Olá fãs do esporte a motor,

A Fórmula 1 tinha a programação de 3 corridas em 3 finais de semana seguidos, com as provas em San Marino, Mônaco e Barcelona. Contudo, questões extra pista provocaram uma drástica mudança com o cancelamento da prova em San Marino devido às enchentes na região da Emilia Romagna.

Com uma programação extensa de três corridas em 15 dias, os meus pacientes fizeram uma maratona de sessões terapêuticas, quase levando a futura mamãe a loucura para conseguir atender a todos, considerando que maio é também o mês das 500 Milhas de Indianápolis e a busca pelos meus pacientes da categoria ocuparam muitos horários. Eu adoro essa loucura!

Entre as sessões que tive, optei por partilhar com meus queridos leitores a situação que Charles Leclerc vem sofrendo com os resultados que tem frustrado as expectativas dos ‘tifosi’ ferraristas e a consequência imediata desta frustração é a pressão sobre o pilotos e Charles vem “acusando o golpe”. Na sessão anterior ao que seria a corrida na Emilia Romagna ele falou de forma mais aberta sobre esta pressão e ele esperava ter um bom resultado com as atualizações que o carro receberia. Com o cancelamento da corrida, a corrida seguinte era a sua “corrida de casa”, disputada no Principado de Mônaco, onde Charles nunca conseguiu obter um resultado a contento para ele e para a Ferrari.

Charles sempre soube que estar na Ferrari, seja como piloto ou em qualquer outra função, significa que você está sob imensa pressão imediatamente. Eles têm a reputação do que é basicamente uma seleção da Itália. Quando eles vencem, o país inteiro os fortalece. Mas quando não o fazem, bem, as coisas ficam bastante difíceis. A mídia e os fãs são bastante implacáveis, e com quase 15 anos desde que o time ganhou um campeonato pela última vez, a pressão e as cobranças só aumentam.

Em 2022, parecia que os fãs finalmente receberiam um título mundial, mas tudo se desfez antes da metade do campeonato. O tom das críticas subiu, não apenas ao que acontecia na pista, mas também no que saía do pit wall da equipe, e reação, ao longo deste período levou Mattia Binotto (com quem Charles teve alguns conflitos, até mesmo registrado pela mídia) a 'deixar' à equipe como resultado.

As expectativas para 2023, com projetos de melhoria, um novo chefe de equipe (Frederic Vasseur) e esperanças de um novo começo positivo se desfez rapidamente e após quatro corridas,  a casa de Maranello já constatou que a Red Bull tem de longe o melhor carro – e que a Ferrari terá que lutar muito para repetir o resultado do ano passado, o segundo lugar no campeonato, mas nem isso está parecendo ser possível.

Charles está “extrapolando os limites do equipamento” e com isso, tem cometido erros. Como ele e todos sabem, erros não são bem vistos pelos torcedores, mas eles não sabem o nível de cobrança interna que Charles vem se impondo. Ele sabe que ser um piloto de Fórmula 1 é estar sob pressão todo o tempo e que mesmo sendo considerado um ‘Bambino D’oro’, ele está sentindo e se cobrando mais do que deveria. Esta é a sua quinta temporada com a Ferrari e estar sobpressão na Ferrari “é normal”. Como ele diz, “um piloto precisa da competição, da pressão, para ter o melhor desempenho”. Mas os reflexos não correspondem ao que deveria ser “o normal”.

Com a corrida em Mônaco, a pressão aumenta. Charles nunca conseguiu – a mesmo quando a Ferrari estava em melhores condições técnicas de competitividade – um resultado como ele desejava e em Mônaco, os erros não são permitidos. Nesta última sessão que fizemos online, com ele já em seu país natal, o que mais trabalhamos foi a importância de tentar se blindar em relação as pressões externas (bastam as internas) para buscar fazer um bom resultado e ir para Barcelona, onde novas atualizações devem ser recebidas, buscando mudar o cenário atual.

Ninguém em sã consciência questiona o talento e a capacidade de Charles Leclerc sobre seu talento, capacidade de liderança, habilidade como piloto e por isso, voltar a vencer e incendiar as massas – seja na Ferrari ou não – é uma questão de tempo (e serenidade).

Beijos do meu divã,