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Overdose de velocidade em 4 continentes com F1, MotoGP, Superbike, TCR, DTM e NASCAR PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 25 September 2023 08:42

Olá leitores!

 

Como estão? Sinceramente espero que passando menos calor que esse vosso escriba. Como minha estoica residência não possui ar condicionado, as temperaturas dignas de Palmas (terra do Shrek) que fizeram aqui foram um sofrimento para a população local (ampliado pela sensação térmica aumentada por conta do excesso de concreto e asfalto) e ainda mais para pessoas calorentas como eu. O coitado do ventilador não tem sossego enquanto estou em casa...

 

Mas vamos ao que interessa de verdade, corridas. Começando aqui pela América Latina, onde no acanhado Velopark tivemos a etapa conjunta do TCR South America e do TCR Brasil, que pontua apenas nas etapas do certame sulamericano disputada no país que reclama não ter piloto na Fórmula Um, mas não investe em autódromos e ainda transforma os que tem em condomínio ou espaço de eventos diversos não ligados ao esporte a motor. Difícil, né? Bom, mas acabei desviando do assunto. Para minha enorme inveja no Velopark estava chovendo e a temperatura estava absolutamente civilizada, abaixo dos 20°C. A primeira corrida foi disputada debaixo de muita, muita chuva. A água começou a cair alguns minutos antes da largada da primeira corrida e garantiu uma das melhores corridas da temporada... isso é, até que fosse tanta água na pista que forçasse a entrada do safety car por conta de casos de aquaplanagem – caso de Raphael Reis, que saiu do traçado, felizmente sem maiores consequências. Com a intensidade do temporal diminuindo um pouco, o safety car saiu e o pelotão reagrupado fez um final de prova daqueles que nem dá pra respirar direito. Nessas condições, com a visibilidade garantida pela falta de spray de água em sua frente, Bernardo Llaver não teve dificuldades em manter a liderança conquistada pouco após a largada para subir ao degrau mais alto do pódio. Foi acompanhado no pódio pelo pole position Ignacio Montenegro em 2º lugar e por Rafael Suzuki na 3ª colocação. No horário da segunda prova do dia a chuva tinha abrandado bastante, mas a pista continuava encharcada. Isso facilitou as disputas por posições, já que o spray de água levantado pelo carro adiante era menor. O pessoal que chegou na frente na primeira prova, largando mais para trás por conta da inversão de grid, agradeceu encarecidamente, e vimos uma corrida ainda melhor que a primeira. Após disputas com trocas de tinta, rodadas e alguns pedaços de carros perdidos, a vitória ficou com Fabian Yannantuoni, seguido por Raphael Reis (que veio escalando o pelotão com muita garra) em 2º e por Juan Angel Rosso na 3ª colocação. Duas corridas das mais interessantes.

 

O DTM foi fazer sua penúltima etapa do ano no Red Bull Ring, com corridas de fazer os fiscais de pista da Fórmula Um surtarem de tantos “excessos de limite de pista”... ainda bem que algumas categorias ainda são racionais. A prova de sábado começou com leve chuva, mas o pelotão de carros passando acabou secando a pista e permitindo que a maioria de pilotos que largou com pneus de chuva trocasse para os slicks. Nessas condições, quem se deu melhor foi o sul-africano Kelvin van der Linde, que parou mais cedo e teve mais tempo para conseguir elevar a temperatura dos seus pneus para a faixa ideal de aderência deles. Sua vitória ajudou a coroar o 250º pódio da equipe Abt Sportsline na história da categoria. Atrás do Kelvin chegou o pole position Laurin Heinrich, que demorou um tanto para trocar os pneus de chuva pelos slick e, com pneus ainda frios, não teve como segurar o ataque de Kelvin. Foram acompanhados no pódio pelo companheiro de equipe do vencedor, Ricardo Feller, que fez uma excelente corrida galgando do 26º lugar na largada para conquistar seu lugar no degrau mais baixo do pódio e ainda conseguiu segurar os ataques do ótimo René Rast nas últimas voltas. No domingo Rast e seu BMW não deram chance para ninguém: largando da pole, o campeão de 2022 não ofereceu chance aos adversários e conquistou a vitória com pouco mais de 1 segundo de vantagem sobre seu companheiro de equipe Sheldon van der Linde (sim, irmão do vencedor  do sábado). Talvez a pressa de chegar em casa para verificar se seu filho já tinha nascido (está prestes a se tornar um pai fresco) tenha contribuído para essa velocidade toda. A dupla da Schubert Motorsport foi acompanhada no pódio pelo líder do campeonato, Thomas Preining, que com seu discreto Porsche cor de caneta marca texto chegou em 3º.

