O RB20 mostrou, no GP do Bahrein, abertura da temporada, que é o carro a ser batido no Campeonato Mundial deste ano. Já nasceu vencedor, assim como seu antecessor, o RB19. Conduzido pelo maestro Max Verstappen, que guia como o veterano Alonso, liderou de ponta a ponta, sem ser incomodado. 2024 será como 2023? Existem alguns indícios de que haverá maior resistência de equipes como Ferrari, Mercedes e McLaren.

Para entendermos as possibilidades reais das equipes na competição, é preciso analisar comparativamente a formação do grid dos GPs de Bahrein do ano passado e deste ano. Verstappen também foi o mais rápido em 23. Na ocasião registrou o melhor tempo em 1m29s708 e no deste ano cravou 1m29s179, baixando em 0s528. Mais significativo é constatar a diferença de tempo de 1s276 entre o pole Max e o 9º, Ocon. A mesma colocação entre o 1º (Verstappen) e o 9º (Hamilton) os carros estavam, este ano, separados por 0s531 A evolução é notável! Diminuiu entre eles o tempo em 0s700. Uma diferença de 0s446 que separava 4 carros em 2023 é muito maior que a diferença de 0s531 que separa 9 carros em 2024.

Na formação do grid: 1º) Max Verstappen (Red Bull) marcou 1m29s179, vindo a seguir: 2º) Charles Leclerc (Ferrari) 1m29s407, 3º) George Russell (Mercedes) 1m29s485, 4º) Carlos Sainz (Ferrari) 1m29s507, 5º) Sergio Perez (Red Bull) 1m29s537, 6º) Fernando Alonso (Aston Martin) 1m29s542, 7º) Lando Norris (McLaren) 1m29s614, 8º) Oscar Piastri (McLaren) 1m29s683, 9º) Lewis Hamilton (Mercedes) 1m29s710 e 10º) Nico Hulkenberg (Haas). Diferença de 0s531 entre os nove primeiros colocados. Provavelmente a menor diferença da história. Vamos conferir essa informação.

A corrida aconteceu sem o registro de acidentes significativos. Com Verstappen sumindo na frente a disputa das posições a seguir eram protagonizadas pelos pilotos  das cinco melhores equipes. Perez subiu do 5º para o 2º lugar, se aproveitando da superioridade do RB20. Enfrentando problemas com os freios, Leclerc caiu do 2º para o 4º lugar, enquanto Sainz subiu do 4º para o 3º. Alonso, com uma eficiência inacreditável aos 42 anos, largou em 6º e chegou em 9º. A classificação final: 1º) Max Verstappen (Red Bull), 2º) Sergio Perez (Red Bull), 3º) Carlos Sainz (Ferrari), 4º) Charles Leclerc (Ferrari), 5º) George Russell, 6º) Lando Norris (McLaren), 7º) Lewis Hamilton (Mercedes), 8º) Oscar Piastri (McLaren), 9º) Fernando Alonso (Aston Martin) e 10º) Lance Stroll (Aston Martin). Cinco equipes dominaram o GP do Bahrein, nos 10 primeiros lugares: Red Bull, Ferrari, Mercedes, McLaren e Aston Martin e, tudo indica, dominarão o Campeonato. Todos os 20 carros que largaram terminaram a prova: 10 completaram as 57 voltas, 9 completaram 56 e 1 chegou às 55. Pode ser mais um recorde histórico. Vamos conferir.

Sauber, Haas, RB, Williams e Alpine deixaram bem claro por que estão pelo menos um passo atrás. Sauber e RB estão em posição intermediária há anos, Haas parece estar satisfeita com sua posição na retaguarda, a Williams melhora devagar, mas evolui. A grande decepção fica com a Alpine, que caiu do meio do pelotão para o final. A equipe francesa promete uma total reestruturação. Alguns técnicos foram demitidos ainda no Bahrein.

Christian Horner é chefe da equipe Red Bull desde a sua criação em 2005. Desde então comandou os destinos do time austríaco, a organizou de forma tão eficiente que conquistou seis vezes o Mundial de Construtores e outras sete vezes o de pilotos. Horner foi acusado de assédio, não ficou claro que tipo, por uma funcionária da patrocinadora Red Bull. Por ser uma questão interna, a empresa optou por decidir em reunião, acontecida na última semana. Horner foi absolvido e o caso dado por encerrado. Eis que surge Jos Verstappen, pai do piloto sensação do momento, afirmando que se Horner permanecer no comando a equipe Red Bull vai “implodir”, ou algo parecido. O que motivou Jos a interferir só se sabe internamente na equipe. Criado novo impasse. Para Horner o prejuízo à sua imagem é danoso e irreversível, mesmo que continue no comando da Red Bull, que também deverá sofrer as consequências. Lamentável.

Próximo encontro: GP da Arábia Saudita, dia 9 de março.

Luiz Carlos Lima

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