Oi, amigos, tudo bem? Hoje estou escrevendo minha coluna aqui em Las Vegas, no estado de Nevada, onde estou participando da convenção anual da American International Automobile Dealers Association, cuja sigla é AIADA. Trata-se de um evento gigantesco e totalmente voltado para esse fortíssimo setor da economia dos Estados Unidos, que é o da comercialização de automóveis. Ao longo da história do automobilismo norte-americano, muitas grandes equipes foram criadas por concessionárias ou mesmo patrocinadas por elas. É só rodar pelo país e encontrar revendas Penske em todo lugar, assim como da AutoNation, que patrocina nossa equipe, a Meyer Shank Racing. No Brasil, mesmo quando eu comecei a correr na Fórmula Chevrolet, muitos concessionários da marca participaram da categoria. Já havia acontecido antes, quando a Stock Car começou com o Opala e depois passou para o Ômega. E isso aconteceu também nos campeonatos Ford, Fiat e em competições multimarcas. Estão em Vegas, desde as grandes empresas fabricantes de veículos, até a indústria de pequeno porte que desenvolve equipamento para lavar rodas, por exemplo. De uma ponta a outra, estão os desenvolvedores de softwares administrativos e de gerenciamento de vendas, o setor mecânico e todo o seu maquinário e dispositivos eletrônicos, o setor financeiro que oferece crédito para que o consumidor possa adquirir seu carro num formato que caiba no seu bolso e muito, muito mais. É um momento importante também porque é uma ocasião em que as montadoras, diante de seus revendedores, fazem um balanço do ano anterior e projetam as estratégias que serão aplicadas no curto, médio e longo prazos. Por outro lado, diante dos líderes da indústria, os revendedores dão suas sugestões, fazem suas críticas. Nem sempre é um encontro fácil, pois há discussões, às vezes até acaloradas, sobre pontos discordantes. Essa paixão demonstrada nessas conversas se justifica pelo tamanho desse mercado. Claro que eu não sou especialista nisso, mas por aqui informam que existem quase 20 mil concessionárias de carros novos nos Estados Unidos, empregando algo em torno de 1 milhão de pessoas. Esse povo todo trabalha duro porque, em média, cerca de 15 milhões de carros são vendidos anualmente por aqui. Apesar desses números grandiosos, o setor tem suas dificuldades e demandas. Uma coisa que está sendo discutida é a política do governo do presidente Joe Biden para carros elétricos. Alguns setores estão muito entusiasmados com essa tecnologia e os incentivos do governo. Outros, pensam diferente. Eles acham que o governo está implantando essa política de modo muito rápido, numa velocidade difícil de ser acompanhada, pois exige investimentos muito altos. Nesse caso, “alto” não significa apenas o investimento para adequar as concessionárias nas áreas de vendas e assistência técnica, mas também o desenvolvimento e implantação de novos serviços e a necessidade de toda uma infraestrutura para atender as demandas de um futuro majoritariamente elétrico, diferentemente do que acontece hoje. Outra coisa incrível que está acontecendo atualmente é a utilização de inteligência artificial em vários setores do segmento automóvel. Esses temas são apaixonantes e aprendo bastante, principalmente porque não estou no dia a dia do setor. Tenho aproveitado para estar no maior número de conferências da indústria automobilística, tais como Stellantis, Ford, GM, Toyota, entre outras. Algumas você tem de deixar de lado, pois acontecem na mesma hora, mas tem sido muito legal. É isso, vou ficando por aqui porque há muito o que fazer aqui ainda. Abração e até semana que vem. Helio Castroneves Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |