Olá amigos leitores,

Claro que vou falar sobre a corrida no Barber Motorsport Park, mas não tenho como não falar do que considero o evento mais grave da história da IndyCar Series desde o rompimento da CART que criou a Indy Racing League e a Champ Car.

A prática de longa data da IndyCar em suas corridas de rua e de rua é desativar o sistema push-to-pass, que dá aos pilotos uma dose extra de 50cv ou mais, antes das largadas e reinicializações. O sistema só se torna ativo quando a categoria habilita os botões no volante para comandar os motores para fornecer potência extra. Durante o evento do fim de semana passado em Long Beach, a categoria descobriu que os três carros da equipe Penske foram capazes de contornar a restrição do software e usar o push-to-pass a qualquer momento.

Com a questão exposta (inicialmente internamente), uma extensa análise dos dados da corrida nas ruas de São Petersburgo revelou que a equipe Penske manipulou o sistema de ultrapassagem para que os carros nº 2, 3 e 12 tivessem a capacidade de usar Push to Pass nas largadas e relargadas. De acordo com o livro de regras da IndyCar, o uso de ultrapassagens não está disponível durante as corridas do campeonato até que o carro alcance a linha alternativa de largada e chegada.

Josef Newgarden e Scott McLaughlin ganharam uma vantagem competitiva ao usar Push to Pass nas reinicializações, enquanto Will Power, não. A Penske teve os três carros multados em US$ 25.000 e perderão todos os prêmios em dinheiro associados à corrida nas ruas de São Petersburgo. A equipe Penske emitiu um comunicado por meio do presidente Tim Cindric depois que o assunto foi tornado público pela série e culpou um descuido do software pelo problema e pela vantagem subsequente que foi vista quando Newgarden saiu do grid em São Petersburgo para vencer por mais de oito segundos.

A equipe Penske emitiu um comunicado por meio do presidente Tim Cindric depois que o assunto foi tornado público pela série e culpou um descuido do software pelo problema e pela vantagem subsequente que foi vista quando Newgarden saiu do grid em São Petersburgo para vencer por mais de oito segundos e também reconheceu que Newgarden e McLaughlin optaram por usar o acesso ilegal ao poder push-to-pass, o que põe em questão se a vantagem injusta era conhecida antecipadamente e a equipe reconheceu e aceitou as penalidades impostas: Josef Newgarden que cruzou a linha de chegada à frente, e Scott McLaughlin, que foi terceiro, tiveram seus resultados de St. Pete impugnados e Will Power sofreu a perda de 10 pontos no campeonato.

A corrida no Alabama

Ao contrário das duas primeiras corridas valendo pontos na temporada, esta teve ação praticamente a partir das bandeiras verdes serem agitadas pela primeira vez. O final do pelotão de 27 carros se viu em uma confusão ao se aproximar da primeira curva da corrida. Os problemas sofridos por Jack Harvey, Sting Ray Robb e o estreante Kyffin Simpson foram considerados como foram causadas por Rinus VeeKay, que tinha um carro rápido, mas largou em último lugar devido a um problema elétrico na qualificação. O piloto do carro #21 da Ed Carpenter Racing teve que cumprir uma penalidade de drive-through.

O primeiro dos toques (alguns bem fortes) laterais – que foram abundantes ao longo da corrida – foi visto na Curva 5, quando Santino Ferrucci bateu rodas com Bryan Herta. Os dois carros fizeram contato várias vezes antes de Ferrucci avançar. Pato O’Ward teve que tomar medidas evasivas na mesma curva para evitar bater na traseira da Christian Lundgaard. Mais tarde, O'Ward tocou com força em Pietro Fittipaldi e mandou o brasileiro para a barreira de pneus na volta 6, acabando com a corrida do piloto da Rahal Lettermann Leningan.

