Oi amigos, tudo bem?

Eu estou nesta sexta-feira, 21, aqui em Indianapolis, no que seria o segundo dia do Open Test para a Indy 500. Digo seria porque choveu durante o dia e a programação foi toda cancelada. Por causa disso, a preparação resumiu-se ao dia de ontem. Apesar de muito vento, a pista seca permitiu que a gente andasse bastante e testasse muita coisa.

Foi uma pena não poder andar nesse segundo dia, pois nossa programação era fazer novos experimentos. De qualquer modo, justamente pela previsão de chuva para hoje, fizemos o máximo previsto ontem, já prevendo essa possibilidade. 

Posso dizer a vocês que estamos bem para o mês de maio. Isso significa dizer que temos o caminho e vamos chegar com uma base sólida para começar bem a preparação. No ano passado, sofremos com falta de velocidade o tempo todo e aquele 7º lugar foi extraordinário diante das ferramentas que possuíamos. Agora, posso dizer que já temos uma receita. 

Começamos com acerto do ano passado, mas o carro estava meio estranho. Engraçado é que algumas partes técnicas – se eu for tentar explicar nem eu entendo direito – não funcionaram muito para a gente. Por causa disso, mudamos bastante ao longo do dia. No final, foi melhorando, dando mais confiança.

Nessa pista, você não pode arriscar, ou melhor, tem de arriscar, mas no momento certo. É muito difícil entender o carro quando venta muito, como aconteceu aqui. Numa atividade como essa, você encontra muito tráfego pelo caminho, então, tem de saber a hora de arriscar. 

Foi muito válido porque deu para andar bastante, acabei dando 101 voltas, o que foi muito bom. Vamos ter de analisar todas essas coisas e preparar tudo para colocar em prática. Isso aconteceria nesta sexta-feira, mas como não deu, a próxima vez de acelerar aqui em Indianapolis será em maio, logo depois da prova no misto, já dentro da programação oficial da Indy 500.

O foco agora é na etapa de Barber, no domingo, 30. Será a primeira corrida do ano em circuito misto permanente e última prova do calendário antes de entrarmos no Super May. Ou seja, temos muito trabalho ainda neste mês de abril e mais ainda quando maio chegar.

É isso aí, pessoal, abraço grande e vamos que vamos!

Helio Castroneves 

Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br

Olá amigos leitores,

A corrida na minha querida cidade natal é sempre especial. Além da corrida da NTT IndyCar Series temos também a corrida dos carros de GT ao IMSA em um final de semana simplesmente mágico em um final de semana maravilhoso de sol, calor e muita velocidade.

Primeira pole da carreira. Corrida quase perfeita. Primeira vitória na carreira. Kyle Kirkwood tem uma longa carreira na NTT IndyCar Series pela frente, mas independentemente do que o futuro traga, é uma aposta segura que ele não esquecerá a corrida de 2023 em Long Beach tão cedo.

Praticamente todos os elementos da corrida que ele podia controlar foram executados com perfeição. Sua largada foi pontual, ele acertou as relargadas e, no que provou ser o movimento de embreagem da corrida, ele conseguiu esticar seu stint do meio uma volta além dos carros contra os quais estava correndo, preparando-o para se defender de um posição de força para o stint final.

A única vez que ele parecia em perigo real foi imediatamente após a primeira rodada de paradas. A equipe Penske estava entre as poucas a começar a corrida com os pneus mais duros, o que significou que Josef Newgarden teve a vantagem inicial dos pneus macios. Entretanto, com o composto mais macio para o segundo stint, ele não perdeu tempo em aproveitá-lo para passar para a liderança quando Kirkwood se envolveu em uma briga estranha entre os carros da Juncos Hollinger Racing, que haviam sido embaralhados para a frente do pelotão.

Newgarden manteve a liderança durante todo o período intermediário, mas Kirkwood permaneceu ao alcance e aumentou o pavio quando o Chevrolet nº 2 teve que fazer sua segunda parada. Quando Kirkwood saiu de sua própria visita ao pitlane, ele o fez confortavelmente na frente. Sua causa sem dúvida foi ajudada perto do final pelo fato de que o carro imediatamente atrás dele era o do companheiro de equipe Romain Grosjean, que tinha literalmente mais push-to-pass do que sabia o que fazer: o suficiente para colocá-lo na liderança, mas ao custo provável de não ter combustível suficiente, mantenha-o lá.

O terceiro lugar foi menos do que Marcus Ericsson, da Chip Ganassi Racing, esperava, mas foi um trabalho sólido de salvamento depois que ele se livrou do contato com Pato O'Ward durante o primeiro stint. O incidente em questão foi desencadeado por Pato O'Ward carregando muita velocidade na curva 8 e girando, fazendo os carros deslizarem ao seu redor. Algumas voltas antes, ele se envolveu em outro incidente na mesma curva, quando deu uma grande investida para dentro de Scott Dixon.

A dupla fez contato lado a lado que mandou Dixon para as barreiras e trouxe uma bandeira amarela. Dixon conseguiu continuar, mas depois desistiu da corrida devido a um problema de pressão do óleo. Colton Herta subiu de sétimo para quarto para completar um Andretti Autosport 1-2-4, deixando Alex Palou para completar uma jornada um pouco mais aventureira para os cinco primeiros.

O desafio de Newgarden desapareceu na parte final da corrida devido a um problema que ele não identificou além de descrever como “brutal”, deixando Will Power como o melhor finalizador do Team Penske com uma masterclass em economia de combustível para subir do 13º para o sexto. Também notável foi o jovem Ganassi, Marcus Armstrong, que teve o que considerou uma tarde bastante monótona em sua segunda largada na IndyCar, mas ainda plantou o 11º lugar entre os 10 primeiros com um oitavo.

A batida solitária de Helio Castroneves na primeira volta ameaçou dar o tom para outra tarde de caos no cânion de concreto, mas fora as aventuras de O'Ward na curva 8, a corrida foi praticamente sem incidentes. A única exceção notável veio logo no final, quando as esperanças de Arrow McLaren de ver dois carros entre os 10 primeiros foram frustradas pelo carro de Alexander Rossi sofrer uma falha na suspensão e bater na parede a uma volta do fim.

Vamos acelerar!

Sam Briggs

Fotos: site IndyCar Media