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Um balanço do Dakar 2023 com brasileiros em destaque PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 15 January 2023 21:35

Olá pessoal,

 

Eis-me aqui para minha segunda coluna como substituto do nosso querido colunista Alexandre Bianchini enquanto ele está descansando (já recebi umas fotos dele na praia com a filha) e espero que fazendo um bom proveito desses dias.

 

Terminou neste domingo mais uma edição do Rally Dakar, que há quatro anos passou a ser disputado no deserto da Arábia Saudita. Independente do local de sua disputa, que originalmente ia de Paris para Dakar, no Senegal, mas que por vários anos mudou-se para a América do Sul em face às ameaças de ataques terroristas e da ameaça de morte aos pilotos caso o rally acontecesse em seu roteiro original.

 

Independente do local de disputa, algo que sempre marcou a competição foi o grau de risco para os pilotos e raros foram os anos onde não tivemos um acidente fatal Em 45 edições, somam-se 73 óbitos. Infelizmente, este ano além da trágica perde de uma vida, a vítima foi um espectador. O cidadão de origem italiana, de 69 anos (a identidade não foi revelada), que estava atrás de uma duna sofreu um acidente no traçado do rally. Ele foi evacuado por um helicóptero para assistência médica, mas infelizmente faleceu durante a transferência, informou a organização do Dakar em comunicado oficial. O piloto Tcheco, Ales Loprais não conseguiu evitar o acidente e ao final da etapa, informado da morte do espectador, decidiu abandonar a competição.

 

Falando da competição, na abertura pudemos ver os 455 veículos inscritos para encarar os 8.549km, sendo 4.706km de trechos cronometrados em alta velocidade – as chamadas especiais – cada uma correspondente a um dia de competição, com distâncias e desafios variados. Entre os 73 automóveis, há algumas subcategorias determinadas pela configuração das máquinas, incluindo veículos de tração 4x4 e 4x2, motores híbridos, a diesel, diesel ecológico e gasolina. A principal divisão é a T1+. Além desses tínhamos 19 quadriciclos, 125 motos, 47 UTVs e 56 caminhões, categoria desfalcada dos multivencedores Kamaz, de origem russa, com o banimento de pilotos e fabricantes do país em função da guerra contra a Ucrânia.

 

O Brasil se fez representado por um grande esquadrão: Lucas Moraes (Brasil) / Timo Gottschalk (Alemanha), Toyota GR DKR IMT estavam na categoria principal, a T1+. Nos UTVs tínhamos Gustavo Gugelmin (Brasil) / Austin Jones (EUA), Can-Am Maverick XRS; Pâmela Bozzano (Brasil) / Carlos Sachs (Brasil), Can-Am Maverick X3; e Enio Bozzano Júnior (Brasil) / Luciano Gomes (Brasil), Can-Am Maverick X3 nos Protótipos leves. Nos UTVs de Produção estavam Rodrigo Luppi (Brasil) / Maykel Justo (Brasil), Can-Am Maverick XRS; Bruno Conti de Oliveira (Brasil) / Pedro Bianchi Prata (Portugal), Can-Am Maverick X3; e Cristiano Batista (Brasil) / Fausto Mota (Espanha), Can-Am Maverick XRS. Nos Quadriciclos fomos representados por Marcelo Medeiros (Brasil), Yamaha Raptor 700. Não tivemos representante brasileiro nas motos, onde já conquistamos títulos.

 

Terminou hoje a 45ª edição do Rally Dakar na Arábia Saudita. No derradeiro dia de competição, e com as posições de pódio à Geral das motos ainda totalmente por definir, os pilotos tiveram de cumprir uma especial de 136 km de extensão que os levou de Al-Hofuf a Dammam, onde estava instalado o palanque final para receber a caravana do Dakar 2023. Depois de catorze etapas às quais se juntou ainda um Prólogo inicial disputado ainda no ano passado, o grande vencedor foi mesmo Kevin Benavides (Red Bull KTM Factory Racing). O piloto argentino vence assim o seu segundo Rally Dakar, depois de já o ter conseguido, em 2021, usando uma moto Honda.

 

Nos UTVs, o brasileiro Gustavo Gugelmin, navegador do norte-americano Austin Jones (Can-Am Maverick / Red Bull Off-Road Team USA) festejou seu terceiro título, o segundo consecutivo. Depois de dominar na T4 dos UTVs em 2022, ele e Jones repetiram o feito na T3, para os modelos protótipos ou com maior preparação. A dupla conseguiu ficar longe de problemas mecânicos sérios, mantendo um ritmo constante. Gugelmin já havia vencido o Dakar com Reinaldo Varela. Na mesma categoria, Pamela Bozzano / Cadu Sachs (Can-Am Maverick / Team BBR Pole Position 77) completaram sua participação na 32ª posição – foi a estreia da piloto, vencedora da categoria UTV3 no último Sertões. Enio Bozzano (marido de Pamela) e Luciano Gomes (Can-Am Maverick / Team BBR Pole Position 77) fecharam na P.34.

 

A ausência do esquadrão russo Kamaz, que havia conquistado os últimos seis títulos (se recusou a defender uma bandeira neutra) abriu caminho para um novo trio campeão. Janus van Kasteren, Darek Rodewald e Marcel Snijders (Iveco Powerstar / De Rooy Iveco) marcaram a volta de uma das mais tradicionais equipes da categoria ao alto do pódio. Também com um caminhão, mas no Dakar Classic (regularidade), o brasileiro João Fortes concluiu a prova, como integrante do trio com Juan Donatiu e Joaquin Villatarsana.

 

Na categoria que mais chama as atenções, a dos carros, tivemos como destaque e surpresa, colhendo elogios da organização e da FIA, o brasileiro Lucas Moraes, que em que em seu ano de estreia, ao lado do navegador alemão Timo Gottschalk (Toyota GR Hilux DKR T1+ /MEM Overdrive), o bicampeão do Sertões se transformou na revelação do Dakar 2023. Os favoritos (um deles) Nasser Al-Attiyah / Mathieu Baumel (Toyota GR Hilux DKR T1+ / Gazoo Racing) confirmaram a segunda vitória seguida – quinta para o piloto do Qatar. Com uma vantagem confortável na segunda metade do rally, puderam administrar na reta final. Vice para Sebastien Loeb / Fabien Lurquin (Prodrive Hunter / BRX), com direito a sete vitórias de etapa, seis delas consecutivas. A dupla Lucas Moraes / Timo Gottschalk deu um calor danado nos franceses e a terceira posição foi um feito impressionante.

 

Grande Abraço,

 

Flávio Pinheiro