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A diferença do DNA da Mamãe PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 10 May 2023 19:01

Nos anos 90, uns 30 anos atrás, aparecia na TV brasileira uma série de TV produzida pela Disney que, no Brasil, ganhou o nome de “Família Dinossauro”.

 

Sob o manto de ser uma comédia voltada para entretenimento – como foram os Flintstones e os Simpsons – a Família Dinossauro abordava temas como ambientalismo, espécies ameaçadas de extinção, direitos das mulheres, assédio sexual, direitos LGBT(na época tinha menos letras), objetivação de mulheres, censura, direitos civis, imagem corporal, entre outros.

 

A abordagem humorada com a velha sogra dentro de casa e o filho pequeno que tinha uma forte ligação maternal, teve nesse personagem a inspiração para escrever uma coluna que deve ser publicada (acho), no domingo dia das mães. Assim como o pai da família Dinossauro trabalhava para manter a casa, ele tentava fazer do filho adolescente seu reflexo, mas o jovem não se mostrava interessado em seguir os passos do pai, parecendo ter mais “um DNA puxado à mãe”, e tendo uma relação ainda pior com o filho mais novo, que basicamente só reconhecia a mãe.

 

 

Nesses mesmos 30 anos, olhando para o automobilismo, temos inúmeros casos de pais que acabaram influenciando os filhos a seguirem seus passos no automobilismo, onde podemos dividir em dois grupos esses “pilotos herdeiros” – dos sobrenomes e peso nos ombros: os da América do Norte, que tem uma forte ligação com a NASCAR e a Fórmula Indy, praticamente independente da relação com o automobilismo no restante do mundo, e a do restante do mundo, onde o objetivo maior é chegar na Fórmula 1.

 

Enquanto nos Estados Unidos e mesmo no Canadá há um “processo natural” de seguimento e sucessão de gerações – basta ver os Unser e os Andretti, por exemplo – ser descendente de de um grande piloto não é garantia de que tenha havido uma “herança de DNA”. Se Michael Andretti foi um grande vencedor como seu pai, o mesmo não se deu com seus irmãos ou mesmo seu filho. Gilles Villeneuve teve seu filho, Jacques, vencendo nos EUA e depois na Europa, sagrando-se campeão da Fórmula 1. Na Europa, os “casos de sucesso” foi o de Damon Hill, Filho de Graham Hill e Nico Rosberg, filho de Keke Rosberg, campeões mundiais que eram filhos de campeões mundiais.

 

 

Acontece que os casos de “fracassos” são muito mais numerosos do que os casos de sucesso e de 20 anos para cá, a quantidade de “herdeiros da velocidade”. Não faltaram filhos de ex-pilotos da Fórmula 1 pelas pistas do mundo. Os sucessores de Patrick Tambay (Adrien), Jean Alesi (Giuliano) e Ralph Schumacher (David) não chegaram à categoria principal. O filho de Luca Badoer (Brando), está tentando, mas não dá sinais que irá muito longe. Entre os que chegaram, Kevin Magnussen (filho de Jan) e Mick Schumacher (filho de Michael) chegaram, mas não se estabeleceram como candidatos a alguma coisa além de participar. No caso de Mick, ele não será o primeiro e conseguiu ir mais longe que outros.

 

Mathias Lauda, Filho do tricampeão mundial, Niki Lauda, ainda foi um piloto que conseguiu alguns bons resultados na Fórmula 3, mas em nenhum momento de sua carreira jamais chegou perto de um carro de Fórmula 1, tendo direcionado-se às corridas de Gran Turismo e Endurance europeus. Nicolas Prost, filho do tetracampeão Alain Prost, conseguiu ir mais longe e foi por um bom tempo um dos pilotos de destaque no WEC e no início da Fórmula E, sem jamais ter conseguido mais do que alguns testes em carros da Fórmula 1.

 

 

Deixei os brasileiros como um capítulo à parte nessa história, uma vez que a primeira família de sucesso internacional, os Fittipaldi, tiveram como (até agora) sucessor Christian Fittipaldi (Filho de Wilson Jr. e Sobrinho de Emerson), que chegou à Fórmula 1, mas – como o pai – não conseguiu se firmar na categoria. Emerson Fittipaldi, que “encheu o mundo de filhos” finalmente está tendo um descendente direto nas pistas com Emerson Jr. mas ainda é muito cedo para especular algo sobre ele. Da geração seguinte, os netos (mais velho que o filho piloto) Pietro e Enzo Fittipaldi tem uma condição de pilotos profissionais, com Pietro sendo reserva da Haas na Fórmula 1 e titular no Endurance. Enzo está na Fórmula 2, buscando através da academia da Red Bull um lugar no grid da Fórmula 1.

 

 

O caso da família Piquet é marcado pelo escândalo do GP de Singapura em 2008, que precipitou a saída de Nelson Piquet Jr. da categoria, mas que teve uma “volta por cima” quando ele conquistou o primeiro campeonato da Fórmula E. Em seguida tivemos Pedro, que depois de um ano de Fórmula 2 fez uma despedida estrondosa, colocando nas redes sociais, de forma aberta e sem rodeios (no melhor estilo dos Piquet) o porquê de estar desistindo da busca pela Fórmula 1 e voltou a correr de Kart no Brasil.

 

 

No automobilismo local, guardando as devidas proporções, temos algumas famílias que vieram produzindo herdeiros – alguns chegando a conquistas de títulos – na Stock Car, como Marcos Gomes (filho de Paulo Gomes), Daniel Serra (filho de Chico Serra), os sem número de Speraficos que saíram do interior do Paraná, Beto Monteiro (filho do campeão nordestino Zeca Monteiro) e, a partir deste ano, Eduardo Barrichello, filho de Rubens Barrichello, que desistiu de continuar tentando carreira no exterior para correr com o pai na Stock Car e passando o trabalho de levar o nome Barrichello de volta à Fórmula 1 para seu irmão Fernando, que vai precisar fazer mais do que andei lendo na coluna do nosso estimado Genilson aqui no site.

 

 

Falei muito sobre o DNA paterno e deixei para o fim, o caso do “filho da mãe”, Max Verstappen, que mesmo usando o sobrenome paterno, parece ter herdado a habilidade da mãe, Sophie Kumpen, uma das melhores pilotos de kart de sua geração na Europa. Talvez esteja sendo esse o diferencial que faz Max melhor do que os outros? Que não são “filhos da mãe”? Pelo sim, pelo não, feliz dia das mães.

 

Abraços,

 

Mauricio Paiva

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.  
Last Updated ( Wednesday, 17 May 2023 15:49 )