Quem esteve no templo sagrado da velocidade chamado Interlagos assistiu a um verdadeiro espetáculo, proporcionado por alguns dos melhores pilotos do mundo. Apoiados pelo que existe de melhor e mais atualizado em tecnologia automotiva, à disposição de gênios da engenharia, da construção, da estratégia e de tantos outros setores hoje existentes nas equipes de Fórmula 1. Na verdade são grandes fábricas. Só a Mercedes tem a seu serviço um quadro funcional que supera 1.300 pessoas.

O GP São Paulo de 2023 deixou claro como as equipes vêm evoluindo, em ritmo que só existe mesmo na Fórmula 1. Nos únicos treinos livres, que aconteceram na sexta-feira, uma diferença de 1 segundo e 3 décimos separavam os 18 carros que registraram tempo de volta. É uma incrível proximidade. Devemos desejar que essa saudável realidade continue nas próximas corridas, pelo bem que faz ao mundo esportivo, por gerar mais possibilidades de disputas acirradas.

Max Verstappen conquistou sua 52ª vitória, superando Prost (51) e ficando próximo de Vettel (53). Já é o quarto em número de vitórias da história. Com sua 17º vitória no ano superou ele mesmo, que em 2022 chegou 15 vezes na frente. A Red Bull alcançou sua 111ª vitória e está em quinto na história dos construtores. Estão entre os melhores que já passaram pela Fórmula 1, tanto Verstappen como Red Bull.

O resultado positivo da maior proximidade entre os carros pode ser visto tanto na qualificação quanto na corrida, com carros que não se esperava muito, melhorarem significativamente seus tempos. No Q1 os carros estavam marcando tempos tão próximos que os 20 carros chegaram a apresentar diferença dentro de 1 segundo. Dois Alpha Tauri (Tsunoda e Ricciardo), dois Alfa Romeo (Bottas e Zhou) e um Williams (Sargeant) foram os primeiros eliminados. No Q2 foram eliminados os dois da Haas (Hulkenberg e Magnusen), os dois da Alpine (Ocon e Gasly) e o Willians (Albon). Só para variar Max fez o melhor tempo, com 1m10s727, seguido por Leclerc (Ferrari) com 1m11s021, Lance Stroll (Aston Martin) com 1m11s344, Alonso (Aston Martin) com 1m11s387, Hamilton (Mercedes) com 1m11s469, Russell (Mercedes) com 1m11s590, Norris (McLaren) com 1m11s987, Sainz (Ferrari) com 1m11s989, Perez (Red Bull) com 1m12s321 e Piastri (McLaren) sem tempo. Ninguém esperava um bom desempenho da Aston Martin e muito menos de Stroll. Pois o canadense fez o terceiro melhor tempo e ainda na frente de Alonso. Com o nono lugar de Perez muita gente acreditou que o mexicano estava acabado. Mas na corrida... Merece registro o tempo que fechou completamente nos minutos finais da qualificação. O meio da tarde de sexta-feira virou noite, precedendo a tempestade que se abateu na região. Verstappen comentou, sobre o clima: — Eu nunca vi nada parecido com isso na minha vida.

A corrida também teve muitos acontecimentos surpreendentes. Tudo começou com Leclerc não largando, com alegado problema hidráulico no Ferrari. Verstappen venceu mas por alguns momentos sofreu com o assédio de Norris. O britânico, que largou em sétimo e chegou em segundo, pode ser considerado o melhor piloto do dia, pelos adversários que superou. Alonso voltou aos seus melhores desempenhos, ao chegar em terceiro. Perez deu um passo importante rumo ao vice-campeonato ao chegar em quarto, bem à frente de Hamilton (Mercedes), que cruzou a linha em oitavo, seu concorrente mais direto. Stroll, que terminou em quinto, parece que renasceu das cinzas, ou passou pelo divã mesmo? Gasly (Alpine) em sétimo, Tsunoda (Alpha Tauri) em nono e Ocon (Alpine) em 10º fecharam a zona de pontuação.

Esperamos por uma Fórmula 1 com mais surpresas de agora em diante. Com os carros próximos mais brigas ocorrerão. Vimos nessa prova Mercedes e Ferrari superadas por McLaren e Aston Martin e as demais equipes mais próximas da Red Bull. Até os contestados Perez e Stroll guiaram muito bem em Interlagos. O futuro promete.

Situação do Campeonato Mundial de Pilotos: 1º) Max Verstappen – 524 pontos (campeão) , 2º) Sergio Perez – 258, 3º) Lewis Hamilton – 226, 4º) Fernando Alonso – 198 e 5º) Lando Norris – 195.

Situação do Campeonato Mundial de Construtores: 1º) Red Bull – 782 pontos (campeã), 2º) Mercedes – 382, 3º) Ferrari – 362, 4º) McLaren – 282 e 5º) Aston Martin – 261.

Próximo encontro: GP de Las Vegas, dia 18 de novembro.

Luiz Carlos Lima

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