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“Jogo de xadrez” em Daytona / Mudanças de planos em relação aos motores de 2024 PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 08 December 2022 14:51

Oi amigos, tudo bem?

 

Depois de dois importantíssimos dias de testes com o Acura ARX06, nesta terça e quarta (6 e 7), em Daytona, todos nós da Meyer Shank Racing estamos muito animados com nosso potencial para a abertura do IMSA SportsCar Championship, que acontecerá nessa mesma pista nos dias 28 e 29 de janeiro próximo. 

 

Um final de semana antes acontece o Roar Before the Rolex 24. Trata-se de três dias de testes livres, antes da programação da corrida de 24 horas, propriamente dita. Antigamente, o Roar acontecia já nos primeiros dias de janeiro, mas de alguns anos para cá, a programação mudou. Passou a ser feito no penúltimo final de semana de janeiro, emendando com a programação oficial. Essa mudança representou uma economia brutal, pois os carros não precisam retornar para as sedes e voltar a Daytona no final do mês.  

 

E, por falar em carro, vejam a foto na abertura da coluna de hoje. Gente, como ele é bonito! Bonito e rápido. Todos os quatro pilotos do time participaram dos testes, ou seja, Simon Pagenaud, Tom Bomqvist, Colin Braun e o Castroneves aqui. Analisamos várias coisas nesses dois dias, indo realmente nos detalhes, pois foi nossa última oportunidade de trabalhar no carro antes da programação da Roar, de 20 a 22 de janeiro.

 

 

Como será a estreia dos novos carros, dos carros híbridos e de uma nova categoria dentro do campeonato, a GTP, os carros ainda estão em desenvolvimento. E digo isso não apenas pelo nosso carros, mas de todas as equipes que participarão dessa nova era do IMSA SportsCar. Só que ainda não dá para comparar as performances.

 

Com tudo novo, há muito trabalho de desenvolvimento a ser feito. E há outro fator, ninguém sabe se o carro que está na garagem tem problemas ou a equipe está escondendo o jogo. Essa coisa de esconder o jogo é muito comum por aqui. Além de a equipe querer surpreender os adversários, tem também o BOP, que é norma técnica para equiparar as marcas dentro de uma faixa de performance. Então, se um carro aparece voando logo de cara, é bem provável que os técnicos da IMSA entendam que é necessário frear um pouco a potência, o que obviamente ninguém quer.

 

Dando uma olhada mais atenciosa nos adversários, acho que a Porsche está escondendo o jogo. A Cadillac também. Resumindo, é um jogo de xadrez, pois todo mundo tem uma estratégia. No nosso caso, não estamos escondendo muito o jogo. Ficamos algum tempo parados por causa da eletrônica, mas a boa notícia é que já foi resolvido. 

 

E a gente também está se adaptando. Essa foi a segunda vez que andei no carro, o Colin e o Pagenaud também. Só o Tom andou mais vezes, pois foi o primeiro a testar logo que o carro chegou. Cada saída para a pista é para testar algo diferente. Quando acaba a sessão, o grupo se reúne para estudar as características e aplicar no carro sem perder tempo, pois na sessão seguinte já entramos com alguns upgrades diferentes. É bem interessante essa dinâmica.

 

Como os testes terminaram ontem, agora o carro está voltando para a sede e hoje, quinta-feira, estou em Indianapolis para atividades da IndyCar, que vão desde a avaliação física dos pilotos até discussões quando tem alguma novidade prevista para ser introduzida na temporada seguinte. Essa é uma característica que sempre admirei na Indy, que é a possibilidade de todos conversarmos, com antecedência, sobre detalhes importantes do campeonato.

 

 É isso, amigos. Abração e até semana que vem.

 

Helio Castroneves

 

Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br

 

 

Olá amigos leitores,

 

Desde que o Capitão Roger Penske assumiu o controle acionário de praticamente tudo que envolve a NTT IndyCar Series, criou-se uma natural expectativa de que muitas coisas inovadoras se seguiriam na sua administração. Afinal, em tudo – ou praticamente tudo – que ele decidiu investir seus esforços e expertise no seguimento do automobilismo, os resultados positivos vieram.

 

Quando surgiu a proposta de se fazer um upgrade no motor e em toda tecnologia em torno dele, de forma bem menos impactante do que foi na Fórmula 1 e em outras categorias do automobilismo mundial, o caminho dos motores híbridos, com recuperação de energias era algo natural e muito investimento foi feito para que o projeto do motor híbrido V6 biturbo de 2,4 litros se tornasse uma realidade.

 

Infelizmente, desta vez, as coisas não aconteceram “dentro do padrão Roger Penske” e a categoria abandonou seus planos de introduzir sue novo motor V6 biturbo de 2,4 litros híbrido em 2024. A pior parte da notícia é que não foi dada nenhuma previsão de “se” ou “quando” o projeto dos motores 2.4L, que deveriam adicionar 150-200hp por meio do sistema híbrido e da maior cilindrada poderão vir a ser retomados no futuro. Em acordo com seus parceiros fabricantes Chevrolet e Honda, a série continuará usando os motores V6 biturbo de 2,2 litros que foram introduzidos em 2012, com a nova adição de sistemas de recuperação de energia originalmente concebidos pela MAHLE, a partir de 2024.

 

 

Embora a IndyCar não tenha fornecido um motivo para a suspensão do projeto desses novos motores para a categoria, todos os caminhos apontam para o aspecto financeiro. No automobilismo, uma das principais áreas envolvidas é a dos custos de desenvolvimento e neste caso, para a construção de novos motores de combustão interna, juntamente com uma necessidade nova de se desenvolver as unidades ERS, além do “casamento” das duas novas tecnologias. Esta última semana foi batido o martelo de que as marcas – Chevrolet e Honda –  teriam orçamento para suportar uma ou outra, mas não ambas, uma vez que, para o mercado consumidor mundial, tanto uma quanto a outra tem direcionado seus investimentos nos atuais ou futuros carros de estrada totalmente elétricos. Com essa opção estratégica, a parada do desenvolvimento dos respectivos motores de 2,4 litros híbridos foi uma consequência.

 

A decisão veio depois que a Honda Performance Development realizou o primeiro teste de seu TTV6 de 2,4 litros com uma unidade ERS instalada no final de outubro. A Chevrolet não participou do teste, nem moveu seu pacote de motor híbrido para uma fase de teste de pista. O próximo passo nos processos de preparação da IndyCar para se tornar uma categoria com motores híbridos em 2024 envolve o acoplamento da unidade ERS com o atual motor TTV6 de 2,2 litros. Espera-se que os testes na configuração híbrida completa comecem no próximo mês, com os dois fabricantes assumindo um papel ativo no processo ao longo de 2023.

 

 

Com os novos motores de 2,4 litros em desenvolvimento, a Chevy, por meio de seus parceiros de motores na Ilmor Engineering, e a Honda, por meio de seu braço HPD, reduziram seus investimentos nos motores de 2,2 litros de uma década como conjuntos de motores 50-60 em ambos os campos deveriam ser aposentados no final da próxima temporada.

 

Ao que parece, o conceito de manter os motores de 2,2 litros só ganhou força nas últimas semanas. Graças aos longos prazos associados à produção de itens grandes e complexos que compõem esses motores, a IndyCar Series e seus parceiros fabricantes enfrentaram um prazo urgente para fazer os pedidos necessários para manter os motores de 2,2 litros em movimento após o término da temporada de 2023.

  

Vamos acelerar!

 

Sam Briggs

Fotos: site IndyCar Media

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.