Olá, pessoal, tudo bem? Nesse final de semana de Fórmula 1, em São Paulo, há grande agito por causa das corridas – tem Sprint no sábado – e por causa disso resolvi falar da categoria, mas de uma outra época. Mas antes de começar a trazer coisas do fundo do baú, quero dizer que nós da Meyer Shank Racing temos uma boa familiaridade com o que acontece no campeonato porque o mesmo Liberty Group,que é o dono da Fórmula 1, é um dos quatro proprietários da MSR. Dito isso, vou contar como foi minha primeira vez na Fórmula1. Foi em 1990, quando a corrida voltou para Interlagos. Talvez os mais jovens não conheçam essa história, mas a pista de Jacarepaguá foi usada em 1978 e de1981 até 1989. Mas aí, por causa de uma parceria entre a prefeita Luiza Erundina, o presidente da CBA Piero Gancia e a empresa Shell, o Grande Prêmio voltou para Interlagos e de lá nunca mais saiu. Tudo isso para dizer que eu era kartista e toda a molecada do kartódromo subia no muro para ver os carros de Fórmula 1. Na verdade, como o Ayrton Senna era ídolo de quase todo mundo, queríamos vê-lo. Eu nem sei direito como foi, só sei que, com a minha carteirinha de kartista, consegui entrar nos boxes. Imagine você entrar nos boxes da Fórmula 1 com uma carteirinha da FASP! Uma história legal que aconteceu foi que, naquele dia, eu encontrei com o pai do Ayrton Senna, seu Milton. Eu o reconheci e perguntei: - Oi, o senhor não é o pai do Ayrton Senna? - Não, eu não sou. - Ah, pensei que tinha visto o senhor lá na fazenda de Tatuí. A partir dali eu contei para ele que tinha ido numa corrida de kart organizada pelo Ayrton Senna, no início do ano de 1990 e nessa corrida eu venci. Estava até com o relógio TAG Heuer que ganhei do Senna. Aí seu Milton mostrou o relógio dele e me perguntou: - Quer trocar? - Não, não, obrigado. Bobo eu, deveria ter trocado, pois o dele era um modelo todo incrementado. Mas quem disse que eu iria me desfazer do relógio que o Senna tinha me dado! Aquele dia para mim foi inesquecível. Imagine você, criança de tudo, sonhando em ser piloto profissional, entrar ali e ver de perto os bastidores, toda aquela movimentação, que para mim foi o máximo. É uma lembrança muito gostosa e fico feliz por ter realizado o sonho que eu tinha na época. Não foi na Fórmula 1, propriamente dita, mas me tornei um piloto profissional. E também realizei o sonho de andar num carro de Fórmula 1, na equipe Toyota. O carro era fantástico, nunca vou esquecer daquela experiência. Como vocês podem ver, ela ainda existe bem forte dentro de mim. É isso amigos, espero que se divirtam bastante com o GP e até semana que vem. Helio Castroneves Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |