Meus amigos, tudo bem? Minha ideia era dedicar toda a minha coluna desta quinta-feira, 30 de maio, feriado de Corpus Christis, à minha 24ª participação na maior prova do mundo, a 500 Milhas de Indianapolis. Pra falar a verdade, já estava praticamente prontinha, pois comecei a escrever ainda em Indianapolis na segunda-feira, 26, dia seguinte à corrida e feriado do Memorial Day, aqui nos Estados Unidos. Como vocês souberam há tempos, a Indy 500 seria minha única corrida de IndyCar em 2024, pois estaria focado – como estou – nas minhas novas funções como sócio da equipe. Mas, e se eu contar para vocês que estou indo para Detroit hoje para disputar a prova deste final de semana, a Chevrolet Detroit Grand Prix? Pois é, as coisas mudaram um pouco e vou contar em detalhes para vocês. Todos nós da Meyer Shank Racing (MSR) estávamos muito focados em um bom resultado. Tanto eu, como o Felix Rosenqvist e o Tom Blomqvist sabíamos das dificuldades, mas também do potencial para trazermos para casa alguns bons resultados. Vitória? Sim, vitória inclusive. Mas já na primeira volta as coisas começaram a contrariar as projeções da MSR. O Tom não chegou a completar uma volta, pois esteve envolvido em um acidente, que começou justamente com uma manobra infeliz dele. Não me entendam mal, Tom é um excelente piloto, um verdadeiro acumulador de vitórias e títulos, mas está enfrentando dificuldades nesse início de temporada, sendo esse o “ponto alto” nessa fase difícil. Obviamente que todos nós ficamos aborrecidos com o acontecimento, a começar por ele próprio, que era o mais chateado de todos. Na segunda, todos com a cabeça mais fresca, nos sentamos para conversar e chegamos à conclusão que ele precisava de uma folga. Não é demissão, não é punição, tampouco crucificação de alguém que cometeu um erro involuntário. O que ficou acordado é que o Tom continua 101% ligado à MSR, apenas vai dar uma paradinha para se recuperar dos acontecimentos recentes. Enquanto isso, correrei no carro #66 domingo agora em Detroit e no seguinte, em Road America. Depois disso, a gente vai ver como ficarão as coisas. Agora, depois de toda essa explicação, vou falar da minha corrida em |Indianapolis. O fato de largar em 20º não traduziu o potencial que a gente tinha para largar mais na frente. Obviamente que gostaria de partir da primeira fila, mas não era propriamente em grande problema pelo fato de ser uma corrida longa. Era só não se envolver em confusões na largada e avançar com critério, ou seja, preservando combustível e o equipamento de modo geral. Foi o que fiz. Nossa estratégia estava muito boa, tanto que fui avançando e cheguei a andar em 8º, mas com o número elevado de bandeiras amarelas – foram oito – e algumas dificuldades nos pits não ajudaram. Eu próprio, na última parada, entrei rápido demais, meti o pé no freio e parei meio torto. Deu problema na troca da roda traseira esquerda e, quando saí, havia uma dúvida se a roda estava bem apertada ou não – graças a Deus, estava. Essas perdas pontuais nos prejudicaram na arrancada final, quando a possibilidade de estar entre os 10 primeiros era quase certeza. Bom, agora é acelerar em Detroit e conto para vocês na semana que vem. Forte abraço, bom feriado e acompanhem tudo pela TV Cultura e Canais ESPN. PS – Ops, já ia me esquecendo. Segue a programação do Chevrolet Detroit Grand Prix, sempre no horário de Brasília: Sexta, 31 de maio 16:00 - Primeiro Treino Livre Sábado, 1º de junho 10:10 – Segundo Treino Livre 13:30 – Qualifying Domingo, 2 de junho 10:30 – Warmup 13:30 – Largada para 100 voltas Helio Castroneves Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |