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Daniel Ricciardo: quando ser o número 2 é a melhor chance para ser o número 1 PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 12 October 2023 22:11

Olá fãs do esporte a motor,

 

Muitas pessoas que procuram um terapeuta para sua vida são como náufragos, prestes a se afogarem e que buscam uma boia salvavidas.

 

Todos nós temos sonhos e objetivos que queremos realizar, porém alguns conseguem e outros não, você já se perguntou o motivo ? Em grande maioria a resposta é a perseverança e persistência. Essas duas qualidades são fundamentais para conseguirmos alcançar o que queremos.

 

É importante termos em mente exatamente o que desejamos, qual os nossos objetivos, e avaliar se são possíveis de realização. Se a resposta for sim, encontrar o momento de fazer os movimentos certos, tomar as decisões certas, encontrar as alternativas que vão nos levar a mudança e a realização de vida que tanto buscamos. Tudo isso nos desafia todos os dias de nossas vidas.

 

As vezes temos a impressão de que “perdemos nossa melhor oportunidade”, que deixamos passar nosso “melhor momento”. Mas e se a vida nos der uma nova chance? Poucos dias antes de fraturar o pulso esquerdo, este sentimento aflorava por todos os poros de Daniel Ricciardo. Depois de voltar ao grid no GP da Hungria, Daniel era uma explosão de felicidade e, mesmo não tendo conseguido pontuar nesta corrida e no retorno das férias de verão, na Bélgica, ele estava muito tranquilo e essa tranqüilidade vinha de antes disso: do teste no carro da Red Bull após o GP da Inglaterra, que o colocou no lugar de Nick De Vries na Alpha Tauri.

 

 

Apesar de ficar de fora de cinco corridas (da Holanda, onde quebrou o pulso, até o Qatar), Daniel não parece preocupado. Na verdade, seu sentimento é exatamente o oposto. Como ele não ia correr no Qatar, tivemos uma de nossas sessões presenciais na terça-feira antes da corrida. Ele estava com aquele ar de serenidade que um piloto substituído normalmente não teria, e quando falei isso para ele, acho que consegui ver todos os seus dentes.

 

O retorno ao grid de Daniel Ricciardo deve acontecer no GP dos Estados Unidos de Austin e antes desta corrida ele deve passar pelo meu consultório novamente e ao longo destas semanas em que esteve fora do carro da Alpha Tauri, viu mais do que a convincente atuação de Liam Lawson no “seu carro”, mas também o desempenho errático de Sérgio Perez ao volante do segundo carro da equipe Red Bull.

 

 

O piloto mexicano está em baixa na equipe, cometendo erros, performando abaixo do que dele é esperado e sendo massacrado psicologicamente (ele deixou de ser meu paciente no final de 2021) pelo ser mais asqueroso do meio esportivo mundial. Até onde isso o tem afetado é uma questão pessoal dele e de com quem ele está cuidando de suas questões pessoais e profissionais, coisas que não são da conta do meu paciente, mas que pode ser primordial para seus planos.

 

O trabalho de um terapeuta passa por ajudar seus pacientes a encontrar respostas para suas questões, não em “dar respostas” à estas questões. No caso de Daniel Ricciardo, ele tomou uma decisão – que com o passar dos anos mostrou-se errada – quando entrou em conflito com o “ser” que mencionei há pouco e decidiu deixar a Red Bull e foi para a Renault em 2019, incomodado com a atenção que sua equipe estava dando ao outro piloto da equipe, Max Verstappen.

 

 

Humilde, atualmente Daniel reconhece que não foi sua melhor decisão profissional e mesmo tendo conquistado pódios com a Renault e uma vitória com a McLaren, de onde saiu com uma antecipação de rescisão de contrato, conseguiu voltar a ter vínculo com a Red Bull, empresa e equipe que investiu em sua carreira desde o kart e por uma das usuais atitudes de “gerenciamento de pessoal” da Red Bull, conseguiu voltar ao grid antes do que esperava... mas o objetivo vai mais além.

 

Daniel tem como referência os anos de Eddie Irvine e Rubens Barrichello na Ferrari com Michael Schumacher. Quando o alemão acidentou-se em 1999, Eddie Irvine teve uma chance concreta de sagrar-se campeão mundial pela equipe italiana. Rubens Barrichello teve por cinco anos “o segundo melhor carro do grid” e venceu 11 vezes (sem contar as vezes que precisou ceder a posição para Michael Schumacher).

 

 

Longe de “torcer pela desgraça alheia”, em uma análise fria, a performance Sérgio Perez na Red Bull este ano pode abrir uma chance de retorno à Red Bull para Daniel Ricciardo em 2024, em uma “troca de pilotos” – o que já aconteceu algumas vezes entre Red Bull e Toro Rosso/Alpha Tauri – que mesmo sendo para ser o segundo piloto de Max Verstappen, mostra-se, realisticamente, a melhor chance de voltar às vitórias e sonhar com um título mundial.

 

Beijos do meu Divã,

 

Catarina Soares