Maranello nos testes de pré-temporada foi com o superaquecimento dos pneus. Algumas soluções foram encontradas, mas os gases não foram canalizados a contento, e quem penou foram os pneus, que recebendo o fluxo aqueceram acima do previsto. No simulador e no computador, a Ferrari está tentando encontrar uma solução para o caso. 

Ainda neste mês de abril a equipe vai testar em linha reta no aeroporto italiano de Vairano. Depois é aguardar os testes de maio, que podem mostrar uma evolução maior do sistema. Alguns estão comentando por aí que a Ferrari vai levar já um pacote de evoluções para o GP da China, dia 15 de abril, mas sinceramente eu duvido que seja algo substancial. 

Um abraço, e oremos sempre. 

Toni Vasconcelos