Oi amigos, tudo bem?

Espero que as comemorações pela passagem de ano tenham sido ótimas para todos e, assim como eu, estejam bem animados para 2023. Depois de um rápido descanso, entre Natal e Ano Novo, minhas atividades foram retomadas porque, como sabem, já tenho corrida agora em janeiro. E que corrida! 

Vamos abrir a temporada do IMSA WeatherTech SportsCar Championship, com a Rolex 24 at Daytona, nos dias 28 e 29 de janeiro. O time da Meyer Shank Racing estreará o novo carro Acura ARX06 Híbrido na nova categoria principal do campeonato, a GTP (Grand Touring Prototype).

É a nova classe que reúne o há de mais novo e tecnologicamente avançado em termos de protótipo para provas de longa duração, apresentando um trem de força híbrido que acumula energia cinética nas freadas e a armazena em baterias. Cada fabricante desenvolveu seu próprio motor de combustão interna exclusivo e trabalhou a carroceria de acordo com os seus conceitos de aerodinâmica, tudo isso sobre um chassi do mercado. No nosso caso, é o ORECA, francês.

Depois dos primeiros testes que fizemos no ano passado, os engenheiros da Acura e da Meyer Shank Racing trabalharam forte sobre os dados que colhemos e na semana que vem vamos fazer shakedown para ver se está tudo correto, antes do Roar, que é o treino coletivo no final de semana anterior à prova de 24 horas, na mesma pista de Daytona. Esse pré-evento, vamos chamar assim, acontece nos dias 20, 21 e 22 de janeiro. A Meyer Shank Racing estará completa comigo, Simon Pagenaud, Tom Bomqvist e Colin Braun.

A novidade é que essa avaliação (shakedown) será feita na sensacional pista do The Concours Club, na Flórida. Trata-se de um resort automotivo localizado no aeroporto executivo Miami-Opa Locka, que conta com pista exclusiva, restaurantes, acomodações, instalações de lazer, prática de automobilismo, garagens para colecionadores e proprietários das supermáquinas, além de uma frota própria para membros e convidados.

A pista é o “coração” do The Concours Club e os responsáveis não mediram esforços para oferecer aos associados um complexo dos mais modernos em termos de tecnologia, segurança, localização e performance. O traçado tem extensão de aproximadamente 3,5 km e oferece sete traçados diferentes.

Essa instalação maravilhosa nunca foi usada para treinos e competições, somente para o seu propósito original. Mas, dada a excelência do autódromo, pela primeira vez será palco de um teste super importante para a Meyer Shank Racing, que não estará sozinha. O pessoal da Ganassi também estará lá. Mais para a frente falarei dessa prática, mas quem quiser conhecer virtualmente esse local mágico, basta visitar o www.theconcoursclub.com.

Antes disso, porém, estarei em Indianapolis por dois dias. No primeiro, estarei no simulador da Honda. No outro, passarei pelos testes físicos da IndyCar, que acontecem todos os anos para todos os pilotos. Depois disso, foco total em Daytona. 

Por hoje é isso, amigos, vamos que vamos porque o ano promete. Forte abraço e até a próxima coluna. Fui!

Helio Castroneves

Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br

Olá amigos leitores,

Quase todos estiveram envolvidos nas festas de final de ano, mas teve muita gente trabalhando. Os estados Unidos passou por uma das maiores tempestades de neve já registradas na história e teve (ainda tem) muita gente pilotando máquinas de neve.

Mas não foram só eles que andaram se ajustando aos bancos e empunhando volantes. Teve testes de pilotos e testes de pneus desde os últimos dias de 2022 aos primeiros dias de 2023, correndo atrás de definições sobre compostos de pneus e ainda sobre assentos importantes no grid.

A IndyCar Series andou realizando testes com os compostos da Firestone, ainda que com um grupo limitado de pilotos trabalhando no Texas Motor Speedway e no World Wide Technology Raceway, o Gateway, com promessa de mais testes nas duas pistas, segundo o presidente da IndyCar, Jay Frye. Mas este programa tem mais de um objetivo: além de testar a durabilidade dos pneus, servir para “alargar a faixa de asfalto” nos dois circuitos.

Tanto na segunda etapa no Texas como na Rodada 15 em Madison, Illinois, tivemos pilotos na pista rodando na parte mais baixa das curvas para aplicar borracha e aumentar a aderência em um esforço para convidar mais tentativas de ultrapassagem dentro e fora das curvas, aumentando a faixa emborrachada do asfalto, gerando o ganho de aderência. No Texas foram 6 pilotos fazendo este trabalho. Em Illinois foram 12 pilotos.

Em ambos os casos, ficou claro que ter mais carros na pista só melhoraria a capacidade dos pilotos de tentar linhas diferentes nas curvas. Para 2023 vão acontecer mais sessões extras com este intuito, envolvendo mais pilotos para conseguir um emborrachamento mais eficiente. Nessas duas corridas em particular, ficou evidente, mesmo com esse processo sendo utilizado, a dificuldade de se “sair do trilho” para tentar as ultrapassagens com os pneus nu grau de desgaste semelhante.

O ano de 2023 também começou para algumas das principais equipes na pista. Chip Ganassi Racing, Dale Coyne Racing e Team Penske conduziram o primeiro teste privado da NTT IndyCar Series do ano na quarta-feira e, assim que terminou, o piloto de testes da Ferrari Fórmula 1, Robert Shwartzman, ao volante de um carro da Chip Ganassi, liderou o grupo, obtendo a melhor volta, de 52,539s, no percurso curto do Sebring International Raceway. O piloto russo, destaque na Fórmula 2 e Fórmula 3 na Europa, superou Kyffin Simpson (52.905s), que também andou com um carro da Chip Ganassi, além de Sting Ray Robb da DCR no Honda nº 51 (52.584s), o piloto de desenvolvimento HMD Motorsports Indy NXT e o piloto de fábrica da Porsche Penske Motorsport Dane Cameron no Chevy nº 2 (53.364s).

O teste marcou a estreia de testes da IndyCar para ambos os pilotos CGR, e o segundo para Cameron e Robb. Simpson foi o mais movimentado do grupo à tarde, fazendo 96 voltas, seguido por Shwartzman (86), Robb (77) e Cameron (74). Robb, que ainda não anunciou seus planos para a IndyCar, foi o mais rápido durante a maior parte da tarde e conforme as velocidades aumentaram na última hora, Shwartzman saltou para P1 quando os tempos de volta começaram a diminuir para o quarteto. A Chip Ganassi Racing ainda não anunciou quem pilotará o quarto carro da equipe e o piloto que por muito tempo foi do programa de talentos da Ferrari pode ser uma grande aquisição.

Vamos acelerar!

Sam Briggs

Fotos: site IndyCar Media

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.