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Interlagos inflado (de carros, categorias, egos, autoridades, etc) teve “chuva de campeões” PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 12 December 2022 14:07

Olá leitores!

 

Como vocês estão? Torço para que os preparativos para os festejos de final de ano estejam correndo bem, afinal nem tudo na vida é corrida... OK, corridas são uma parte importante da vida, e muito agradável, por sinal, mas também é importante reservar um tempo para cuidar de si mesmo e confraternizar com as pessoas queridas. E se estiverem em locais que faz calor, que ao menos possam aproveitar esse calor todo em uma praia ou em uma piscina... pois enfrentar calor em pista de corrida ninguém merece.

 

E foi o que aconteceu esse final de semana em Interlagos, muito, muito, mas MUITO calor para acompanhar a etapa final do campeonato da Stock Car Brasil, em um autódromo superlotado nas áreas internas. Parecia as ruas de São Paulo, muito carro para pouco espaço. Explicando: originalmente não estava previsto que a etapa de encerramento fosse em São Paulo, esta data estava reservada para o Campeonato Paulista. Acontece que a VICAR, organizadora da categoria, acreditou na lenda urbana chamada “reforma do autódromo de Brasília”, e final do ano passado marcaram a etapa para esse ano. Bom, oficialmente a justificativa apresentada foi que “as obras na pista não estavam concluídas e, portanto, foi necessário remanejar a decisão para Interlagos”. Bom, segundo um amigo que mora no Distrito Federal e volta e meia circula pela região da pista, as obras não terminaram devido ao fato que nem começar direito começaram. Demoliram as estruturas antigas conforme o plano da reforma... e a obra parou. Tá lá, tudo demolido, mas sem atividade alguma de construção. Como a Stock Car, apesar de mecanicamente se basear em categoria norte americana, prefere bastidores luxuosos como os das categorias europeias, claro que a ideia de estruturas como as utilizadas em NASCAR e Indy estava fora de cogitação. Como fazer lounges, áreas VIP, Lounges VIP, camarotes e mais todas aquelas estruturas “I wanna be Formula 1” num cenário desses? A solução, claro, foi vir para Interlagos. Que teve que receber a Stock Pro, com muitos carros, a Stock Series (poucos, mas existem), a Fórmula 4 BR, e ainda acomodar os carros do Paulista e também da Copa Faculdade de Odontologia, ops, Copa HB20, que também decidia título. Faltou espaço pra tanto carro (voltaremos ao assunto).

 

Aparentemente também deu problemas para o pessoal das credenciais, haja vista que tinha o credenciamento da Stock e do Paulista... e as pessoas contratadas para a entrega das credenciais pelo jeito foram aprendendo o serviço conforme os dias foram passando. No primeiro dia de entrega, 5ª feira, saí correndo na hora do almoço, peguei um trânsito monumental pra chegar na pista (o trajeto sem trânsito de onde trabalho para o autódromo costuma levar 10 minutos, levei meia hora), cheguei na sala de entrega... e a equipe toda tinha saído pra almoçar junta. Acabei não pegando nesse dia, pois com as dificuldades de trânsito acabaria ultrapassando o meu limite de horário para o retorno ao trabalho. Como sexta eu faria o expediente após o jogo da selecinha do Tite (aliás, esse treinador é o símbolo perfeito do mundo corporativo de hoje, alcançando o posto e mantido no cargo não pela competência, mas pelo seu “networking”, vulgo puxada de saco), fui logo de manhã cedo buscar a credencial e aí a coisa já estava funcionando da maneira correta ali na salinha. Ouvi casos de estrelismo de ex-piloto indo buscar sua credencial e tendo ataque de pelanca ao ser questionado pela atendente (nascida após o mesmo abandonar as pistas) se a credencial dele era da Stock ou do Paulista... menos, lenda das pistas, menos... ninguém tem a obrigação de saber que cada ruga em seu rosto é uma vitória...

 

Após apanhar um pouco com a questão das fotografias solicitadas para a emissão de credencial (as primeiras que mandei, segundo o retorno, não estavam nítidas o suficiente... aí mandei novas, com mais definição, e o credenciamento foi aprovado, mas na credencial veio a foto da primeira remessa, não da segunda), pude conferir in loco essa superlotação: lá em cima, nos boxes, ficaram os Stock Car Pro, os carros da AMG Cup (antigo Mercedes Challenge, com as categorias A45 AMG e os mais antigos C300) e os carros da Fórmula Delta, do Campeonato Paulista. Os F-4 e os Stock Series ficaram em tendas no estacionamento da parte interna da Curva do Sol original, os HB20 para tendas em frente à antiga escola técnica construída em uma das reformas da pista e os carros do Paulista foram para tendas no traçado original da pista, na Curva do Laranja. Some-se a isso os espaços dos VIPs (Very Important Pagantes), a necessidade de espaço para os pilotos, integrantes das equipes, convidados dos pilotos e VIPs estacionarem seus carros... e faltou espaço para jornalistas estacionarem seus carros. Conversas daqui e dali revelaram que os taxistas e motoristas de aplicativo se deram bem nessa aí, com corridas desde as zonas norte e leste da cidade, além da região do ABC. Eu não quis deixar o carro com os “flanelinhas” lá do lado de fora do autódromo e me arrisquei a ir de trem. 2 linhas de metrô mais uma de trem, além de meia hora de caminhada da estação até o portão do autódromo resolveram a questão. 2 horas de trajeto de ida do portão de casa até a catraca de entrada nos boxes, e 3 horas de trajeto para voltar pra casa ao fim do dia, afinal domingo no período da tarde a frequência com que passam os trens da linha que atende a região diminui, assim como principalmente os ônibus para me conduzir da estação de metrô até em casa. Fiquei literalmente meia hora aguardando um ônibus no Terminal Santana para me levar pra casa, isso porquê tem 4 opções de linha de ônibus para fazer esse trajeto.

 

Bom, mas até agora não falei de corrida, né? Pois é, e devo dizer que quem ainda não teve essa experiência, não sabe o que está perdendo. As categorias do Paulista deram belos espetáculos, os gentlemen drivers dos Mercedes também arrancaram sorrisos de quem viu as corridas, seja pelas disputas no pelotão da frente seja pelo pessoal do fundão que se atrapalha com a trajetória no Esse do Falecido – e alguns também com os pontos de acelerar naquele trecho, tendo até casos de freada antes de entrar na segunda parte (algo que, com a trajetória correta, você não precisa fazer se estiver sozinho na pista, e o cidadão estava) da curva, a Copa HB20 fez seu costumeiro espetáculo, e tivemos a polêmica corrida da decisão do título da Stock Car Pro Series. Na corrida 1, uma bela disputa entre Felipe Baptista e Matías Rossi pela liderança, com Matías assumindo a ponta no começo da 4ª volta mas tendo de abandonar antes do final da prova com um prosaico acidente nos boxes. Pouco mais atrás, os líderes do campeonato duelavam entre si, com a civilidade esperada de grandes pilotos que são. Ao fim e ao cabo da primeira corrida, vitória do pole position Felipe Baptista, com os postulantes ao título logo atrás: Daniel Serra em 2º, Rubens Barrichello em 3º e Gabriel Casagrande em 4º. Com o grid invertido, esses 3 postulantes largaram embolados do 7º ao 9º lugares para a segunda corrida do dia... e aí veio o problema. Com o pessoal querendo fazer trajetórias lado a lado em Interlagos como se fosse a pista de Pocono, claro que faltou espaço na pista. Rubinho perdeu o controle e bateu, acontecendo outra batida entre Gabriel e Daniel. Por conta do calor, e por já estar literalmente passando mal de calor, estava acompanhando a corrida embalado pelo ar condicionado da sala de imprensa, que foi montada num salão existente na ponta final dos boxes, na parte de baixo do acesso por trás dos boxes. Ou seja, o “furdunço” aconteceu literalmente na frente de quem estava ali na sala. Eu entendi aquilo tudo como incidente de corrida, inclusive assistindo as diversas repetições mostradas pela transmissão oficial de diversos ângulos. Muito carro, pouco espaço na pista para tanto carro, toques acontecem. Automobilismo pode ser um esporte de contato sim senhor. Não vi INTENÇÃO do Casagrande de tirar ninguém da pista. Entretanto o diretor de prova, aquele senhor que o Shrek tanto aprecia mencionar em suas colunas, optou por simplesmente desclassificar o Gabriel Casagrande da corrida, jogando o título no colo do Rubens Barrichello, já que os danos sofridos pelo Daniel Serra o impediram de continuar na disputa. Em uma corrida de decisão de título, simplesmente desclassificar um dos postulantes por conta da política da CBA de aplicar pena equivalente ao sofrido pelo atingido (e não conheço outros lugares do mundo que apliquem essa Pena de Talião nas pistas) me parece interferência na decisão da disputa. Eu realmente gostaria de um dia poder escrever que os comissários e a direção de prova tomaram a atitude mais correta e justa possível, mas os métodos adotados aqui na Banânia não me permitem fazer isso. Além dos mecânicos, que prepararam o carro muito bem, Rubinho tem que agradecer o título aos comissários quem desclassificaram draconianamente Gabriel Casagrande da competição. Desculpem, mas pelo jeito o encosto que baixava no Michael Masi deve ter aparecido em Interlagos neste domingo. Os sobreviventes do salseiro da primeira volta puderam retornar ao pé no fundo faltando 20 minutos para encerrar a corrida, e a segunda corrida teve a vitória de Ricardo Maurício, que conseguiu segurar os ataques de Nelsinho Piquet para ficar no degrau mais alto do pódio. Em 3º, a quase 5 segundos dos líderes, chegou César Ramos para completar a festa de recebimento de troféus. Com o 11º lugar na bandeirada, sem Casagrande nem Serrinha na pista, Rubinho teve a pontuação necessária para levar pra casa o título de 2022 da Stock Car Pro Series. Eu, no lugar do Casagrande, estaria muito p... da vida com os comissários e buscaria outros campeonatos em países civilizados para correr, já que a punição dele foi por conta de política generalizada da CBA, como já explicou certa vez em sua coluna aqui no Nobres do Grid nosso colunista Sergio Berti, e não por causa dele intencionalmente ter retirado o adversário da pista, como foi intencional o choque do Hamilton no Verstappen em Silverstone na temporada de 2021. Aquilo foi intencional, o toque desse domingo na Stock não.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.

    
Last Updated ( Monday, 12 December 2022 14:25 )