 Olá amigos leitores,
Com o campeonato decidido e a Chip Ganassi com mais um título no currículo, nos próximos meses Alex Palou já está disputando um campeonato onde as 5 vitórias conquistadas por sua habilidade ao volante vai requerer habilidades que ele não vem demonstrando. Desde 2022 o piloto espanhol está envolvido em idas e vindas de contratos rasgados, promessas quebradas e uma enorme falta de orientação profissional que pode colocar o atual campeão da IndyCar Series em sérios problemas – dentro e fora das pistas – onde, inclusive, seu futuro como piloto pode estar comprometido. Após a conquista do seu primeiro título, em 2021, onde conquistou os pontos da superlicença da FIA para poder pilotar na Fórmula 1, fazendo com que o ano de 2022 tivesse o início de uma disputa por seus serviços e de interesses pessoais do piloto em conquistar o espaço merecido na Fórmula 1, uma categoria de raízes europeias. Apesar dos bons resultados no ano, ele não chegou ao final do campeonato em condições de conquistar o bicampeonato, mas abriu uma guerra entre ele e seu patrão, Chip Ganassi, com quem tinha contrato assinado até o final de 2023. 
Entretanto, em 2022 Alex Palou assinou um contrato com a McLaren que o direcionava a ocupar um dos carros da equipe no campeonato da IndyCar Series para 2023 e um programa de treinos para se adaptar à Fórmula 1. Chip Ganassi não gostou da forma como as coisas aconteceram e ameaçou Alex Palou de processo (e isso nos Estados Unidos nunca sai barato). A McLaren cobriu os honorários advocatícios de Palou no ano passado, quando o piloto foi processado por sua atual equipe, Chip Ganassi Racing, depois de tentar abandonar o navio para a McLaren em 2023. O acordo fez com que o espanhol fechasse seu acordo com a Ganassi e servisse como piloto reserva de F1 da McLaren. Palou iria cumprir seu contrato com a Chip Ganassi em 2023, mudando-se para a McLaren no ano seguinte. Alex Palou assinou um contrato com a Monaco Growth Management, empresa de gerenciamento de carreira, mas isso não parecia ser bem o perfil do atual campeão da IndyCar Series. As perspectivas para Alex Palou – com olhos para a Fórmula 1 – começaram a mudar com a saída de Daniel Ricciardo, um piloto com mais de 30 anos de idade e que não vinha tendo grandes performances em 2022 para a chegada de Oscar Piastri, piloto australiano que fez uma carreira vitoriosa, colecionando títulos nas categorias de acesso à Fórmula 1 e Piastri mostrou outro nível em relação a Ricciardo. O que restaria então para Alex Palou? Ser um piloto reserva da McLaren na Fórmula 1 e titular na IndyCar Series? 
Estando em uma das equipes mais fortes da categoria norte americana, o campeão de 2021 começou o ano com tudo e na metade da temporada liderava o campeonato. Se as coisas iam bem dentro da Chip Ganassi Racing, atrapalhando uma saída para a Arrow McLaren, em suas ambições para a Fórmula 1 as coisas ficaram mais complicadas com o bom desempenho de Oscar Piastri, o que dificultaria sua entrada na equipe McLaren como um eventual companheiro de Lando Norris e não apenas um piloto reserva, de testes e simulador. Diante das perspectivas à sua frente e vendo a chance de sagrar-se campeão na temporada da IndyCar Series e permanecer na Chip Ganassi Racing contrariava o planejamento de Zak Brown, que informou Palou se juntaria à McLaren em tempo integral como piloto reserva da F1 assim que a temporada da IndyCar terminasse, em setembro, fazendo com que ele desse continuidade as sessões de testes nos carros da McLaren F1. Durante o final de semana do GP de Miami, Alex Palou circulou pelo Paddock nas cores mamão papaya da equipe inglesa. 
Na reta final da temporada Alex Palou, virtual campeão deste ano, conseguiu enfurecer Zak Brown ao declarar publicamente que não mais se juntaria à McLaren para 2024. A reação foi a pior possível de todos os lados: a Monaco Growth Management Demonstrou um grande desapontamento ao saber da decisão de Alex Palou em romper um acordo existente com a McLaren para 2024 e tomou a decisão de não mais representar o piloto espanhol. O chefe de Palou na IndyCar, Chip Ganassi, respondeu com uma declaração concisa que não faz bem seu estilo, mas aproveitou para criticar a McLaren, dizendo que sempre respeitou a equipe McLaren e seu sucesso, mas que nova gestão não merecia o mesmo respeito. Zak Brown está indo a fundo nessa questão e está movendo uma ação contra Alex Palou, que recebeu documentos do Tribunal Comercial do Reino Unido em dois processos da McLaren Racing Limited e da McLaren Indy, LLC contra sua entidade de corrida ALPA Racing USA, LLC e ele mesmo. Os processos não são uma tentativa de forçar Palou a honrar seu contrato e competir pela equipe no próximo ano, mas sim reivindicar danos na faixa de US$ 20 milhões a US$ 30 milhões. Os danos incluem um adiantamento salarial de 2024 que a McLaren afirma ter pago a Palou e o custo dos treinos de F1 e sessões de testes privados que ele participou com a equipe. 
Embora Palou tenha indicado que não correrá pela McLaren em 2024, não há 100 por cento de certeza de onde ele ficará. Todos os sinais apontam para que Palou permaneça com Ganassi. A dupla piloto-equipe aparentemente curou todas as feridas do passado, mas o mesmo não parece se mostrar tão simples com Zak Brown. Quando foi feito o acordo judicial após Alex Palou ter entrado em conflito Chip Ganassi, a McLaren custeou os honorários advocatícios do piloto, contando com ele para se juntar ao time ao final da temporada de 2023 e agora, o plano é fazer da vida de Alex Palou o inferno na terra. 
Este assunto ainda vai render bons capítulos na Silly Season até pilotos e equipes chegarem à St. Petersburgo no próximo ano. Vamos acelerar! Sam Briggs Fotos: site IndyCar Media Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. | 
