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Enzo Fittipaldi pontua nas duas provas e faz a P2 em Baku. Nicolas Giaffone vence tudo nos EUA PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 30 April 2023 16:30

Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge!

 

Nesse final de semana tivemos algumas corridas envolvendo os pilotos brasileiros, aspirantes ao topo da carreira nas categorias mais importantes do automobilismo mundial.

 

A FIA Fórmula 2 foi para o Azerbaijão, enfrentar aquela reta de quase 2 quilômetros e Enzo Fittipaldi teria um enorme desafio pela frente. Depois de zerar na etapa da Austrália, o brasileiro – mesmo que ele não tenha falado isso – está sob pressão: Dentro da equipe Carlin, está vendo seu companheiro de equipe, Zane Maloney com 20 pontos de frente e na “competição interna” do programa de jovens pilotos da Red Bull, o brasileiro é o 5° entre os 6 pilotos que carregam a marca dos touros nos carroe e macacões.

 

Neste final de semana também teremos a USF2000Jr, com os brasileiros Nicolas Giaffone, Lucas Fecury e Erick Schotten envolvidos na disputa em uma etapa que não teremos a participação da PRO2000, onde corre Kiko Porto. Como já informei no início do ano, não tenho como acompanhar todas as categorias este ano, mas farei um resumo da participação dos brasileiros nessa nova categoria de entrada do automobilismo norte americano.

 

FIA Fórmula 2

Na manhã da sexta-feira (madrugada para nós), tivemos a primeira atividade de pista da categoria com o treino livre, de 45 minutos, onde os pilotos vão buscar um setup para fazer o treino de classificação no início da tarde. A Pirelli disponibilizou os pneus supermacios (lilás) e médios para o final de semana. O sol brilhava num céu sem nuvens e esta era a previsão para o final de semana.

 

Apesar dos 45 minutos de treino e do risco enorme de vermos carros batendo nos muros, os pilotos levaram 10 minutos para começar a marcar tempos rápidos. Todos foram pra pista com os pneus médios e a primeira volta rápida de Enzo Fittipaldi foi na casa de 2m00,7s. depois de uma volta pra esfriar um pouco os pneus, o brasileiro foi para uma segunda volta rápida e marcou 1m57,9s, numa P9 provisória, mostrando que os tempos cairiam muito até a classificação. Ponto importante: ele estava mais rápido que Zane Maloney.

 

 

Na terceira volta Enzo Fittipaldi fez uma excelente volta, menos de 3 décimos acima da melhor volta, com 1m56,1s com o 4° tempo na metade do treino. Os tempos mais rápidos entraram na casa de 1m55s baixo a 1m54s alto. Depois de uma parada nos boxes, Enzo Fittipaldi fez uma volta na casa de 1m55s,4, mas isso era 6 décimos acima do tempo mais baixo. Nos minutos finais do treino Enzo Fittipaldi voltou para os boxes, mas voltou pra pista e fez uma volta de 1m55,473s antes de Arthur Leclerc provocar uma bandeira vermelha. Com isso o brasileiro terminou na P8, foi 4 décimos mais rápido que Zane Maloney e ficou na P8.

 

Após o treino livre da Fórmula 1 os pilotos da FIA Fórmula 2 voltaram pra pista e tinham pela frente 30 minutos de treino para definir as posições de largada para as duas corridas do final de semana e Enzo Fittipaldi precisaria, pelo menos, repetir o resultado do treino livre de quatro horas antes, onde ficou com a P8, para conseguir largar em posições que marcam pontos e pontuar nas duas corridas... e quanto mais pontos, melhor.

 

O início do treino atrasou em 10 minutos e era a hora de por os pneus supermacios para tentar logo fazer uma boa volta devido a perspectiva de bandeiras vermelhas durante o treino, o que não é incomum em Baku e pode atrapalhar as pretensões dos pilotos. Uma névoa esquisita deu uma embaçada no céu, mas ainda havia sol. Abertos os boxes ninguém perdeu tempo em ir pra pista e com 6 minutos de treino Brad Benavides bateu de frente na barreira da curva 1, provocando a bandeira vermelha que todos esperávamos.

 

 

Demorou para remontarem a barreira de pneus e no que os boxes foram reabertos, faltando 23m52s começou a corrida contra o tempo para se fazer o máximo de tentativas possíveis, torcendo para não ter mais nenhuma bandeira vermelha. Na primeira passagem de volta rápida Enzo Fittipaldi fez a P4 provisória quando faltavam 18 minutos, mas era 1,1s mais lento que o P1, o que não era uma boa volta, mas na segunda passagem ele melhorou bastante e com 1m53,9s tinha a P5 na metade do tempo do treino.

 

Com 13 minutos para o final todos os carros estavam nos boxes e se preparando para a última tentativa e com um novo jogo de pneus. Nessa altura Enzo Fittipaldi tinha a P5 provisoria. Faltando 10 minutos para o final, todos voltaram pra pista e a equipe jogou Enzo Fittipaldi na frente de todo pelotão. O brasileiro, reclamou com a equipe, segurou o ritmo para ver se alguém passava por ele e Izack Hadjar tratou de fazer isso. Mas o jogo do “passa na frente que eu vou atrás” com todo o pelotão.

 

 

A primeira volta rápida foi aberta a 5 minutos do fim do tempo estipulado e Enzo Fittipaldi fez uma boa volta, mas puxou Frederik Vesti, que marcou a pole provisória enquanto o brasileiro caiu para a P6 faltando pouco mais de 2 minutos para o fim e, todos os pilotos fizeram o “trem do slow motion” e tinha gente correndo o risco não conseguir abrir volta. Enzo Fittipaldi conseguiu abrir uma última volta antes de zerar o cronômetro. O brasileiro fez uma grande volta, usando o vávuo de Fredrik Vesti e fez uma volta de 1m52,664, mas puxou Oliver bearman que o superou por 12 milésimos, tirando a pole position do brasileiro. Zane Maloney ficou com a P9, 6 décimos mais lento. Os dois pilotos da Carlin ficarão em posições invertidas na corrida do sábado, mas o carro estava equilibrado.

 

No sábado, depois diferentona classificação para a corrida sprint da Fórmula 1 tivemos a corrida sprint da FIA Fórmula 2, que teve o grid invertido dos 10 primeiros da classificação e, com isso, Enzo Fittipaldi, que marcou o 2° melhor tempo no classificatório, largaria na P9, mas com a punição de Theo Pourchaire, ganhou uma posição. O sol estava forte, o céu claro, a temperatura estava amena, mas o asfalto estava bem quente para as 21 voltas onde todos os pilotos estavam de pneus médios.

 

 

Completada a volta de apresentação os carros se reposicionaram no grid. Apagadas as luzes vermelhas, Enzo Fittipaldi foi bem cauteloso enquanto os caros à sua frente foram batendo uns nos outros. Com isso, o brasileiro manteve a P8, mesmo com Zane Maloney tendo um pneu furado e Richard Vershoor quebrando a asa dianteira. Na volta 3 foi liberado o DRS, e Oliver Bearman tomou a P8 do piloto da Carlin, mas Ralph Boshung bateu na curva do castelo e provocou a entrada do safety car.

 

A relargada veio na abertura da volta 6 e Kush Maini atacou Enzo Fittipaldi e ganhou a P8 do brasileiro. Em seguida ele fou superado por Roman Stanek, mas que abusou na freada e Enzo Fittipaldi recuperou a P9, mas estava sob ataque de Arthur Leclerc. Kush Maini não tinha como abrir asa para atacar Theo Pourchaire, mas Enzo Fittipaldi não estava com um bom rendimento e também perdeu a chance de abrir asa, além de ver Arthur Leclerc crescendo nos retrovisores.

 

 

O Carro do brasileiro não rendia bem e ele não conseguia se aproximar de Kush Maini, mas ao menos estava conseguindo se manter à frente de Theo Pourchaire na metade da corrida. Na P9 Enzo Fittipaldi estava fora dos pontos. Roy Nissany bateu (novidade) na curva 15 na 15ª volta e provocou outra entrada do safety car e “salvou” a P9 do brasileiro que já tinha Arthur Leclerc colado na traseira.

 

A relargada veio na abertura da volta 19 pra 3 voltas insanas. Com o carro rendendo mal, Enzo Fittipaldi precisava tentar segurar a posição e “torcer pela desgraça alheia” à sua frente para ganhar pontos... e a desgraça aconteceu! Com 5 carros batendo na curva 1, Enzo Fittipaldi subiu para a P5 e agora era torcer para não darem bandeira vermelha e beneficiarem os surtados que bateram. A corrida terminou sob safety car (com uma bizarra bandeirada dentro do pit lane) e o brasileiro saiu num lucro gigante.

 

No domingo de manhã (madrugada no Brasil) tivemos os pilotos da FIA Fórmula 2 de volta à pista para a corrida principal da etapa do Azerbaijão. Enzo Fittipaldi teve muita sorte na corrida do sábado, ganhando posições graças aos acidentes do final da prova e na corrida longa, com a parada obrigatória e 29 voltas. Largando na primeira fila, o brasileiro teria que encontrar um melhor ritmo de corrida para não perder posições e ficar fora de confusões. Um pódio seria fundamental pra pontuação do campeonato.

