 Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!
Nesse final de semana tivemos apenas as corridas da FIA Fórmula 2 envolvendo os pilotos brasileiros, aspirantes ao topo da carreira nas categorias mais importantes do automobilismo mundial. No caso, Enzo Fittipaldi e Gabriel Bortoleto. Esta está sendo a terceira rodada dupla das 14 etapas da temporada em quatro finais de semana antes de um grande intervalo até a próxima etapa programada, apenas em meados de maio no circuito de Ímola, na Itália, que não ocorreu no ano passado devido as enchentes que atingiram a região da Emília Romagna. Apesar de muito pedidos, este ano não estarei abordando a FIA Fórmula 3 por falta de pilotos brasileiros no grid. Acho que Rafael Câmara poderia estar no grid, mas não sou dirigente da Prema e nem da Academia da Ferrari. FIA Fórmula 2 Com os horários trocados devido ao fuso horário na Austrália, farei três dias de inserções pela madrugada neste final de semana para acompanharmos os pilotos brasileiros que, nas duas primeiras etapas do campeonato da FIA Fórmula 2 viveram situações bem diferentes. Se em Sakhir deu tudo certo (ou quase) para Gabriel Bortoleto e tudo errado para Enzo Fittipaldi, em Jeddah foi exatamente o oposto. O que poderíamos esperar dos nossos pilotos no Albert Park em Melbourne? 
Na manhã da sexta-feira (na terra dos cangurus) em Melbourne e o céu azul ainda não haviam aquecido o asfalto o suficiente e com isso, abertos os boxes para os 45 minutos do treino livre, foram todos pra pista fizeram o teste com o sistema do virtual safety car e retornaram aos pits. A Pirelli disponibilizou pneus médios e supermacios para esta etapa. Todos estavam com pneus médios na pista e Gabriel Bortoleto, que venceu na FIA Fórmula 3 no ano passado, já colocou uma volta em 1m48,628s. Não era referência ainda e Amaury Cordeel foi pra brita e provocou a primeira bandeira vermelha quando os tempos já entravam na casa de 1m46s. A bandeira verde veio com 32 minutos para o final do treino. Gabriel Bortoleto saiu puxando a fila e marcou uma volta real, na casa de 1m32,769s na volta seguinte, ele baixou para 1m31,043s. Enzo Fittipaldi demorou para fazer uma volta rápida e quando veio a volta de 1m32,950s não era nada boa. Enquanto isso, Gabriel Bortoleto voava e cravava 1m30,373s. Enzo Fittipaldi melhorou e marcou 1m31m412s, mas estava longe dos 10 primeiros faltando 20 minutos de treino. 
Enzo Fittipaldi teve uma volta boa atrapalhada por Ritomo Miyata, que encheu a pista de brita. Faltando 15 minutos pro final e com muita brita na pista Gabriel Bortoleto tinha a P7 e Enzo Fittipaldi era só o P16. Quase todos os pilotos voltaram para os boxes e começaram a voltar para os minutos finais de ação. Enzo Fittipaldi tinha caído pra P18 e Rafael Villagomez acabou com o treino de todos a 3 minutos do final, estragando as voltas de Enzo Fittipaldi e Gabriel Bortoleto, que terminaram na P19 e P8 respectivamente. Na parte final da tarde, depois do treino livre 2 da Fórmula 1 tivemos a classificação para as corridas, especialmente a do domingo. Os brasileiros iam precisar ter competência para virar boas voltas e sorte para não serem prejudicados pelos pilotos que encheram o asfalto de brita e provocaram bandeiras amarelas e vermelhas no treino livre. A performance da Invicta no treino livre foi promissora, a da Van Amersfoort, preocupante. Apesar do sol, a pista estava com menos de 30°C. 
Disparado o cronômetro os pilotos foram logo pra pista e todos com os pneus supermacios. Os pilotos ainda estavam aquecendo os pneus quando Victor Martins rodou sozinho, ficou parado na pista e provocou uma bandeira vermelha com 24 minutos pro final. Todos de volta aos boxes. Jak Crawford e Rafael Villagomez passaram pela grama na curva 1 e as coisas apontavam para uma classificação problemática. 
Recolhido o carro da ART GP e a pista foi liberada. Gabriel Bortoleto e Enzo Fittipaldi deixaram a maior parte dos carros saírem na frente. Depois de aquecerem os pneus os tempos começaram a vir Gabriel Bortoleto fez 1m30,577 e Enzo Fittipaldi 1m31,578s, tempos ainda bem altos.Na sua segunda 1m29,561s. Enzo Fittipaldi não deu uma segunda volta rápida e foi para os boxes. A performance do carro da Van Amersfoort não estava boa. 
Depois daquele retorno aos boxes para colocarem um novo jogo de pneus, fazer alguns ajustes, ter aquela conversa com os engenheiros antes de partirem pra pista novamente. Com 10 minutos para o final, os pilotos começaram a voltar pra pista. Os pilotos deram 2 voltas para aquecer os pneus com calma e com os pneus aquecidos tivemos outra bandeira vermelha, com Jak Crawford errando e batendo forte. Faltavam 4 minutos pro final do treino. Gabriel Bortoleto conseguiu fechar uma volta em 1m29,502s, ficando com a P5 provisória, mas Enzo Fittipaldi não tinha passado e era o P18. 
Na reabertura dos boxes o terror estava posto e Gabriel Bortoleto saiu puxando a fila. Pela posição da equipe nos boxes, Enzo Fittipaldi demorou a ir pra pista. Gabriel Bortoleto errou na sua volta e se isso foi ruim para ele, pior para Enzo Fittipaldi, que escapou e bateu. Gabriel Bortoleto ficou com a P9 e escapou de cair pra fora da inversão de grid e Enzo Fittipaldi ficou com uma terrível P18 para as duas corridas do final de semana. Depois do treino livre 3 da Fórmula 1 era chegada a hora da corrida sprint da FIA Fórmula 2 e os pilotos brasileiros iriam viver realidades bem distintas: Gabriel Bortoleto largava na primeira fila e com boas possibilidades de pódio e vitória. Enquanto isso, depois de sessões de treinos muito complicadas, Enzo Fittipaldi estava largando na P18 e ia precisar operar um milagre para escalar o grid e chegar na zona de pontos em um circuito que não oferece muitas condições de ultrapassagem.  
O céu azul e ensolarado da sexta-feira deu lugar a um céu nublado e com possibilidades de chuva já na corrida da FIA Fórmula 3, mas o tempo foi passando e nada de água cair. Não bastasse tudo de complicado na sexta-feira, Enzo Fittipaldi não conseguiu ir para o grid e largava dos boxes. Os pilotos foram pra pista com pneus médios em seus carros e após a volta apresentação, apagadas as luzes vermelhas para as 23 voltas, Gabriel Bortoleto largou mal e foi acertado com força por Josep Maria Marti, espremido por Izack Radjar, sendo jogado no muro poucos metros após a largada. 
Os pilotos completaram a primeira volta e o safety car estava esperando por eles. Enzo Fittipaldi era o P20 e estava com o pelotão compactado, mas a já constatada demora nos resgates durante o final de semana. Amaury Cordeel foi aos boxes e colocou os pneus supermacios e nisso Enzo Fittipaldi foi pra P19. A relargada veio na abertura da volta 7 e Enzo Fittipaldi tinha 16 voltas pra fazer uma corrida sobrenatural. Rafael Villagomes, na P15 ia segurando o pelotão do fundo. 
Enzo Fittipaldi não conseguia superar Taylor Barnard e na volta 11 a briga entre Paul Aron, Kimi Antonelli e Richard Verschoor deixou o italiano na brita e o holandês no meio da pista. Paul Aron conseguiu voltar pra pista, mas tinha a asa dianteira avariada. Rafael Villagomez não segurou mais a onda e antes do safety car ir novamente na pista Enzo Fittipaldi ganhar a P18. Com dois carros fora da corrida, o brasileiro subiu pra P16. 
