Vencer entre alguns dos melhores do mundo é tarefa extremamente difícil. Mas Max Verstappen faz parecer fácil. Com a pista de Miami toda recapeada, onde os pneus macios viraram carta fora do baralho, a maioria já sabia que deveria usar os compostos médios e duros, de preferência com uma só parada. Evidentemente o componente duro seria usado por mais tempo que o médio, pela diferença de durabilidade.

Todas as equipes, exceção feita a dois carros, largariam com pneus duros e tentariam prolongar o máximo possível a troca. Aí é que entra a precisão cirúrgica de Verstappen. Largando da nona colocação, por causa de um erro que cometeu no Q3 da qualificação, o holandês da Red Bull soube cuidar dos pneus como nenhum outro. Evitou travar as rodas nas freadas mais críticas e não entrou em divididas mais acirradas nas disputas por posições, que pudessem comprometer a durabilidade dos pneus. Ao mesmo tempo tinha que ser mais rápido que Perez, sabendo que o mexicano era o único adversário possível de tirar a vitória de suas mãos.

Foi guiando assim, da maneira mais eficiente possível, que conduziu seu até agora invencível Red Bull à vitória. Foi o piloto que conseguiu usar por mais tempo o composto duro, fazendo os melhores tempos, enquanto a maioria cometia um erro aqui e outro ali. O resultado não poderia se outro: vitória de Max Verstappen, transformando todos os outros em coadjuvantes. Pelo menos em Miami foi assim.

Fernando Alonso fez a corrida que se esperava dele. Consciente dos limites do seu carro em comparação ao Red Bull, não ofereceu resistência nenhuma nas vezes que foi ultrapassado pelos carros austríacos. O resultado: quatro vezes no pódio em cinco corridas. O espanhol está guiando de forma refinada, cerebral. Também sofreu pouco com a concorrência.

Os carros da Fórmula 1 estão muito mais próximos entre eles do que jamais estiveram. Quando terminou o Q1 da qualificação, a diferença entre o melhor tempo, de Verstappen, e o vigésimo de Sargeant era de 1s214, o que acreditamos seja mesmo inédito. Vamos apurar. O apaixonado por velocidade pode esperar acontecer algumas vezes um Magnussen largando na segunda fila. Torcemos para que os carros se aproximem ainda mais.

De quarto ao sétimo lugares da corrida chegaram intercalados os carros da Mercedes e da Ferrari, nessa ordem: 4º) Russell (Mercedes), 5º) Sainz (Ferrari), 6º) Hamilton (Mercedes) e 7º) Leclerc. As duas tradicionais equipes parecem destinadas a lutar por posições intermediárias nas próximas corridas. Enquanto na Mercedes tudo indica que seus problemas estão ligados diretamente ao carro, na Ferrari se repetem erros de procedimento, como por exemplo Leclerc rodando e batendo no Q3 e Sainz sendo obrigado a travar as rodas na entrada dos boxes, chamado tardiamente para a troca de pneus, o que resultou em 5 segundos de punição.

O futuro mais próximo da Fórmula 1, ou seja, a temporada de 2023, não indica o encontro de situações muito surpreendentes pelo caminho. Porém, com os carros registrando tempos tão próximos, não descartamos a possibilidade de uma ou outra equipe nos apresente positivos imprevistos.

Situação dos Campeonatos: Pilotos: 1º) Max Verstappen – 119 pontos, 2º) Sergio Perez – 105 , 3º) Fernando Alonso – 75, 4º) Lewis Hamilton – 56 e 5º) Carlos Sainz – 44. Construtores: 1º) Red Bull – 224 pontos, 2º) Aston Martin – 102, 3º) Mercedes – 96, 4º) Ferrari – 78 e 5º) McLaren e Alpine – 14.

Próximo encontro: GP Emília-Romanha (San Marino) dia 21 de maio.

Luiz Carlos Lima