Tudo bem, pessoal? Espero que sim. Nesses dias na casa dos meus pais, pude rever uma quantidade enorme de troféus que eu conquistei ao longo de minha carreira, muitos deles de primeiro lugar. No Brasil estão praticamente todos os troféus do tempo do kart, Fórmula Chevrolet e Fórmula 3 – a brasileira, a sul-americana e a inglesa. Há também alguns que ganhei nos Estados Unidos correndo na Indy Lights e mesmo na Indy. Dessa fase mais recente, ou seja, Indy e IMSA, quase todos estão nos Estados Unidos. Se vocês me perguntarem quantas foram as provas que disputei em toda a minha carreira até aqui, quantas vitórias conquistei e quantos troféus eu tenho, acho que a resposta pode decepcionar. Não sei. Não faço ideia. Sei que meu pessoal está terminando uma estatística e já já eu vou ficar sabendo – claro, se eles terminarem, pois toda hora descobrem uma a mais. Fazer estatística da Indy e IMSA é muito mais fácil. Além de mais recentes, são campeonatos muito mais fáceis de pesquisar em razão da grande visibilidade internacional. O problema está no levantamento de corridas que eu disputava no kart. Sim, pois além de fazer o campeonato paulista, que era o mais importante regional da época, e o brasileiro, fiz vários campeonatos pelo interior de São Paulo. Se não estava em Interlagos, lá ia o Corpalzinho (era o apelido que eu tinha porque meu kart tinha a marca Corpal, uma empresa que meu pai tinha) correr em Campinas, Jaú, Limeira, São Carlos e etc (e bota etc nisso!). O número mais redondo e significativo é o da Indy. Não me entendam mal. Para mim, TODO troféu conquistado é importante. Tenho um, pequenininho, o primeiro troféu da minha vida, que está guardadinho. E nem foi de vitória, mas tem um valor sentimental enorme para mim. Entretanto, o que me projetou para o mundo foi, principalmente, minha trajetória na Indy. E quando falo Indy engloba tudo: CART, IRL e IndyCar. Desde minha primeira corrida na categoria, em março de 1998, na equipe Bettenhausen, até a etapa final do campeonato de 2023 em Laguna Seca, pela Meyer Shank Racing, disputei ao todo 391 provas, período no qual pude comemorar no alambrado 31 vitórias, incluindo a mais recente, na Indy 500 de 2021. Vocês perceberam que eu menciono sempre “a mais recente”, nunca a “última”. Isso tem uma razão absolutamente clara: não pendurei o capacete. Tenho muita corrida para participar ainda e sobre a IndyCar, mais especificamente, tenho ainda mais algumas Indy 500 e, quem sabe, outras etapas também. É isso aí, amigos, forte abraço e até semana que vem. Helio Castroneves Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |