Oi amigos, tudo bem? Nessa véspera de Natal, quero contar para vocês sobre um presente que recebi tempos atrás, mas que só agora estou falando a respeito. Isso porque, quando recebi em minha casa em Fort Lauderdale, estava terminando uma construção, para a qual me mudei não muito tempo depois – e mudei de novo. Assim como minhas coisas, esse presente foi transportado de uma lado para outro e eu estava esperando uma ocasião especial para mostrá-lo. Vou fazer um pouco de suspense, mas quem está pensando que esse meu presente é um carro de corrida, acertou. Mas qual carro de corrida? Aí é que está a questão. É que tenho uma relação afetiva com os meus carros. Tem gente que considera apenas uma máquina, um negócio para tirar o máximo e depois jogar fora. Comigo não! Foram eles que passaram a fazer parte de mim em cada corrida, cada ultrapassagem, cada vitória e cada derrota. Quantas e quantas vezes conversei com eles em finais dramáticos, pedindo para aguentar só mais um pouquinho até chegarmos na linha de chegada. E quando dei uma encostadinha num muro? “Desculpa, desculpa, desculpa”. São essas situações que me fazem considerar um carro de corrida muito quase um ser vivo, um companheiro de jornada fiel e presente o tempo todo. Em razão desse meu lado sentimental, gostaria de levar para casa todos os meus carros de corrida. Pensando bem, precisaria ter uma casa só para eles, pois são muitos. Um deles, o Batmóvel de Fórmula 3, está com agente, lá na casa dos meus pais em Ribeirão Preto. Agora, tenho mais um. Já são dois. Quem sabe a gente não monta, futuramente, um museu com os meus carros, né? Não espalhem, mas já tem gente cuidando disso. Mas voltando a falar do carro, todos se lembram daquele inesquecível 27 de maio de 2001, quando competi pela primeira vez na Indy 500. Era a volta da Penske à prova mais importante do mundo, depois de um tempo ausente por causa do rompimento entre as equipes da antiga CART. Vencer na minha estreia em Indianapolis era um sonho que acabou sendo concretizado. E vocês se lembram daquele Dallara Oldsmobile #68? Pois é, esse carrinho agora é meu! Quando a gente foi negociar, depois que aceitei o convite do Roger Penske para correr com o Acura no SportsCar, conversa vai, conversa vem e, no final, ele me deu o carro de 2001. Só que até revisar, empacota-lo e mandá-lo para a Flórida levou quase um ano. Aí ele ficou lá, bonitão, limpinho, só esperando o momento para ser mostrado novamente ao mundo. E foi agora em dezembro, quando foi aberta uma exposição maravilhosa, promovida pelo The Concours Club, com um tema mais do que propício: The Art of Champions. Achei que tinha chegado o momento e cedi o carro para ser apresentado, ao lado de alguns outros, com um Lotus de Ayrton Senna. E fui surpreendido, na exposição, com a primeira apresentação de uma obra belíssima minha homenagem, retratando a quarta vitória na Indy 500. Então, amigos, não foi propriamente um presente de Natal, mas como o carro apareceu pela primeira vez apenas agora em dezembro, acho que vale, né? Quero aproveitar para desejar a todos um Feliz Natal. Por mais difícil que tenha sido o ano, se a gente permitir que os ensinamentos de Jesus se alojem em nossos corações, com certeza estaremos em paz e revigorados para continuar lutando. Recebam meu melhor abraço e até semana que vem. Helio Castroneves Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br Olá amigos leitores, Estamos chegando no final do ano e eu quero fazer com vocês uma retrospectiva do ano de 2022, um campeonato sensacional, com a disputa pelo título aberta para vários pilotos até a corrida em Laguna Seca. Reunir um conjunto de estatísticas do final da temporada dá um certo trabalho, mas eu tive ajuda. A NTT IndyCar Series fez uma compilação dessas estatísticas e vamos ver que tivemos um ano onde, mesmo com uma grande disputa pelo campeonato, vimos um ano dominado pela Team Penske e pela Chevrolet, mas tivemos pilotos equipados com motores Honda na briga pelo campeonato, mas no final, o que tivemos foi os pilotos da equipe do Capitão Roger Penske no topo da tabela de classificação. O campeão foi Will Power, o vice-campeão Josef Newgarden e o quarto colocado Scott McLaughlin, que ficou a apenas 12 pontos de