Olá, amigos, tudo bem? Eu estou vivendo uma fase muito bacana na minha carreira e quero dividir algumas coisas com vocês. É que enquanto estamos trabalhando para a penúltima etapa do NTT IndyCar Series, que acontece neste domingo, 3 de setembro, em Portland, já estou me envolvendo cada vez mais nas minhas novas tarefas como dono de equipe. Sempre escrevi minhas colunas sob a ótica do piloto, afinal, essa tem sido minha atividade principal desde que comecei no kart, em 1987 – sim, lá se vão 36 anos! Mas depois que passei a dividir a propriedade da Meyer Shank Racing com Jim Meyer, Mike Shank e o Liberty Media Group, já estou cumprindo tarefas que, antes, só via de longe ou, quando muito, dava alguns palpites. Por exemplo, estou fortemente envolvido na escolha do piloto que vai formar dupla com o Tom Blomqvist em 2024. Como vocês sabem, decidi me dedicar inteiramente às minhas novas responsabilidades e não dividir meu tempo entre a pilotagem e a equipe. Muito gente comentou comigo que eu deveria acumular as duas funções, mas bastaram essas semanas em que estive focado nas corridas finais do campeonato e na nova rotina para perceber que minha escolha foi a mais correta. Tenho grande admiração pelos pilotos que, ao longo da história, fundaram suas próprias equipes e continuaram pilotando por elas. Mas essa mesma história mostra que esse acúmulo de funções não tem um grande percentual de chance de dar certo. São tarefas que exigem muito das pessoas que as exercem. É por isso que vou continuar correndo em outras categorias, onde serei apenas piloto, e dedicar 100% do meu tempo na IndyCar às tarefas do lado de fora do cockpit. Claro, excetuando-se a Indy 500 e corridas no Brasil, caso a categoria volte ao país. Uma coisa que já pode ser anunciada é que o Simon Pagenaud não estará com a gente em 2024. Além do acidente em Mid-Ohio, que o afastou do restante da temporada, ele tem propostas muito boas na Europa e, de coração, espero que ele se recupere rapidamente e possa dar continuidade à sua brilhante e vitoriosa carreira. Como piloto e ser humano, Simon merece tudo de melhor. Confesso a vocês que seria uma tarefa das mais fáceis ocupar essa vaga, caso nossa equipe aceitasse pilotos pagantes. É legal verificar que muita gente está interessada em correr na MSR, mas há uma linha mestra na equipe que é contratar seus pilotos pelo talento e não pelo budget que possam aportar no time. Por outro lado, temos uma postura muito realista sobre o quanto podemos pagar. Vários pilotos se encaixaram nessas características e, portanto, tivemos de trabalhar duro para encontrar o melhor custo-benefício. Posso dizer que encontramos esse denominador comum e praticamente já temos nosso piloto. Creio que nas próximas semanas tudo estará definido. Enquanto isso não acontece, fiquemos todos ligados na prova desse domingo, a partir das 16:15, no horário do Brasil, com transmissão ao vivo pela TV Cultura e ESPN/Star+. Forte abraço a todos e até semana que vem. Helio Castroneves Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |