Desde os treinos livres um clima de certa agressividade se percebeu no final de semana do GP da Austrália, em Melbourne, circuito de Albert Park. A rivalidade dentro de algumas equipes ganhou contornos mais sérios, por ainda não ter definidas as posições de primeiro piloto. Cada um busca executar um trabalho mais eficiente, na tentativa de superar o companheiro.

Na qualificação do GP australiano o resultado dessa intensa batalha: a diferença entre o 1º e o 10º colocado foi praticamente de 1 segundo e carros de 7 das 10 equipes conseguiram colocar pelo menos 1 carro no Q3. Verstappen (Red Bull), Russell (Mercedes), Hamilton (Mercedes), Alonso (Aston Martin), Sainz (Ferrari), Stroll (Aston Martin), Leclerc (Ferrari), Albon (Williams), Gasly (Alpine) e Hulkenberg (Haas) foram os 10 mais rápidos no grid. Um pouco menos de 2 segundos separavam os 19 carros que tomaram tempo, já que Perez (Red Bull) não registrou volta rápida.

Todos os ingredientes reunidos para se transformar em grande espetáculo, na estreita pista de Albert Park. Logo após a primeira largada, tivemos 4, Leclerc foi tocado por Stroll, atolou na caixa de britas e por lá ficou. Surgiu o primeiro safety car.

Algumas voltas mais tarde Alexander Albon, que surpreendeu ao marcar o 8º lugar no grid, com seu Williams, bateu sozinho na curva 7 e espalhou detritos na pista. Por muito pouco outros pilotos não bateram. Safety car na pista, a organização demorou uma preciosa volta, para decidir pela bandeira vermelha, prejudicando Russell e Sainz, que foram para troca de pneus ainda só com o safety car.

O motor de Russell quebrou, com fogo soltando pelo escapamento, obrigando o britânico a abandonar, lamentando a falta de sorte. Foi acionado o safety car virtual.

Faltavam 5 voltas para o final da corrida quando, por quebra de suspensão, uma raridade atualmente, Magnussen bateu com a roda traseira direita no muro, saiu se arrastando por dezenas de metros, enchendo a pista de detritos. Nova bandeira vermelha. Faltavam 3 voltas para o fim quando foi acionada mais uma vez a bandeira vermelha, devido a um acidente de grandes proporções, envolvendo principalmente os carros de Vries, Ocon, Gasly e Sargeant. 8 carros abandonaram a corrida, como há muito não ocorria.

Só houve tempo para uma relargada em movimento, com os carros cruzando a linha de chegada em fila indiana, obedecida a ordem na pista antes da última relargada. O cair da tarde com o sol descendo já próximo ao horizonte, a visibilidade dos pilotos foi cada vez mais prejudicada. Assim Verstappen venceu, Hamilton em 2º e Alonso em 3º. Stroll, Perez, Norris, Hulkenberg, Piastri, Zhou e Tsunoda completaram os 10 primeiros.

Com a penalização de 5 segundos a Sainz, pela batida em Alonso, a Ferrari não marcou nenhum ponto. A Mercedes surpreendeu ao chegar em 2º com Hamilton, mas lamentou a quebra de Russell. A Aston Martin continua bem, com seus pilotos alcançando o 3º e o 4º lugares. A McLaren, que não vinha nada bem, conseguiu pontuar com seus 2 carros, sendo Norris em 6º e Piastri em 8º. 7 equipes conseguiram colocar pelo menos um carro entre os 10 primeiros.

Mesmo com as confusões acontecidas durante o GP da Austrália, o evento foi bastante interessante. Concluímos que os pilotos todos, sem exceção, estão buscando o limite extremo de seus carros. Retiram do equipamento tudo o que ele pode oferecer. Se o grid foi definido com uma diferença de 2 segundos entre os carros, a tendência é diminuir essa diferença. Teremos o que gostamos: disputas acirradas. Bom para o espetáculo!

Situação do Campeonato Mundial de Pilotos: 1º) Max Verstappen – 69 pontos, 2º) Sergio Perez – 54, 3º) Fernando Alonso – 45, 4º) Lewis Hamilton – 38 e 5º) Carlos Sainz e Lance Stroll – 20. Situação do Campeonato Mundial de Construtores: 1º) Red Bull – 123 pontos, 2º) Aston Martin – 65, 3º) Mercedes – 56, 4º) Ferrari – 26 e 5º) McLaren – 12.

Próximo encontro: GP do Azerbaijão, circuito de Baku, dia 30 de abril.

Luiz Carlos Lima