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Fórmula 1 maravilhosa em Interlagos, mas também tivemos Superbike, WEC e WRC PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 14 November 2022 10:53

Olá leitores!

 

Como vocês estão? Espero que todos bem, saudáveis e se cuidando para não pegar essa nova cepa do vírus da Covid-19, que parece ter mais ressurreições que Freddy Kruger e Jason juntos... enfim, fazer o quê, o jeito é se proteger. O bom é que nós, fãs do esporte a motor, tivemos muitas competições com que nos entreter, em 2 e em 4 rodas. Tivemos desde campeões coroados a “barracos” dignos de estabelecimentos de reputação duvidosa em regiões idem de grandes cidades... mas o importante é que não faltou corrida para acompanhar.

 

Comecemos com o Mundial de Superbike, que realizou na Indonésia a penúltima etapa de sua temporada com duas corridas das mais interessantes no “circuito de rua” (o termo não é dos mais acurados possíveis para a pista, já que ela tem áreas de escape dignas de circuitos permanentes, mesmo se utilizando das vias de comunicação de um resort. Existe o termo “circuito de resort” ou seria excesso de preciosismo de minha parte?) de Mandalika. A corrida do sábado foi a 900ª da história do WSBK, e teve o mesmo vencedor da corrida número 800: ele, o “turco voador”, Toprak Razgatlioglu (Yamaha), que assumiu a liderança logo na largada, seguido por seu companheiro de equipe Andrea Locatelli. Locatelli acabou não conseguindo segurar os avanços dos outros líderes do campeonato, sendo ultrapassado por Jonathan Rea (Kawasaki) na 2ª volta e por Álvaro Bautista (Ducati) na 3ª volta das 21 totais da corrida. Bautista acabaria ultrapassando Rea para cruzar a bandeirada na 2ª posição, deixando Rea com o degrau mais baixo do pódio. Foi um pódio de números significativos, como lembrou a própria categoria: 30ª vitória da carreira de Toprak em sua 90ª corrida pela Yamaha, sendo que dessas 30 vitórias, 28 aconteceram com a marca dos três diapasões, tornando ele o piloto com maior número de vitórias pela marca japonesa. Rea entrou para as estatísticas também, com o seu 240º pódio, uma marca realmente impressionante. Já no domingo Bautista largou sabendo que precisava apenas chegar no pódio para levar o título pra casa, o que levando em conta o desempenho que teve durante a temporada não seria difícil, e entrou na pista com o regulamento preso no tanque da moto. Deu certo: até tentou conquistar o título com uma vitória, mas quando percebeu que continuar brigando com Toprak pela primeira posição seria improdutivo tratou de o acompanhar de perto, e enquanto o piloto da Yamaha “varria” o final de semana na Indonésia com mais uma vitória o piloto da Ducati cruzou a bandeirada em 2º e foi o primeiro piloto Ducati a levar o título da categoria desde 2011, quando Carlos Checa levou o troféu de campeão para casa. Aliás, que ano espetacular da Ducati, venceu no Mundial de Motovelocidade e no Mundial de Superbike. Mais uma vez Rea ficou com o degrau mais baixo do pódio, fazendo o que foi possível com sua moto, que esse ano não ofereceu o mesmo desempenho de temporadas anteriores. Agora é aguardar a última etapa, em Phillip Island, que tende a ser uma grande festa para todos.

 

O Mundial de Endurance fez sua etapa de encerramento no sábado, naquela pista rodeada de deserto por todos os lados lá do Bahrein, e mesmo que algumas coisas fossem previsíveis isso não significa que a corrida de 8 horas tenha sido sem emoção. Na Geral e dentre os Hypercar o título ficou com a tripulação do Toyota #8, que com o segundo lugar garantiu a pontuação necessária para conquistar o título sobre seus colegas do Toyota #7, que venceram a corrida. O degrau mais baixo do pódio da Geral ficou com a tripulação do Alpine #36, da qual faz parte o brasileiro André Negrão e que cruzou a bandeirada com 2 voltas atrás dos Toyota mas com 4 voltas de vantagem sobre o novato carro #94 da Peugeot. Pela quantidade de problemas enfrentados pelo outro carro da Peugeot, aparentemente o modelo 9x8s ainda requer um bom trabalho de desenvolvimento... mas já conseguem terminar a corrida com um dos carros, então nada está perdido. Dentre os LMP2 a equipe WRT conseguiu sua segunda vitória consecutiva com o carro #31, mas o título foi para o carro #38 da equipe Jota, em cuja tripulação está o excelente português António Félix da Costa. Na LMGTE-Pro, momentos de tensão e alegria para a equipe AF Corse: o carro #51 apresentou problemas na caixa de câmbio a cerca de uma hora do final da prova, e tiveram que “trazer o carro no colo” até a bandeirada. Em compensação, o outro carro da equipe, o #52, terminou em primeiro na categoria, sua primeira vitória do ano. Sua tripulação foi acompanhada no pódio pelos pilotos do Corvette C8.R #64 em 2º e pelos pilotos do Porsche #92 em 3º. Na LMGTE-Am, em paralelo pela grande alegria da tripulação do Aston Martin #33 pelo título conquistado com um 4º lugar na categoria ficou a decepção da tripulação feminina do Ferrari #85 da equipe Iron Dames, que lideraram grande parte da prova mas perderam 2 posições nos minutos finais da corrida, desperdiçando aquele que seria o melhor resultado da equipe na temporada. Uma pena mesmo, já que a proposta e o trabalho da Iron Dames deveria ser mais reconhecido. Na frente do carro da Iron Dames chegaram os Porsches #46 na primeira posição e o #56 na 2ª, ambos da equipe Tea Project 1.

 

O Mundial de Rally foi até o Japão para encerrar sua temporada com uma das mais desafiadoras etapas do ano: as estreitas estradas asfaltadas já são um desafio por si só, e quando estão molhadas a coisa requer um talento e atenção extra tanto dos pilotos como dos navegadores. Que o digam Dani Sordo, que encerrou sua temporada “dando PT” no carro, destruído em chamas, ou o campeão antecipado Kalle Rovanperä, que não conseguiu chegar nos pontos por conta de furos nos pneus em decorrência de escorregadas além do previsto, saindo da estrada. Ao cabo do final de semana de competição, em plena casa da Toyota a vitória ficou com Thierry Neuville e seu Hyundai, colocando uma vantagem de pouco mais de 1m10s sobre seu companheiro de equipe Ott Tänak e mais de 2 minutos para o 3º colocado, o japonês Takamoto Katsuta (Toyota). Agora é aguardar o começo da próxima temporada do WRC...

 

A Fórmula Um veio até São Paulo para a penúltima etapa do ano, e como é de costume o autódromo de Interlagos não decepcionou no quesito surpresas: desde a qualificação para a Sprint Race onde a primeira posição ficou com o Haas de Kevin Magnussen até o “barraco” pós-corrida entre os pilotos da Red Bull. A esse respeito, antes de comentar qualquer outra coisa da corrida, lembro que por mais que um piloto tenha sede de bons resultados, é de praxe, quando se pensa na EQUIPE e não apenas em si mesmo, ajudar o companheiro de time quando o resultado do campeonato já está decidido para si mesmo. O maior piloto da era moderna da categoria, Michael Schumacher, era implacável com os colegas de equipe antes da situação estar definida, mas nunca se negou a ajudar o companheiro a conquistar mais pontos para alcançar o vice campeonato. Até mesmo Senna, que era um grande “fominha” em termos de vitórias, cedeu uma vitória para Berger em agradecimento aos serviços prestados durante o ano... e aí aparece Max Verstappen e num chilique de fazer Ru Paul sentir vergonha alheia do “surto” se recusa a ceder a 6ª posição para ajudar Pérez na disputa contra Leclerc pela vice liderança do campeonato. Ridículo é pouco para definir o que essa criança mimada fez em Interlagos. Isso posto, é o momento de celebrar a monumental corrida que fez Charles Leclerc, que de um último lugar por conta de ser arremessado no muro pelo temperamental aniversariante desse domingo, Lando Norris, conseguiu escalar o pelotão até terminar no 4º lugar, logo atrás de seu companheiro Carlos Sainz, que conseguiu um excelente 3º lugar após um início de corrida conturbado. Mas as atenções da prova, merecidamente, foram para George Russell, que conquistou a primeira vitória da Mercedes nessa temporada e o fez não dando chances para seu badalado companheiro de equipe Lewis Hamilton (após ele receber a cidadania honorária brasileira posso chamar de Luis Amilton?) tentar atacar e ter a oportunidade de ser ele o piloto a quebrar o jejum de vitórias da equipe esse ano. Russell pilotou como um veterano, e mesmo um vazamento no sistema de refrigeração (do qual ele não sabia, por não ter sido informado pela equipe) não foi capaz de tirar a merecida vitória do jovem inglês. Agora é aguardar para ver o que os próximos dias nos reservam em termos de “lavagem de roupa suja” na Red Bull... vamos ver se o Ciclope do Inferno, ops, Helmut Marko tem coragem de “peitar” o Verstappado e fazer a criança mimada (por ele, inclusive) se comportar como um profissional. A maioria das pessoas acabou comemorando o fato do Enzo Fittipaldi ter assinado contrato com o programa júnior da Red Bull... se ele conseguir sobreviver à máquina de moer carne chamada Helmut Marko já vai estar em um lucro sem tamanho.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.