Olá, amigos, tudo bem? Depois de atividades promocionais cumpridas em Nova York, já estou de volta a Indianapolis nesta quinta-feira, 23, contando as horas para me sentar no #06 e participar da minha 24ª Indy 500. Desde a primeira vez, em 2001, mesmo passado quase um quarto de século, digo para vocês que a emoção é muito parecida. Não digo que é igual porque, com o passar dos anos, os desafios e objetivos tendem a ser diferentes, mas o que nunca muda é a alegria de participar da maior corrida do mundo, neste complexo automobilístico extraordinário chamado Indianapolis Motor Speedway. Como meu aniversário acontece no dia 10 de maio, desde 2001 que essa data é comemorada no clima de Indianapolis. Por causa disso, meu aniversário acabou meio que se tornando um “evento” dentro das preparações da Indy 500, o que já gerou muita situação engraçada. E se a gente considerar que já venci quatro edições dessa corrida, cheguei em 2º em três corridas, meu rosto está em todo lugar e tem até rua com meu nome aqui, acho mesmo que posso chamar esse lugar de meu. É também o lugar que reflete o meu amadurecimento enquanto pessoa e passagens marcantes da minha vida. Há uma pergunta que sempre me fazem e que se multiplicou desde o dia 14 de maio, quando começou a programação oficial: Qual das quatro vitórias é mais importante para você? Obviamente que todas foram importantes, mas a resposta atualmente é a de 2021. Não me entendam mal, cada uma delas é especialíssima para mim. A de 2001 foi maravilhosa. Tinha acabado de fazer 26 anos e ninguém apostava em mim como vencedor. Se já tinha sido um feito absolutamente fantástico ter vencido em 2001, repetir a dose no ano seguinte foi algo difícil de definir. A de 2009, por tudo o que havia passado desde o final de 2008, foi uma espécie de renascimento, pois havia enfrentado o momento mais difícil da minha vida, juntamente com minha irmã Kati. Poderia ter destruído minha carreira e a nossa liberdade. Alguém já me disse que quando a noite está mais escura é porque está perto o amanhecer. Pois foi isso o que aconteceu. Fomos absolvidos, ganhei em Indianapolis e aquele ano que poderia ter sido de escuridão, foi de luz com o nascimento da minha filha Mikaella. Agora, a de 2021 foi uma prova de que a fé em Deus e o firme propósito de nunca desistir fazem uma diferença brutal na vida da gente. Como vocês se lembram, fiquei na equipe Penske de Indy entre 2000 e final de 2017. Nos três anos seguintes, continuei trabalhando com a Penske, mas nos protótipos. Quando chegou 2021, meu vínculo com a Penske não existia mais e o que se ouvia na imprensa e no meio da |Indy era que “a carreira do Castroneves acabou”. Que acabou o quê, mané, tinha certeza de que não era o fim.. Fechei um contrato com a Meyer Shank Racing para seis corridas, a primeira justamente em Indianapolis e a história depois disso vocês já conhecem. Hoje sou um dos donos da Meyer Shank Racing, estou me dedicando às minhas novas funções, mas vou correr em Indianapolis por muitos anos ainda. E mesmo que eu volte a disputar um campeonato full time, também nesse caso estarei em Indy 500. Aos 49 anos recém-completados, estou em busca de outro grande desafio, que é vencer a maior corrida do mundo pela quinta vez. Vou lutar para conquistar esse recorde com todas as minhas forças. E se conseguir isso correndo pela minha própria equipe, meu Deus!, nem sei o que pensar. Embalado por esse objetivo e com o apoio extraordinário dos fãs e da minha família, vou atrás desse sonho. E também tem uma coisa. Sou o único que pode fazer isso. O Geferson Kern, narrador da Indy na TV Cultura, pegou a foto oficial dos pilotos e postou nas redes: “Todo mundo tenta, mas só um pode ser penta”, com uma setinha apontada para mim. Dei muita risadas Vamos que vamos, conto com a torcida de você e não percam a prova. Cultura e ESPN transmitirão ao vivo no domingo, com largada às 13:40 no Brasil. E tem mais novidades. A ESPN, durante a semana, mostrará o tape da Indy 500 de 2024 em 10 horários diferentes em sua programação. Quer dizer, ao vivo ou em tape, ninguém pode perder. Forte abraço e até semana que vem. Helio Castroneves Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |