A até poucos anos atrás as equipes de Fórmula 1 evitavam firmar contratos com mais de dois nos de duração com seus pilotos. Exceção para casos como o de Michael Schumacker, por óbvio. Tanto a Ferrari, em relação a Charles Leclerc (26 anos), como a McLaren, em relação a Lando Norris (24 anos), anunciaram a firmação de contratos de “múltiplos anos” com esses pilotos. Não tornaram público quantos anos, mas especula-se que Leclerc tenha renovado até o final de 2029. Com Norris deve ter sido algo parecido.

George Russell, prestes a completar 26 anos, contrato para encerrar no final de 2024, deve ainda estar nos planos da Mercedes para substituir Hamilton na liderança da equipe. A Alpine dispõe de Pierre Gasly (27 anos) e Esteban Ocon (27 anos), dois pilotos que apresentam bons desempenhos muito parecidos, que tiram do limitado carro tudo o que ele pode oferecer. Ambos têm contratos curtos, nunca foram amigos, e o que os franceses vão decidir está difícil prever.

A situação da Red Bull é a mais tranquila do mundo. Dispõe de Max Verstappen (26 anos), considerado o melhor piloto do mundo, e não é exagero, e o carro que tem sido imbatível. O holandês já assinou, segundo os comentários mais comuns, até o final de 2026. Essa é a dupla carro/piloto a ser batida. O RB20 é uma evolução, em pequenos detalhes, do já mais bem sucedido da história, o RB19. Já a realidade da Aston Martin é completamente diferente. Seu piloto líder, Fernando Alonso, apesar de toda a sua competência, está muito próximo de encerrar a carreira e Lance Stroll (25 anos) não tem nenhum futuro promissor na Fórmula 1.

Entre as equipes Haas (Magnussem e Hulkenberg), Stake (Bottas e Zhou), Visa (Alpha Tauri) (Tsunoda e Ricciardo) e Williams, merece destaque Alexander Albon (27 anos), que levou seu limitado carro da Williams a pontuação várias vezes em 2023 e parece ser o único com boa projeção de futuro. O tailandês tem sido procurado por equipes maiores e deverá assumir um cockpit melhor em 2025.

Fernando Alonso (42 anos), Lewis Hamilton (39 anos), Nico Hulkenberg (36 anos), Sergio Perez (34 anos), Valtteri Bottas (34 anos), Daniel Ricciardo (34 anos) são pilotos em fase final de carreira. Alonso deverá correr por mais no máximo dois anos, enquanto Hamilton tem no máximo quatro. Os demais dependem de ter carro disponível para guiar ou não. A maioria se despedirá nos próximos três anos.

Max Verstappen (Red Bull), Charles Leclerc (Ferrari), Lando Norrris (McLaren) e George Russell (Mercedes) são os pilotos que deverão dominar a Fórmula 1 nos próximos 10 anos. Eles são pilotos extremamente talentosos, são ainda muito novos, têm contratos longos, com exceção de Russell, e estão nas melhores equipes do grid. Só uma catástrofe mudará essa realidade. Merece uma menção honrosa o piloto Carlos Sainz (29 anos), que mesmo não sendo tão rápido quanto Leclerc na Ferrari, conseguiu várias vezes chegar na frente do monegasco. É excelente em condições de corrida. Se permanecer na Ferrari será segundo piloto. A melhor opção para o espanhol, que já estaria conversando com os alemães, seria assumir o posto de piloto líder da Audi, que deverá estrear na Fórmula 1 em 2026.

A Fórmula 1 terá algumas vagas no final de 2024, acreditamos. O nosso Felipe Drugovich terá mais uma chance de alinhar como titular. Na mesma condição deverão estar Gabriel Boroletto e Enzo Fittipaldi. Os brasileiros e os demais que conseguirem um cockpit terão de se contentar com carros inferiores aos dos primeiros pilotos das maiores equipes. Existe sempre a chance de uma ou duas equipes menores desenvolverem projetos bem sucedidos, o que aumenta a possibilidade de sucesso, mesmo que relativo ou temporário.

Isso é Fórmula 1! A categoria do automobilismo que “separa os homens dos meninos”, como diria o saudoso Giu Ferreira.

Luiz Carlos Lima

Visite o site do nosso colunista

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.