
Desde o seu início, a Fórmula E se tornou o esporte pioneiro a receber a certificação por manter uma pegada de Carbono Zero Líquido – em linha com a definição de 2020 da iniciativa Climate Neutral Now das Nações Unidas. Além disso, a Fórmula E deu um passo significativo em direção à sustentabilidade ao aderir à iniciativa Science Based Targets, com o compromisso de reduzir as emissões do campeonato em 45% até 2030, usando a linha de base da Temporada 5 (2019). O esporte já conseguiu uma redução de 24% nas emissões absolutas de Escopo 1, 2 e 3, mesmo continuando a se expandir e sediar um número sem precedentes de corridas. Isso exemplifica a dedicação da Fórmula E à sustentabilidade e mostra seu progresso na minimização de seu impacto ambiental. Após liderar em 2024 o ranking mundial de sustentabilidade da GSBS (Global Sustainability Benchmark in Sport), organização que analisa e classifica o desempenho de organizações esportivas em questões de sustentabilidade. É a terceira vez consecutiva que a categoria elétrica aparece no topo da lista. Com o resultado, a Fórmula E manteve sua liderança mundial no ranking Corporativo, Ambiental, Social e de Governança. Segundo a análise da GSBS, a competição lidera quatro das cinco categorias de desempenho sustentável entre as principais organizações esportivas do mundo. A importância do padrão PAS 2060 O padrão PAS 2060, publicado pela British Standards Institution (BSI), permite que as organizações demonstrem que suas alegações de neutralidade de carbono são confiáveis e verificadas para aumentar a responsabilidade e a confiança do consumidor. Este padrão global oferece orientação sobre como medir, diminuir e compensar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em vários aspectos relacionados aos negócios, alinhando-se com a estrutura de redução de carbono das Nações Unidas. Isso abrange esforços de redução de emissões relativos a atividades, produtos, serviços, edifícios, projetos e eventos. Enquanto as empresas têm a capacidade de calcular suas pegadas de carbono, adquirir créditos e afirmar a neutralidade de carbono, o padrão PAS 2060 estabelece uma estrutura que aumenta a precisão e fornece certificação. À medida que empresas e governos se esforçam para um mundo líquido zero até 2050, um padrão robusto e abrangente como o PAS 2060 se torna cada vez mais significativo. Durante a etapa da Fórmula E em São Paulo, tivemos a oportunidade de conversar com o Sr. Jeff Dodds, CEO da categoria sobre o assunto e também de questionarmos alguns aspectos sobre sustentabilidade na entrevista coletiva dada na sexta-feira, véspera da corrida. NdG: Mr. Dodds, a Fórmula E está assumindo os protocolos do padrão PAS 2060. O que isso significa para o projeto de sustentabilidade da categoria? Jeff Dodds: Ao se alinhar ao padrão internacionalmente reconhecido de neutralidade de carbono, PAS 2060, a Fórmula E está reforçando sua posição de liderança no esporte de elite global e na sustentabilidade. Como uma organização, temos consistentemente nos mantido nos mais altos padrões ao medir, reduzir e compensar nossas emissões, e este novo padrão reafirma esse compromisso. Ele garante que, à medida que continuamos a expandir nosso campeonato, também podemos garantir que a redução de nossas emissões de 45% até 2030 seja sustentável, precisa e certificada no mais alto grau. NdG: São Paulo está abrindo a temporada mais uma vez e como as equipes estão baseadas em sua maior parte na Europa, o impacto do deslocamento precisa ser considerado. O que a categoria tem feito em relação a este e outros impactos diretos ao meio ambiente dentro da filosofia de sustentabilidade da Fórmula E? Jeff Dodds: O princípio da Fórmula E é o da inclusão, não da exclusão. Para além do que acontece entre o início e o final da corrida, uma série de ações são tomadas visando a sustentabilidade do evento e isso vai não apenas à parte técnica, mas também tem aspectos sociais. Fazemos ações de educação e conscientização com comunidades da cidade para transmitir a importância da sustentabilidade através de oficinas de conhecimento, transmitindo informações e ensinando como podemos trabalhar para ter uma relação mais sustentável e quantas mudanças de comportamento eles podem ter. Para esta etapa, conseguimos otimizar nosso transporte e usamos dois aviões e não três como fizemos em março para transportar todo o equipamento para a etapa. Isso já gera uma redução significativa de emissões no meio ambiente da ordem de 25%. NdG: Nesta temporada temos uma inovação, uma evolução do sistema de transferência de potência para as rodas com a tração integral. Estamos na 3ª geração de carros e está vindo para breve a 4ª geração. Como a categoria trata os sistemas antigos de baterias, sistemas de força e outros equipamentos? Qual a efetividade da reciclagem na categoria? Jeff Dodds: Os nossos eventos têm como um dos objetivos principais serem o mais renováveis e o mais recicláveis possível. O evento em São Paulo está fazendo uso de sistemas de energia com base em HVO, ou sejam com o hidrogênio como combustível. Todas as evoluções que fizemos nos carros nós utilizamos equipamentos previamente utilizados em quase todos os aspectos. 100% dos carros das gerações anteriores foram reaproveitados ou reciclados. No caso das baterias, 90% do material foi reciclado e reutilizado. O que não utilizamos nós fornecemos para as indústrias de reciclagem que estão crescendo no mundo e onde o reaproveitamento de metais como cobalto, níquel e lítio é total. Assim, a categoria mostra mais uma vez seu empenho e comprometimento por um mundo sustentável.
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