Ainda no início de 2023, pouco antes da disputa da 4ª etapa do Mundial de Fórmula 1, nos deparamos com um quadro interessante. Na tabela dos construtores verificamos nitidamente a divisão em dois blocos, no que se refere a pontos acumulados. O primeiro bloco, o do pódio, liderando a competição se encontram Red Bull (123 pontos), Aston Martin (65) e Mercedes (56). Um pouco mais abaixo, fora do primeiro bloco, está a Ferrari (26). A maior parte dos concorrentes vem no bloco traseiro, formado por Mclaren (12), Alpine (8), Hass (7), Alfa Romeo (6), Alpha Tauri (1) e Williams (1).

A maior surpresa da temporada é o bom desempenho da Aston Martin. A equipe britânica vem investindo pesado em suas novas instalações, contratou a peso de ouro profissionais competentes que se encontravam em posição de destaque nos quadros de outras equipes, trouxe Fernando Alonso para substituir Sebastian Vettel, e teve a felicidade de desenvolver um projeto que nasceu bem sucedido, que a levou, por enquanto, do 7º lugar para o 2º lugar entre os melhores construtores. Mas manter essa posição não será nada fácil. A Mercedes, que parecia no começo ser a 4ª força, conquistou o 2º lugar na Austrália e subiu para o 3º posto. A Ferrari está tendo um de seus piores inícios de campeonato de sua história. Com 26 pontos somados está longe dos 3 primeiros, mas pode ainda se recuperar, pelo menos para lutar por um 2º ou 3º lugares. A Mclaren está longe de seus melhores dias. Conseguiu levar seus 2 carros aos pontos na Austrália, o que não deixa de ser uma façanha, já que não pontuou nas 2 primeiras corridas. A equipe britânica se ressente de “envelhecimento de estrutura”, precisando passar por um choque de atualização, para atingir o nível em que se encontram Red Bull, Mercedes, Aston Martin e Ferrari.

As 5 equipes com  menor número de pontos na tabela não estão conseguindo mostrar potencial de reação. Alpine, Haas, Alfa Romeo, Alpha Tauri e Williams conseguiram até agora de 8 pontos a 1 ponto. Esperávamos mais da Alpine, mas tudo indica que a equipe francesa regrediu do ano passado para 2023. Dentre essas últimas equipes uma ou outra poderá melhorar, mas dificilmente atingirá o nível do primeiro bloco. A realidade é que vão brigar para ver quem é menos pior.

Chegamos à conclusão de que a Red Bull não será superada na presente temporada, vamos nos concentrar na intensa concorrência que acontecerá do 2º ou 3º lugares em diante. Saberemos, por exemplo, se a Ferrari estará entrando em mais uma de suas crises ou se recupera o terreno perdido para Mercedes e Aston Martin. Se os italianos resolverem a maior parte de seus problemas internos, poderão projetar melhor o futuro.

Ao concluir que a Red Bull é a grande favorita, não significa que teremos corridas monótonas. O alto nível técnico dos competidores garante bons espetáculos. A própria organização da Fórmula 1 já modernizou suas transmissões, editando as melhores brigas, sempre independente das posições em disputa. Acompanhar os bastidores das corridas já se tornou uma motivação a mais, tudo facilitado pela globalização. Não temos do que reclamar em relação à busca das mais variadas informações.

O Grande Prêmio do Azerbaijão, no circuito de Baku, no dia 30 de abril, é a próxima etapa da Fórmula 1.

Luiz Calos Lima

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.