Desde a década de 1960 e até hoje o Brasil nunca deixou de formar pilotos de alto nível técnico, alguns deles em condições de conquistar o Campeonato Mundial, como ocorreu com Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. A partir do sucesso de Emerson, aconteceram muitas tentativas de nossos pilotos. Chegaram muito perto do título os pilotos José Carlos Pace, Rubens Barrichello e Felipe Massa. Somados aos campeões Emerson, Piquet e Senna, formam o sexteto tupiniquim que chegou a vencer pelo menos um Grande Prêmio, num total de 101 vitórias do Brasil. Um total de 33 pilotos brasileiros chegaram a alinhar pelo menos uma vez para a largada na Fórmula 1. O automobilismo cresceu exponencialmente nas últimas cinco décadas. O número de categorias, pilotos e técnicos se multiplicou várias vezes no referido período. O esporte se tornou muito mais profissional e os custos aumentaram de forma vertiginosa. No Brasil o automobilismo emprega centenas de pessoas. Basta verificar no entorno de Interlagos quantas empresas existem ligadas aos carros de corrida, várias de alta tecnologia. Quando Emerson Fittipaldi chegou à Inglaterra, em 1969, se podia contar com os dedos das mãos os pilotos que participavam da Fórmula 3 em condições de disputar um título mundial de Fórmula 1. Jim Russell, dono da mais famosa escola de pilotagem inglesa, foi quem indicou o piloto brasileiro a Colin Chapman, o todo poderoso chefão da Lotus. Na sequência chegaram Pace, Wilsinho Fittipaldi, na mesma década também chegaram Alex Ribeiro, Ingo Hoffman e Nelson Piquet. Na década de 1980 chegaram Chico Serra, Raul Boesel, Ayrton Senna, Roberto Moreno e Maurício Gugelmin. Na década de 1990 chegaram Christian Fittipaldi, Rubens Barrichello, Pedro Diniz, Ricardo Rosset, Tarso Marques e Ricardo Zonta. No século XXI chegaram Luciano Burti, Enrique Bernoldi, Felipe Massa, Antônio Pizzonia, Cristiano da Matta, Nelsinho Piquet, Bruno Senna, Lucas Di Grassi e Felipe Nasr. Na carreira de pilotos brasileiros profissionais o objetivo de chegar à Fórmula 1 está quase sempre presente. Porém, a maioria tem consciência do tamanho da dificuldade de se chegar a fazer parte de um time como piloto titular. Dezenas de pilotos de alto nível são formados nas categorias de base a cada ano. Na impossibilidade de ingressar na Fórmula 1, passam a disputar corridas de Endurance, Fórmula E, Turismo, Fórmula Indy, Stock Cars Brasil e várias outras categorias. Felipe Drugovich foi campeão de Fórmula 2 o ano passado e conseguiu uma vaga de piloto reserva na Aston Martin. Gabriel Bortoletto foi campeão de Fórmula 3 este ano e vai disputar a Fórmula 2 em 2024. Torçamos para que eles consigam um lugar de titular em uma das equipes em futuro próximo. Ficou extremamente difícil para um brasileiro conseguir uma vaga devido aos bons trabalhos que vem fazendo os pilotos que estrearam na segunda metade da década de 2010: Max Verstappen, George Russell, Lando Norris, Alexander Albon, Pierre Gasly, Charles Leclerc e Esteban Ocon. Esses pilotos são eficientes e ocupam os melhores lugares na Fórmula 1. O mais velho deles tem 25 anos, o que significa que por mais de 10 anos estarão competindo. E não deixarão escapar a oportunidade de lutar por um título mundial. Pra piorar para os brasileiros acaba de surgir o australiano Oscar Piastri, muito competente, que chegou para ficar. Pilotos brasileiros com carros competitivos na Fórmula 1 só daqui a uns oito anos, se tudo correr muito bem. Ficamos na torcida. Próximo encontro: Grande Prêmio de Singapura, dia 17 de setembro. Luiz Carlos Lima Conheça o site do colunista: www.historiaveloz.com.br Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |