Olá Leitores,

Continuo mantendo a chamada do nosso estimado Alexandre Bianchini, que continua no gozo de suas merecidas férias (e ele estará de volta na próxima semana).  

Felizmente tive um excelente assunto para tentar escrever algo decente: as 24 Horas de Daytona. Claro que também tivemos neste final de semana a abertura do WRC, com o Rallye de Monte-Carlo, assunto que conta com a melhor cobertura na mídia eletrônica sobre o campeonato mundial de rally – palavras da assessoria de imprensa deles – feita pelos nossos parceiros na Itália. Tivemos também a abertura da temporada do automobilismo nacional com as Mil Milhas Brasileiras, que será comentada na coluna Papo Reto, com Paulo Alencar (e seja o que Deus quiser).

A 62ª edição das 24 Horas de Daytona teve – inicialmente – 6 brasileiros no grid: Na categoria principal estavam Felipe Nasr na Penske/Porsche, Augusto Farfus Jr. na BMW e Pipo Derani na Whelen /Cadilac. Na classe LMP2 a Riley Motorsport tinha no mesmo carro Felipe Fraga e a estreia de Felipe Massa na competição e na classe GTD PRO Daniel Serra estava na Risi Competizione (representante oficial da Ferrari). O grid de largada das 24 Horas foi definido no final de semana anterior e Pipo Derani cravou o novo recorde do misto de Daytona com seu Cadillac #31 (1:32.656s) e tem com ele no carro Jack Aitken e Tom Blomqvist. Felipe Nasr, com o Penske/Porsche #7, junto com Dane Cameron, Matt Campbell e Josef Newgarden, largam na P7. Augusto Farfus Jr. consegui a P11 com o BMW e divide o carro com Jesse Krohn, Philipp Eng e Dries Vanthoor. Na classe LMP2, Felipe Fraga e Felipe Massa, juntos com Gar Robinson e Josh Burdon largarão em 4° na classe e P13 na geral com o carro #74. Daniel Serra, ficou com a da 5ª colocação na classe GTD PRO (34º no geral) juntamente com Davide Rigon, Alessandro Pier Guidi e James Calado na Ferrari #62. De última hora, um outro brasileiro se juntou ao elenco de pilotos. Clement Novalak machucou-se nos boxes na véspera da corrida e Pietro Fittipaldi foi chamado para substituí-lo, na equipe Europool, juntando-se a Tom Dilmann, Jakub Smiechowski e Nick Boulle no carro #52. No total, 59 carros estavam largando.

Desde o início, tanto o Porsche 963 da PPM quanto os dois Cadillacs mostraram ritmo semelhante, e parecia evidente que tudo se resumiria a uma luta entre Porsche e Cadillac pela vitória. Nas horas da noite (mais frias) e nas primeiras horas da manhã, os Porsches parecem levar vantagem. Mas à medida que o dia esquentava, o Cadillac #31 ganhou força. Entrando nas duas horas finais da corrida, Blomqvist apertou o ritmo e chegou em Felipe Nasr.

O equilíbrio entre o Penske/Porsche #7 e o Cadilac #31 durou toda a prova. Blomqvist levou seu carro para os boxes mais cedo do que o necessário, mas bem dentro da janela para chegar ao final em mais uma parada. Nasr trouxe o Porsche três voltas depois com energia total e pneus novos, saindo dos boxes à frente de Blomqvist. No entanto, com o Cadillac com pneus quentes e Nasr ainda com temperatura elevada, ele conseguiu se apertar ao entrar na Curva 1.

Mas depois de mais de quatro horas de corrida com bandeira verde, uma advertência tardia criou uma corrida de 30m até o final e veio na hora certa para os GTPs fazerem sua parada final para um preenchimento rápido. A equipe da Penske tirou Nasr primeiro, e essa foi a corrida. Blomqvist fez tudo o que pôde, inclusive estabelecendo a volta mais rápida da corrida em 1m35.554s faltando 23m para o fim, mas não conseguiu avançar sobre Nasr enquanto o Porsche conseguia melhores brechas no trânsito. Quando a peça caiu logo após 13:40, Nasr foi o primeiro a reivindicar a vitória.

Em contraste com a estreia dos carros LMDh em GTP em 2023, quando tanto Acuras quanto Cadillacs rodaram sem grandes problemas, dois concorrentes importantes de cada um foram vítimas de problemas na corrida. O #10 WTRAndretti Acura ARX-06 de Ricky Taylor, Filipe Albuquerque, Brendon Hartley e Marcus Ericsson parou depois de pouco mais de oito horas com Albuquerque ao volante, logo após detectar um cheiro estranho. O problema foi diagnosticado como um problema de fiação e, embora tenha sido substituído e o carro retornado à pista após um longo reparo, ele acabou sendo retirado de serviço.

O Cadillac Racing V-Series.R #01 da Chip Ganassi Racing parecia ter ritmo para a vitória com Sebastien Bourdais, Renger van der Zande, Scott Dixon e Alex Palou, mas foi para a garagem no meio da noite com um problema mecânico não diagnosticado e nunca reapareceu. Ambos os BMW M Team RLL M Hybrid V8 tiveram dificuldades durante a noite. Ambos foram reparados e voltaram à pista, mas terminaram 13 (#25) e 15 (#24) voltas atrás. Dwight Merriman, Ryan Dalziel, Connor Zilisch e Christian Rasmussen conquistaram a vitória no LMP2 depois de emergirem como candidatos durante a noite. A equipe se recuperou de um incidente inicial em que Merriman foi pego em contato com outros carros e seguiu em frente, subindo continuamente na ordem para reivindicar a segunda vitória para Era e para Dalziel e Merriman juntos depois de vencerem em 2021. Foi a terceira vitória de Dalziel Vitória Rolex 24, e a primeira para Rasmussen e Zilisch, de 17 anos.

Rasmussen teve uma vantagem sólida apagada pelo amarelo final, mas não só conseguiu se manter na frente, como ampliou-a para uma margem de vitória de 6,8s. George Kurtz, Colin Braun, Malthe Jakobsen e Toby Sowery terminaram em segundo lugar no No. 04 CrowdStrike Racing da APR ORECA. A Riley Motorsports ficou em terceiro com Gar Robinson, Felipe Fraga, Josh Burdon e Felipe Massa no número 74 da Riley Motorsports ORECA.

Que diferença um ano faz. Depois que os dois Porsche Penske Motorsport 963 não chegaram nem perto do pódio em sua estreia em 2023, todos os Porsche no Rolex 24 em Daytona, incluindo os carros privados da JDC-Miller MotorSports e Proton Competition, rodaram quase perfeitamente. Foi o time nº 7 da Porsche Penske Motorsport 963, formado por Felipe Nasr, Dane Cameron, Matt Campbell e Josef Newgarden, que foi um pouco mais perfeito ao reivindicar a vitória, a primeira de todos eles e a primeira vitória da Penske desde 1969. Foi a 19ª vitória geral no Rolex 24 para a Porsche e a primeira desde 2010.

Pipo Derani, Jack Aitken e Tom Blomqvist terminaram em segundo lugar no #31 da Whelen Cadillac Racing V-Series.R, perdendo 2,112s após quase 24 horas de corrida e apesar de ter feito o que Derani descreveu como uma corrida impecável. Improvavelmente, o #40 da Wayne Taylor Racing com Andretti Acura ARX-06 terminou em terceiro nas mãos de Jordan Taylor, Louis Deletraz, Colton Herta e Jenson Button, segurando o #6 PPM Porsche 963 no final. O #40 parou no meio da noite, mas um reset fez o carro andar e a estratégia colocou o carro em uma posição melhor do que se poderia esperar.

Os brasileiros foram destaque de uma forma geral. Além da vitória do carro de Felipe Nasr e da P2 do carro de Pipo Derani, na classe GTD PRO Daniel Serra e a Ferrari da Risi Competizione conquistou a vitória. Na classe LMP2, Felipe Massa e Felipe Fraga conquistaram um terceiro lugar nas últimas horas da prova no #74 ORECA. Pietro Fittipaldi, que correu pela Interpool, terminou como quarto colocado. A BMW de Augusto Farfus Jr. enfrentou alguns problemas durante a prova e terminou na P8.

Grande abraço,