Mais um resgate (desta vez menos demorado) e a relargada veio apenas na abertura da volta 15 e Enzo Fittipaldi tinha 8 voltas pra ganhar 8 posições. Paul Aron escapou da pista e o brasileiro subiu pra P15. Taylor Barnard ia segurando Enzo Fittipaldi, que não achava ponto para tentar a ultrapassagem. Na volta 17 Joshua Durksen rodou e caiu pro fim do pelotão. Enzo Fittipaldi foi pra P14, mas não conseguia passar Taylor Barnard. Foi só na volta 21 que o brasileiro superou o inglês, mas estava a 3,5s de Juan Manuel Correa. Ele tirou metade da diferença, mas terminou a corrida na P13. Na manhã do domingo, após a corrida da FIA Fórmula 3, os pilotos da FIA Fórmula 2 vieram pra pista para a disputa da feature race. A corrida com 33 voltas teria Gabriel Bortoleto largando na P9 e precisando se recuperar dos problemas da corrida do dia anterior, onde não percorreu sequer 100 metros. Mais difícil era a situação de Enzo Fittipaldi, que largando na P18 e com um carro que não mostrava estar bem na pista australiana ia precisar de uma estratégia combinada com algo diferente para chegar na zona de pontos.  
Gabriel Bortoleto estava largando com pneus supermacios. Enzo Fittipaldi largou com pneus médios. Após a volta de apresentação os pilotos se reposicionaram no grid e, apagadas as luzes vermelhas, Gabriel Bortoleto largou mal novamente e caiu para a P12, mas se recuperou a volta e fechou a primeira volta na P10. Enzo Fittipaldi foi cauteloso e acabou caindo pra P19. Na volta 4 Enzo Fittipaldi superou Amaury Cordeel e na abertura da volta 5 Gabriel Bortoleto foi o primeiro a ir para os boxes com algum problema mecânico e perdeu uma volta em relação ao grid. Com isso Enzo Fittipaldi subiu pra P17. 
Na volta 7 teve um enrosco entre Joshua Durksen, Zak O’Sullivan e Jak Crawford. Bom pra Enzo Fittipaldi que subiu pra P14. foi acionado o virtual safety car e Gabriel Bortoleto voltou para os boxes e acabou abandonando. Na relargada, abrindo a volta 9, Taylor Barnard escapou da pista e Enzo Fittipaldi passou Ritomo Miyata e subiu pra P12. Na abertura da volta 10 a maioria foi pros boxes. Enzo Fittipaldi subiu pra P3 e na volta dos pits Dennis Hauger bateu forte e provocou a entrada do safety car na volta 11, estragando a estratégia de quem largou com pneus macios. 
A relargada veio na abertura da volta 16 e Enzo Fittipaldi caiu pra P5 superado por Jak Crawford e Roman Stanek. Na volta 17 Isack Radjar passou o brasileiro que foi pra P6 e ainda tinha que fazer sua parada obrigatória. Enzo Fittipaldi era apertado por Paul Aron e vinha segurando o pelotão atrás dele, mas a partir da volta 20 começou a se aproximar de Roman Stanek e na disputa pela P5, foi empurrado pra fora da pista e caiu pra P9. Com os pneus sujos de brita, foi superado por Ritomo Miyata e foi pra P10. 
Roman Stanek perdeu posições e foi superado por Enzo Fittipaldi na volta 26, mas tinha Richard Verschoor de pneus novos atrás e acabou voltando pra P10. na volta 29 Franco Colapinto passou o brasileiro que continuou na pista até a abertura da volta 32, quando fez sua parada e voltou na P18 (o último na pista), onde terminou a prova. A categoria saiu de Melbourne com Enzo Fittipaldi ainda na P6. Com seus 32 pontos e Gabriel Bortoleto na P12, com 15 pontos antes do intervalo até Ímola. E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando as categorias de base com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em qualquer dos continentes pelo mundo e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. Um abraço a todos, Genilson Santos Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. | 