 

O Mundial de Superbike foi até o MotorLand Aragon para mais uma rodada dupla. No sábado Michael Rinaldi se aproveitou de uma moto muito veloz e dos infortúnios de Bautista (que não contente em cair uma, caiu duas vezes) pra conquistar um resultado que ele não via desde 2021. Além disso, combateu com arrojo os ex campeões Toprak (que terminou em 2º) e Rea (3º colocado) para atingir a liderança da corrida. Excelente trabalho do segundo piloto da Ducati oficial. Domingo as coisas voltaram ao normal, e após assumir a liderança na segunda volta Bautista não tomou conhecimento dos outros competidores, vencendo com 4 segundos de vantagem sobre Toprak (2º colocado) e mais de 7 sobre o 3º colocado, seu colega e vencedor do sábado Rinaldi. Essa foi a 53ª vitória de Bautista na categoria... semana que vem se enfrentam novamente em Portimão.

 

E por falar em voltar ao normal, a Fórmula Um voltou ao normal: Max Verstappen fazendo a pole e vencendo com folga, a carruagem de Maranello voltando a ser uma abóbora (dessa vez com Leclerc em 4º à frente de Sainz, 6º lugar), os pilotos da Mercedes quase se excluindo da prova por acirrada disputa entre eles (Hamilton foi o 5º e Russell o 7º) e a grata surpresa da McLaren em 2º e 3º com Lando Norris e Oscar Piastri, respectivamente. O resultado de Max foi o suficiente para a Red Bull garantir antecipadamente o título de construtores. O dele não deve demorar também não... situação oposta viveu Sérgio Pérez, que não foi bem nos treinos e foi exponencialmente pior na corrida, cometendo erros por atacado. Aí depois ele reclama...

 

O Mundial de Motovelocidade foi até a Índia fazer sua primeira corrida em um dos maiores mercados motociclísticos que existe. E as corridas no circuito de Buddh (aquele do GP da Índia de Fórmula 1, que deixou zero saudades e recebeu algumas modificações para se adaptar melhor às motos) tiveram aquele ingrediente de caos característico do tráfego indiano: interrupções foram a regra, não a exceção. O forte calor castigou pilotos, motos e pneus, e fizeram as conferências da textura do asfalto algo corriqueiro. Na Moto3, após a briga de foice no escuro habitual por posições e algumas quedas, a vitória ficou com Jaume Masia, seguido por Kaito Toba em 2º e por Ayumu Sasaki na 3ª posição. A Moto2 já teve logo de cara uma bandeira vermelha para recolher as motos envolvidas no acidente e os pedaços de carenagem que ficaram espalhados. Após a relargada para as 12 voltas finais o Pedro Acosta não quis deixar margem para os rivais na disputa pelo título e “torceu o cabo” de maneira a se destacar dos demais competidores, cruzando a bandeirada 3 segundos e meio à frente do 2º colocado, Tony Arbolino, que por sua vez manteve uma confortável margem de quase 3 segundos sobre o 3º colocado, Joe Roberts. Na MotoGP, o campeonato agradece a afobação do Bagnaia, pois a vantagem que ele tinha, de 37 pontos (equivalente à pontuação da sprint mais a da corrida principal no domingo), caiu para 17. O que, levando em conta a inconstância que volta e meia afeta o Pecco, é muito pequena para ser confortável. Vitória maiúscula de Marco Bezzecchi, dominante na corrida, que aproveitou a disputa de posição entre Martin e Quartararo para cruzar a linha de chegada com mais de 8 segundos e meio de vantagem para os dois. Martin teve um final de corrida atribulado, com o zíper do macacão se abrindo sozinho, obrigando a um movimento para o fechar que permitiu ao Quartararo encostar nele e duelar até a última curva. Martin terminou a corrida estafado o suficiente para precisar de atendimento médico antes de subir ao pódio para receber o troféu pelo 2º lugar, com Quartararo em 3º.

 

A NASCAR foi até o Texas para mais uma etapa dos playoffs, e quem garantiu a passagem para a próxima fase foi William Byron, que na relargada a 6 voltas do final levou a melhor sobre Bubba Wallace para conquistar a 300ª vitória da Hendrick Motorsports no campeonato. Enquanto Tyler Reddick levou o 1º estágio e Kyle Larson o segundo, ambos acabaram não se classificando bem na chegada. Logo atrás de Byron chegaram Ross Chastain em 2º, Bubba em 3º, Christopher Bell em 4º e Denny Hamlin fechando o Top 5. Quem não conseguiu garantir sua passagem para a próxima fase dos playoffs no Texas terá nova chance semana que vem na loteria chamada Talladega, onde o bom resultado também depende de fugir do Big One...

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.