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Fórmula E Eletrizante em São Paulo. Nos EUA, 12 Hs de Sebring e NASCAR em Bristol PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 18 March 2024 16:41

Olá leitores!

 

Como estão? Espero que todos bem, se hidratando bastante nesse calor insano que está fazendo. Posso assegurar que a sensação térmica no Sambódromo do Anhembi nos dias do E-Prix de São Paulo fazia o público sentir como os alimentos ficam dentro da AirFryer. Mas essa corrida é papo para outro parágrafo. Foi um final de semana com boas opções para o fã de esporte a motor acompanhar, então apesar dos pesares acabou sendo positivo.

 

Vamos começar com as 12 Horas de Sebring, uma corrida das mais interessantes e que teve um final digno de corrida curta, com uma intensa disputa nas voltas finais entre o Acura #40 da Andretti (conduzido pelo Deletraz no final) e o Cadillac #01 da própria fábrica (sob comando do experiente Sébastien Bourdais), com o Acura concretizando a ultrapassagem em um momento de negociação com o tráfego de retardatários, já nos minutos finais da prova. Emocionante como o IMSA costuma ser. A disputa foi a cereja no bolo de uma corrida “pegada” em boa parte de sua duração, com o piloto do pace car tendo de trabalhar um bocado neste sábado. O pódio da GTP ficou completo com o Porsche #7 da Penske, vencedor de Daytona, que teve Felipe Nasr como um de seus pilotos. Na LMP2, a equipe Era Motorsport apostou na juventude e deu certo: uma hora e meia antes da corrida começar, o carro #18 recebeu o garoto Connor Zilisch (17 anos) em sua tripulação, e o garoto não fez feio, conduzindo com segurança o carro na liderança depois que os 3 colocados à frente dele pararam para um splash-and-go antes da bandeirada, e contando com a sorte de uma nova bandeira amarela faltando 35 minutos para o final (a bandeira amarela anterior saiu com 40 minutos para o final) não precisou reabastecer, apenas se cuidando para frustrar os ataques de Felipe Fraga (#74) e Mikkel Jensen (#11) posteriormente. O pódio ficou completo com a tripulação do carro #22 da United chegando em 3º. Dentre os GTDPro, vitória do Lexus #14 sobre o Ferrari #62 que tinha Daniel Serra entre seus pilotos, com o Lamborghini #19 ocupando o degrau mais baixo do pódio. E na GTD novamente um carro da Ferrari em 2º, dessa vez o #47, que chegou muito perto do Mercedes #57 vencedor da categoria. No degrau mais baixo, a tripulação do Porsche #120. A próxima etapa, em Long Beach, terá a presença apenas dos GTP e dos GTD.

 

A NASCAR foi até Bristol para uma etapa que acabou sendo um anticlímax: como as últimas 3 corridas de começo de temporada em Bristol foram com terra, no retorno ao piso de concreto para essa época do ano a Goodyear se atrapalhou alegremente no composto de pneu levado pra corrida e a nota da corrida foi o gerenciamento de consumo dos pneus, que acendeu o alerta após o primeiro jogo de pneus do domingo durar apenas 50 voltas, em muitos casos com desgaste suficiente para o encordoamento interno aparecer em um dos lados da banda de rodagem. A Goodyear forneceu um jogo extra para cada piloto (claramente não suficiente) e o pessoal na pista que se virasse para economizar pneus. Nesse cenário, os pilotos mais experientes acabaram tendo vantagem, e a vitória ficou nas mãos de Denny Hamlin, que bateu seu companheiro de JGR Martin Truex Jr. por cerca de 1 segundo de vantagem. Hamlin também foi o piloto com maior número de voltas lideradas, 163, em uma prova que teve o recorde de 54 trocas de posição na liderança. Em 3º outro experiente, Brad Keselowski, com o primeiro “novinho” apenas em 4º, Alex Bowman. Top-5 se encerrou com Kyle Larson. Ty Gibbs, vencedor dos dois primeiros segmentos, terminou apenas em 9º. Ou seja, todos os segmentos vencidos por carros Toyota, para tristeza dos rednecks mais tradicionalistas. Kyle Busch teve um dia de Felipe Massa, um “domingo para esquecer”, terminando apenas na 25ª posição, 2 voltas atrás dos líderes.

 

E por último o grande evento do final de semana, o E-Prix de São Paulo, que mais uma vez entregou emoções que as outras provas por ter uma pista com um traçado melhor desenhado que as outras etapas. Simples assim, pista boa gera corrida boa. O resultado vocês já devem ter lido com mais propriedade e detalhes nos relatos de diversos companheiros da imprensa que lá estavam trabalhando duro para levar o quanto antes a informação para seus sites (sábado sentei perto do Sam Smith, do site The Race, e foi uma aula observar ele trabalhando), então passo o resultado sim, com a vitória espetacular de Sam Bird (McLaren) sobre Mitch Evans (Jaguar) na última volta, manobra que fez a sala de imprensa vir abaixo em aplausos. O pódio ficou completo com Oliver Rowland (Nissan), enquanto os brasileiros não tiveram um bom sábado. Lucas di Grassi terminou em 13º lugar, enquanto Sette Câmara acabou desclassificado da corrida por acreditar em informação errada passada pela própria equipe, que disse pra “desconsiderar o consumo de energia e focar apenas na temperatura”, tendo por conta disso consumido mais energia do que o estabelecido para a corrida. Mas o foco dessa coluna não é exatamente esse tipo de informação, que como já disse diversos colegas passaram de maneira mais rápida e mais detalhada, mas informar como foi o evento em si como um todo.

 

Hora de passar pra vocês como foi a experiência da cobertura presencial da etapa da Fórmula E em São Paulo. Para começar, o óbvio: paulista é incapaz de fornecer informações corretas. Daí que entre eu chegar no Anhembi e encontrar o posto de credenciamento de imprensa foi uma hora de caminhada de um lado para outro e um tombo nas perfeitas calçadas de São Paulo. Pra quem não teve a infeliz oportunidade de as conhecer, são ásperas, bem ásperas, e me ralei consideravelmente. Sala de imprensa como deveria ser o padrão em eventos nacionais como Stock Car e Truck, ar condicionado bom, banheiro limpo e com os necessários apetrechos para a higienização do jornalista, o jornalista tratado como gente. Sem falta de opções de alimentação e hidratação.

 

Nas entrevistas coletivas equipes e pilotos deixaram transparecer que a alta temperatura prevista pro sábado não assustava, ao menos no que refere aos pilotos. Se eles tinham preocupação com pneus e freios se deteriorando mais rápido, não deixaram transparecer.

 

Algo que em minha opinião ficou claro é que o Sette Câmara está mais "focado" na categoria, como ficou claro na explicação que ele deu a respeito do projeto que ele mantém em Belo Horizonte com a supervisão do pai, selecionando alunos da rede pública de acordo com as notas e levando 14 deles para treinar com karts duas vezes por semana. Pode parecer pouco, mas esse tipo de iniciativa é mais do que muito piloto de mais fama e recursos faz pelo esporte.

 

Foi dada ênfase à questão do vácuo nessa pista, por conta das curvas apertadas e das retas longas. Justamente um dos diferenciais dessa pista para outras em que a categoria corre, propiciando maior quantidade de pontos de ultrapassagem.

 

E chegamos ao sábado, dia do treino classificatório e da corrida, e aquele esquema de acesso que funcionava na sexta-feira foi completamente modificado pelos “jênios” da CET,  Central de Engarrafamento de Trânsito, que modificaram completamente o acesso ao hotel ao lado da pista, o carro de aplicativo que peguei não conseguia acessar a entrada pro hotel (fomos bloqueados por um dos “peritos” agentes que estavam desviando todos do acesso) e tive que dar uma volta gigante pra descer perto do Clube Esperia (que fica mais mais de 1km do acesso que eu precisava descer) e caminhar até a entrada do hotel. Por precaução, registrei com fotos o “brilhante” desvio feito pelos iluminados (no melhor estilo Stephen King) da CET. E não, não adianta vir algum engravatado que assumiu cargo na autarquia por indicação política dizer que “o esquema funcionou a contento”. Não funcionou, pois eu estava dentro do carro que teve acesso negado. Enfim, a CET representa fidedignamente o morador da capital, trabalha mal, de má vontade e de maneira errada.

 

Nem vou comentar o brilhante incidente do balão caindo na pista, vizinha a um aeroporto. Esse também é um forte indicador da capacidade paulista de organização de eventos.

 

Na sala de imprensa a gente ficou com a transmissão oficial em inglês. Comentários da Simona de Silvestro, Dario Franchitti, entre outros feras. Não posso dizer que não gostei disso.

 

Algo que ficou claro é que aquilo que dependeu de organização da FIA foi nota 10. Simplesmente não haviam críticas a serem feitas. Já o que dependia da organização local... para ser educado, usando a imortal frase do mestre Claudio Carsughi, foi um clamoroso fracasso. O que é triste, pois muita gente que reclama do evento no site da categoria na verdade não reclama por aquilo que foi responsabilidade da Fórmula E, mas da Prefeitura de São Paulo. Um esquema de trânsito completamente diferente no sábado que na sexta, e sem aviso, é (ir)responsabilidade da Prefeitura. Má conservação dos acessos? Prefeitura. Falta de informação para se dirigir aos lugares? Prefeitura. Espero que para a próxima edição (se é que teremos uma próxima, após tanto feedback negativo propiciado pela incompetência do organizador local) a categoria consiga ter mais ingerência nos arredores do local do evento. No que depender da Prefeitura de São Paulo, sempre existirão críticas devido à incompetência generalizada por parte dela.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.

    
Last Updated ( Monday, 18 March 2024 16:46 )