dar a Roger Penske um 1-2-3 na classificação do campeonato de pilotos. Will Power e Scott Dixon: velocidade e regularidade. A primeira estatística intrigante é encontrada com o total de 2.268 voltas disputadas entre as 12 corridas de estrada e rua e as cinco competições ovais. Dentro do grupo de pilotos em tempo integral, Scott Dixon, da Power and Chip Ganassi Racing, foram os únicos a completar todas as voltas em todas as corridas. Essa distinção a cada volta aconteceu cinco vezes na história da IndyCar Series; Dixon fez isso duas vezes. No extremo oposto da contagem dos jogadores em tempo integral, A.J. Kyle Kirkwood (1805) da Foyt Racing e Rinus VeeKay (1890) da Ed Carpenter Racing terminaram o menor número de voltas no calendário da IndyCar. Para vencer uma corrida o piloto só precisa liderar uma volta: a última! Cruzando a linha de chegada na frente, mas a história mostra gente que andou muito tempo na frente sem conseguir traduzir seus domínios em vitórias. Não foi o caso deste ano, onde Josef Newgarden (527), Scott McLaughlin (433) e Will Power (335) varreram os 3 primeiros para a Penske com o maior número de voltas lideradas. Quando combinados (1295), os pilotos da Team Penske lideraram mais da metade (57%) das voltas disponíveis em 2022. Entre as outras equipes, a CGR ficou em segundo lugar na lista de líderes de voltas, mas estava muito longe da conquista da Penske. Com seus cinco pilotos, Dixon (177), Alex Palou (173), Marcus Ericsson (37), Jimmie Johnson (21) e Tony Kanaan (6) chegaram com cerca de um terço do número da Penske (414), e um notavelmente menor participação das 2268 voltas (18%). Largar na frente é importante na Indycar também A equipe Penske também foi a rainha dos treinos de classificação, conquistando 9 poles, com Power (5) e McLaughlin (3) classificando-se em primeiro e segundo lugar nas poles. Em uma reviravolta interessante, Newgarden foi o membro menos eficaz do trio na hora de definir o grid, marcando uma única pole. Juntos, os pilotos da Penske conquistaram 53% das 17 poles da temporada. E com a conquista de Will Power para o P1 em Monterey, ele assumiu o primeiro lugar na lista de maior numero de poles (68), superando o recorde de Mario Andretti (67), que foi alcançado 29 anos, um mês e 10 dias antes. Quando Cinquistou sua 67ª pole, Mario Andretti tinha 53 anos no Michigan Speedway; Will Power tem 41 anos e conquistou o número recorde no encerramento do ano em Laguna Seca. O campeão deste ano também aumentou sua seqüência ao conquistar pelo menos uma pole em 14 temporadas consecutivas. Em outro aceno para a história, a temporada de 2022 produziu nove vencedores de poles diferentes, o maior número desde 1961. Entre as fabricantes de motores, a Chevy (13) fugiu da Honda (4) na classificação. Vitórias contam muito, mas não garantem título. Embora Josef Newgarden fosse um polesitter pouco frequente, ele liderou a série com vitórias (5) e liderou a propriedade da Penske nesta categoria. Como suas nove poles combinadas, o companheiro de equipe Scott McLaughlin (3) e Will Power (1) ajudaram a Penske a acumular mais vitórias do que qualquer outra equipe (9) com o mesmo total de vitórias (53%). Interessante é vermos que, na regularidade, com apenas uma vitória na temporada, Will Power sagrou-se campeão. Olhando para os fabricantes dos motores V6 biturbo de 2,2 litros da IndyCar, a Chevy usou sua vantagem de uma temporada para liderar com vitórias (11) e vencer a Honda (6) no campeonato de fabricantes pela primeira vez desde 2017. Entre os carros equipados com motores Chevy, três venceram mais de uma corrida pela marca (Josef Newgarden, Scott McLaughlin, Pato O'Ward), enquanto apenas Dixon venceu mais de uma vez pela Honda. Essas duas vitórias de Dixon permitiram que ele ultrapassasse Mario Andretti pelo segundo lugar na lista de vitórias de todos os tempos (53), estendendo sua seqüência ininterrupta de vitórias pelo menos uma vez em cada uma das últimas 18 temporadas e, embora não sejam consecutivas, Dixon venceu pelo menos uma vez em 20 de seus 23 campeonatos da IndyCar. Na próxima semana a gente continua a retrospectiva 2022. Vamos acelerar! Sam Briggs Fotos: site IndyCar Media Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. |