73 temporadas depois do início da Fórmula 1, a partir do GP da Grã-Bretanha de 13 de maio de 1950, em Silverstone, atingiremos, no final de 2023, a média de dois Grandes Prêmios disputados por mês, já que estão programadas 24 corridas, marcando um recorde histórico.

Elaborei uma pesquisa completa sobre quantos Grandes Prêmios foram disputados por década, com a finalidade de determinar a evolução da quantidade de provas realizadas.

Na primeira década (1950-1959) foram 84 GPs, média de 8,4 por ano e 0,7 por mês;

Na segunda década (1960-1969) foram 100 GPs, média de 10 por ano e 0,83 por mês, próximo de 20% a mais de corridas realizadas;

Na terceira década (1970-1979) foram 144 GPs, média de 14,4 por ano e 1,2 por mês, 44% a mais de corridas realizadas;

Na quarta década (1980-1989) foram 156 GPs, média de 15,6 por ano e 1,3 por mês, próximo de 11% a mais de corridas realizadas;

Na quinta década (1990-1999) foram 162 GPs, média de 16,2 por ano e 1,35 por mês, próximo de 4% a mais de corridas realizadas;

Na sexta década (2000-2009) foram 174 GPs, média de 17,4 por ano e 1,45 por mês, próximo de 8% a mais de corridas realizadas;

Na sétima década (2010-1019) foram 198 GPs, média de 19,8 por ano e 1,65 por mês, próximo de 14% a mais de corridas realizadas;

Em 2020 foram 17 GPs (ocasionado pela pandemia), em 2021 foram 22 e em 2022 se repetem os 22 GPs. Nos três anos foram 61 corridas realizadas, ou seja, próximo de 20 por ano.

A Fórmula 1 passou por profundas modificações na década de 1970, marcada pelo início da era Ecclestone e pela popularização das transmissões televisivas via satélite, que multiplicou em milhares de vezes o alcance do público mundial. A mudança foi radical. E para muito melhor. De 100 GPs disputados nos anos 1960 saltou para 144 GPs disputados nos anos 1970. O produto Fórmula 1, e todo o dinheiro gerado,  passou a ser gerenciado pela FOCA (Formula 1 Constructors Association), ficando a FIA restrita ao gerenciamento esportivo e técnico.

A categoria principal do automobilismo mundial pode estar passando por nova mudança radical, a partir da compra dos direitos de comercialização da Fórmula 1 pela Liberty Media, empresa estadunidense. De 174 GPs disputados na década de 2000 para 198 GPs disputados na década de 2010, um aumento de cerca de 14%. Um novo aumento de número de GPs disputados está a caminho com a determinação de 24 GPs para 2023.

Pergunta: É interessante para a Fórmula 1 aumentar ainda mais o número de GPs? Não estaria sobrecarregando demais as equipes? O excesso de corridas não reduz a importância de cada GP individualmente, principalmente os mais tradicionais? E os riscos não aumentam?

Colocar em discussão esses pontos é essencial para o bom futuro da categoria. Estabelecer um teto de número de GPs por ano é fundamental. Existe uma popularidade conquistada, mas é bom lembrar que essa situação precisa ser mantida. Não faltam concorrentes capazes.

Luiz Carlos Lima

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.