Depois do encerramento do Campeonato Mundial de Pilotos e de Construtores podemos elaborar projeções de como será a temporada da Fórmula 1 em 2023, equipe por equipe e piloto por piloto.

Red Bull – Dominou os Campeonatos de Pilotos e de Construtores (759 pontos) durante todo o ano. A equipe austríaca interpretou como nenhuma outra o novo regulamento que passou a vigorar. Encontrou soluções, especialmente no setor de aerodinâmica, muito criativas, tornando seu carro o mais eficiente entre todos. Seu piloto Max Verstappen confirmou ser um dos melhores da história, ao vencer 16 (recorde absoluto) das 22 corridas disputadas no ano, somando 454 pontos. Sergio Perez, com o segundo carro, venceu em Mônaco e Singapura e terminou o campeonato em terceiro, com 305 pontos. Deverá ser o carro a ser batido em 2023.

Ferrari – De um início promissor, com duas vitórias de Charles Leclerc, no Bahrein e na Austrália, a equipe italiana parecia que disputaria o campeonato palmo a palmo com a Red Bull. Falhas nas operações de boxe, somados a estratégias equivocadas e erros dos pilotos foram decisivos na definição do campeão mundial. Leclerc venceu ainda na Áustria e conseguiu chegar ao vice-campeonato, com 308 pontos, graças à regularidade nas 8 corridas finais da temporada. Apesar de vencer sua primeira corrida, Carlos Sainz teve desempenho irregular durante o ano e terminou em quinto. O espanhol é um piloto talentoso, só precisa conseguir ser mais regular.

Mercedes – No início da temporada a equipe alemã deixou claro que tinha falhas no projeto do novo carro, o que comprometeria o desempenho no decorrer do ano. E foi o que aconteceu. O porposing (movimento vertical constante do chassi nas retas) que provocava oscilações que refletiam na dirigibilidade. Lewis Hamilton, consciente do trabalho que precisava ser executado, se sacrificou testando modificações no carro, deixando para o companheiro George Russell espaço para somar mais pontos. Resultado: Russell somou 275 pontos, que o levaram ao quarto lugar no ano e à sua primeira vitória, em Interlagos. Hamilton somou 240 pontos e ficou em sexto no campeonato. No final do ano o carro estava muito melhor. Acreditamos que a Mercedes disputará o título no ano que vem.

Alpine Renault – A equipe francesa surpreendeu ao ficar em quarto entre os construtores, com 176 pontos, superando a McLaren. Seus pilotos terminaram a temporada em oitavo, com Esteban Ocon somando 92 pontos e Fernando Alonso em nono, com 81 pontos. Alonso mudou parra a Aston Martin para 2023 e Pierre Gasly será companheiro de Ocon no próximo ano, fechando uma dupla francesa. A Alpine tem potencial para melhorar ainda mais.

Mclaren – A equipe britânica teve como dupla de pilotos Lando Norris e Daniel Ricciardo na temporada 2022. Norris somou 122 pontos (sétimo lugar) e Ricciardo somou 37 pontos (11º lugar). O desempenho muito inferior do australiano fez com que a direção o dispensasse antes do final da temporada. Sem uma cadeira para ocupar no ano que vem, Daniel aceitou ser piloto reserva da Red Bull. Foi substituído por outro australiano, Oscar Piastri. A McLaren somou 159 pontos, ficando em quinto lugar no ano.

Alfa Romeo Ferrari – O experiente finlandês Valteri Bottas liderou a equipe, a 6ª no ano, com 55 pontos, tendo como companheiro o chinês Guanyu Zhou. Bottas terminou o campeonato em 10º, com 49 pontos e Zhou foi o 18º, com 6 pontos somados. A dupla continuará a mesma em 2023.

Aston Martin Mercedes – Sebastian Vettel (12º colocado, com 37 pontos) e Lance Stroll (15º colocado, 18 pontos) guiaram os carros da equipe britânica (sétima dos construtores, com 55 pontos). Na metade do ano Vettel, tetracampeão mundial, anunciou que deixaria a Fórmula 1 no final do ano. Fernando Alonso vai substituir o alemão. A Aston Martin terá novas e modernas instalações em breve. O resultado pode aparecer na pista no ano que vem. O brasileiro Felipe Drugovich é o piloto reserva.

Haas Ferrari – A equipe estadunidense (8ª no ano, com 37 pontos) contou com os pilotos Kevin Magnussem (13º no campeonato, com 25 pontos) e Mick Schumacher (16º no ano, com 12 pontos). A Haas vem oscilando entre a metade e o final do grid em seus sete anos de existência na Fórmula 1. Para o próximo ano dispensou Schumacher e promoveu a volta do alemão Nico Hulkenberg. Não parece que evoluirá muito além do que está.

Alpha Tauri – Yuki Tsunoda (17º no ano, com 12 pontos) e Pierre Gasly (14º no ano, com 23 pontos) foram os pilotos da equipe satélite da Red Bull, que foi a nona colocada da temporada, com 35 pontos. Gasly, piloto que merecia carro bem melhor, foi para a Alpine, substituindo Alonso. O holandês Nick de Vries ocupará o lugar do francês na Alpha Tauri.

Williams Mercedes – Alexander Albon (19º no ano, com 4 pontos) e Nicolas Latifi (20º no ano, com 2 pontos. A equipe britânica é a pior do grid, 10ª e última colocada na temporada. Para 2023 dispensou o canadense Latifi e o substituirá pelo estadunidense Logan Sargeant, piloto revelação da Fórmula 2.

Equipes e pilotos se preparam para a nova temporada. Expectativa de um campeonato com muitas disputas, como apreciam os apaixonados por automobilismo.

Luiz Carlos Lima