O'Ward foi punido com um Drive Through e terminou em 23º. Todos os tipos de contato ocorreram enquanto os pilotos passavam pelos oponentes. Entre os mais surpreendentes Marcus Armstrong devolveu sobre Josef Newgarden aquele toque que tomou o passado. Pietro Fittipaldi voltou para a pista, com mais de 15 voltas de atraso e depois da troca do aerofólio traseiro e outros reparos no carro com o intuito de dar milhagem ao piloto que não vem conseguindo boas posições de classificação.

Estratégia: Duas paradas versus três paradas

Mais uma vez, McLaughlin e seu estrategista da equipe Penske foram para a opção de usar uma estratégia de três paradas, a mesma utilizada no ano passado. O grid ficou novamente dividido sobre qual caminho seria preferível e as interrogações aumentaram após as bandeiras amarelas no início da corrida, mas foi a entrada do Safety Car na volta 55 que certamente ajudou a opção por três paradas. Aqueles que adotaram a estratégia de duas paradas precisavam chegar perto da volta 60 para ter a melhor chance de vencer a corrida, mas o momento dessa bandeira amarela e os pit stops que se seguiram significaram que eles tiveram que economizar muito combustível. Fazer a parada final na volta 56 provou ser um grande prejuízo para a vitória.

Livre para andar o mais rápido que pudesse, McLaughlin ganhou dois a três segundos por volta no final da corrida sobre Alex Palou, o líder na estratégia de duas paradas, que não teve como defender sua P4 nas voltas do terço final da prova. McLaughlin conseguiu construir uma vantagem tão grande que ele e Power pararam na volta 75 e ainda assim saíram facilmente na frente de Palou e dos demais.

Não foi uma competição

O estreante da Chip Ganassi Racing, Linus Lundqvist, também estava na estratégia vencedora e conquistou seu primeiro pódio em terceiro lugar. Seu último pit stop foi na volta 70. Felix Rosenqvist da Meyer Shank Racing tornou-se o melhor colocado com duas paradas, em quarto lugar. Alex Palou teve que se contentar com o quinto lugar para estender sua série de resultados entre os oito primeiros nas últimas 21 corridas, terminando em 12º lugar no Portland International Raceway em 2022. Palou está em terceiro na classificação, Rosenqvist em quinto.

McLaughlin conquistou a quinta vitória de sua carreira na categoria, enquanto Power terminou entre os dois primeiros de uma corrida pela 71ª vez em 288 corridas (24,6 por cento). McLaughlin certamente não apagou o grande buraco em que caiu após a desqualificação, mas este resultado ajuda. Ele está a 42 pontos da liderança faltando 14 corridas para o final. Muita coisa ainda pode acontecer, especialmente com metade dos eventos restantes em pistas ovais, onde o Team Penske vem se destacando nas últimas temporadas. Bryan Herta saiu do Alabama liderando o campeonato pela primeira vez em sua carreira na IndyCar Series. Ele tem uma vantagem de um ponto sobre Will Power.

Mais uma prova do equilíbrio da categoria neste ano: Quatro pilotos diferentes venceram as primeiras quatro corridas. O'Ward venceu em São Petersburgo, Palou conquistou os não-pontos no The Thermal Club $ 1 Million Challenge, Scott Dixon venceu o Acura Grand Prix de Long Beach e McLaughlin venceu em Barber. Com a próxima etapa programada para o traçado misto do Indianápolis Motor Speedway no Super Maio, podemos esperar qualquer coisa.

A mais estranha das coisas em Barber

Finalmente, o manequim. Ela é conhecida como “Georgina” e há anos fica presa à passarela sobre a reta entre as curvas 4 e 5. No meio da corrida, ela caiu. Uma das muitas características extravagantes das instalações de George Barber, Georgina quase travou antes de cair na beira da pista. Um de seus braços foi atingido por um carro, mas ela foi resgatada durante a bandeira amarela seguinte, tendo ficado algumas voltas “pedindo carona” ao lado da pista. Certamente foi o um dos mais exóticos eventos para história da IndyCar Series. McLaughlin encerrou sua celebração de vitória tirando uma fotografia com o manequim.

Descanse em paz, Georgina.

Vamos acelerar!

Sam Briggs

Fotos: site IndyCar Media