 

 

A pista estava bem mais fria do que no sábado e isso ia complicar o aquecimento dos pneus. Após a volta de apresentação os carros voltaram para o grid e, apagadas as luzes vermelhas, Enzo Fittipaldi fez uma largada segura e manteve a P2. Todos foram bem cautelosos, mas no fim da primeira volta ficou claro que o carro do brasileiro continuava com ritmo de corrida abaixo dos carros mais rápidos e no começo da volta 2 foi superado por Theo Pourchaire, com o DRS liberado já no final da primeira volta.

 

Enzo Fittipaldi já ficou sob pressão de Frederik Vesti na volta seguinte. Os 5 primeiros formaram um pelotão, com 3s de vantagem sobre o 6º colocado. que tinha na frente Oliver Bearman e Theo Pourchaire trocando posições. Na abertura da volta 6 Enzo Fittipaldi colou em Theo Pourchaire, abrindo um pouco de Frederik Vesti e o dinamarquês foi o primeiro a ir para os boxes, com outros pilotos entrando na sequência. Apesar da proximidade de Theo Pourchaire, o brasileiro não conseguia atacar o piloto monegasco.

 

 

Enzo Fittipaldi entrou nos boxes na volta 8 e fez uma boa parada, voltando com boa vantagem sobre Frederik Vesti, mas trazendo com ele Victor Martins a menos de 1s. Na abertura da volta 9 os 2 primeiros pararam e saíram com boa vantagem para Enzo Fittipaldi, que estava bem atrás dos dois líderes e tivemos o virtual safety car por Brad Benavides que ficou atravessado em uma das áreas de escape. A diferença de Enzo Fittipaldi para Theo Pourchaire era de 2,5s.

 

Bandeira verde na volta 11 e Enzo Fittipaldi tinha o desafio de se segurar na P3 com Victor Martins na sua cola (vou considerar as posições virtuais, uma vez que Izack Hadjar e Ayumu Iwasa, os dois primeiros, ainda não pararam). Enzo Fittipaldi ia perdendo terreno em relação a Theo Pourchaira, com a diferença passando de 3s na abertura da volta 13. A sorte é que o P5, Kush Maini, estava 8s atrás deles, mas Frederik Vesti tomou a P5 na abertura da volta 14.

 

 

As coisas começaram a ficar mais interessantes a partir da abertura da volta 15, com Enzo Fittipaldi mantendo mais de 1s de vantagem para Victor Martins e Frederik Vesti estando a 9,5s na P5. A torcida era para não termos um safety car para ajudar os dois na frente e agrupar o pelotão. Enzo Fittipaldi começou a se aproximar de Theo Pourchaire e na abertura da volta 20 a distância estava em 2,4s... e continuou se aproximando, tendo aberto quase 2s sobre Victor Martins.

 

 Na abertura da volta 23 Enzo Fittipaldi já veio com a diferença abaixo de 1s e na volta 24 ele usou a sequência dos três trechos de DRS pra ganhar a P2, passando por fora. E o brasileiro abriu uma vantagem suficiente para impedir um ataque na retona. O problema é que Theo Pourchaire continuava próximo e Victor Martins chegou nos dois faltando 5 voltas para o final.

 

 

Os 3 vinham se aproximando de Oliver Bearman e na abertur da penúltima volta o brasileiro conseguiu por mais de 1s de frente sobre o monegasco, além de se aproximar do líder da corrida. Na última volta Theo Pourchaire reduziu a distância, mas Enzo Fittipaldi garantiu a P2, marcou 22 pontos no final de semana, superou Zane Maloney na pontuação do campeonato e saiu da Baku na P10, mas apenas 10 pontos atrás do 4°. A etapa seguinte será em Ímola, dias 19 e 20 de maio.

 

USF2000Jr

Eu tinha decidido que não conseguiria cobrir todas as categorias este ano, mas não posso deixar de comentar o desempenho dos brasileiros, em especial o de Nicolas Giaffone na USF2000Jr. ainda temos outros dois brasileiros na categoria: Lucas Fecury, que está na mesma equipe de Nicolas Giaffone, a DeForce, e o catarinense Erick Schotten, na Exclusive. Neste final de semana, tivemos rodada dupla no circuito misto de Barber e Nicolas Giaffone esteve imparável. Fez a pole para as duas corridas e venceu as duas corridas assumindo a liderança do campeonato.

 

 

O outro brasileiro da equipe DeForce, Lucas Fecury, foi ao pódio com o 3° lugar na primeira corrida e ficou com a P4 na segunda. Depois de garantir as poles, Giaffone conduziu o grid de 15 carros na primeira curva até o final da corrida e mesmo seguido de perto por seu outro companheiro de equipe, Quinn Armstrong, nunca esteve seriamente sob ameaça durante as corridas de 20 voltas cada. Erick Schotten ficou na P8 na corrida do sábado e na P10 no domingo.

 

 

E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando as categorias de base com os brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em qualquer dos continentes pelo mundo e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. 

 

Um abraço a todos,

 

Genilson Santos

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.