Olá leitores!

Como vocês estão? Espero que todos bem. Final de semana que no âmbito internacional pode ser definido por algumas palavras. Acabou, c’est fini, the end, finito, o que vocês preferirem. Duas das principais categorias do esporte a motor fizeram sua última etapa, a Fórmula Um e o Mundial de Motovelocidade. Uma com título a ser decidido na categoria principal, a outra com campeão e vice já definidos e numa pista tão atraente quanto um biscoito de arroz. Enfim, vamos a elas.

A Fórmula Um foi cumprir seu objetivo de encher os cofres da entidade em Yas Marina, e para não dizer que a corrida foi completamente desinteressante tivemos dois brilharecos do Leclerc que trouxeram algum atrativo: na primeira volta ele atacou com bastante empenho o líder Max Verstappen, e nessa uma volta já fez metade das tentativas de ultrapassagem que fez a temporada inteira. Que bom seria se ele tivesse essa empolgação toda durante a temporada e não apenas na última corrida... evidentemente, após o golfinho de Mônaco fazer suas apresentações para a plateia, ele voltou ao mar, digo, ao pelotão de carros. Lá no fim da prova, sabendo da punição de 5 segundos imposta ao Pérez por tentativa afobada de ultrapassagem que resultou em contato evitável (nada imprevisível em se tratando do mexicano nessa temporada) e sabendo que, no que depender dos boxes para fazer estratégia, ele está no meio do deserto sem camelo, resolveu imitar Sainz em Cingapura e fazer sua própria estratégia. Foi uma boa estratégia deixar o Pérez passar para ver se ele abria diferença suficiente para passar o Russel e assim garantir o vice campeonato de construtores para a Ferrari. Apenas deveria ser tomada umas 2 voltas antes, pelo menos, mas foi boa levando em conta que ele teve que pensar em estratégia ao mesmo tempo que pilotava a mais de 300km/h nas retas, já que o Rueda Presa não pensa. Nem em estratégia, nem em nada que não seja bajular quem o contratou para manter o seu emprego. Dessa forma, com mais uma vitória de Verstappen, o acompanharam no pódio Leclerc em 2º e Russell em 3º. E foi o melhor que dá pra falar da corrida...

O Mundial de Motovelocidade foi até Valência para sua última etapa, no interessante Ricardo Torno, uma pista em que os boxes ficam do lado “de fora” do traçado e as arquibancadas seguem contornando a pista, ou seja, você pode precisar de binóculos para ver com detalhes quem está do outro lado da pista, mas não tem sua visão obstruída por nenhuma construção, como geralmente acontece nas pistas com os boxes na parte interna. Na Moto3 o vice campeão Ayumu Sasaki conquistou sua primeira vitória na temporada, após uma longa disputa com um pelotão dianteiro que começou com 10 motos e terminou com os 5 primeiros colocados separados por 38 centésimos de segundo. Monumental pilotagem do Sasaki nessa etapa. Diogo Moreira abandonou sua última prova na categoria após se envolver numa queda com Vicente Perez. Boa sorte para ele na Moto2 ano que vem! Por falar em Moto2, nela Fermin Aldeguer mostrou que está em excelente forma nesse final de temporada e venceu sua 4ª corrida em seguida, sem ser incomodado pelos outros pilotos. Em 2º chegou Aron Canet e completando o pódio chegou Alonso Lopez, com os grandes intervalos entre os pilotos tradicionais nessa categoria. A MotoGP tinha um título a ser decidido, e a disputa foi bem interessante no começo da prova, ao menos até a juventude e inexperiência de Jorge Martin se fazerem notar, primeiro com um erro de freada que o fez passear na área de escape e perder tempo, e depois na afobada tentativa de passar Marc Márquez, atingindo a roda traseira do espanhol que fazia sua última corrida pela Honda HRC e provocando um dos mais inusitados tombos do #93, onde ele caiu rodando com braços e pernas para baixo, parecendo um caranguejo. Estava inconsolável ao retornar aos boxes, mas levou uma moto de equipe privada a uma posição inimaginável para os recursos da mesma perante às equipes de fábrica. Nada do que se envergonhar. A vitória de Bagnaia na corrida acabou sendo facilitada por Binder, que estava na frente e começou a errar e cair de posições... nada imprevisível, na verdade. Acompanhando Bagnaia na comemoração do pódio chegaram Di Giannantonio em 2º e Zarco em 3º. Um belo final para uma bela temporada. Agora é aguardar as emoções que 2024 nos trará...

Até a próxima!

Alexandre Bianchini