Olá leitores!

Como vocês estão? Espero que bem. Esse final de semana tivemos pouca atividade nas pistas, eu confesso que estava desacostumado a ter um final de semana em que só precisasse me preocupar com corridas no domingo à tarde. Por um lado foi bom para ter uma pequena chance de reduzir o atraso do sono, por outro você fica sentindo um certo... vazio. Vazio esse que se intensificou com as más notícias no campo musical, com as mortes de Jerry Lee Lewis (definitivamente um dos 5 melhores shows que fui em minha vida) e D. H. Peligro, que foi baterista do Dead Kennedys, outra banda de cabeceira desse vosso escriba. Enfim, que eu faça a coluna com o material disponível.

A Fórmula Um foi até o Hermanos Rodriguez, mais uma pista em que Hermann Tilke enfiou suas patas e estragou o circuito (comparem os esses que antecedem a reta oposta nos anos 80 e 90 com os mesmos esses após passarem por Tilke...) e que possui uma característica peculiar que a diferencia das restantes do campeonato: o ar rarefeito. Como a Cidade do México se encontra a mais de 2000m acima do nível médio do mar, mesmo que a pista tenha uma reta como não se costuma ver na atualidade (somadas, as retas do Hermanos Rodriguez devem dar o equivalente às retas de 4 autódromos tapuias) a configuração aerodinâmica é a que seria adotada no Velocittà, por exemplo, por causa da menor pressão vertical proporcionada pelo ar menos denso. Se fosse só isso, sem grandes problemas... o problema á que o regulamento atual da categoria prevê um limite de uso de motores, com punições para quem usa um número maior que o previsto. Chega final da temporada e você não pode deixar o motor respirar com força total, pois vai ser um motor que já tem uma quilometragem razoável, que vai acabar tendo um estresse um pouco maior por conta do tempo que se fica com pé cravado no acelerador na reta principal, e... o que tivemos foi uma corrida em que a quantidade de ultrapassagens foi inferior ao que se poderia esperar. Tivemos ação sim, mas do meio para trás do pelotão, lá na frente a coisa foi bem monótona. Auxiliado pela falta de concorrência (Mercedes ainda não tem capacidade de brigar com ele, e a equipe Ferrari entrou na pista e desapareceu, os dois carros da equipe conseguiram aparecer menos do que os Alfa, Alpine e McLaren na transmissão) e pela enorme quantidade de corridas na temporada Max Verstappen venceu mais uma vez e quebrou o recorde de maior número de vitórias em uma única temporada, atingindo 14. Ainda não é o recorde em termos porcentuais, mas a temporada ainda não acabou e o número de vitórias deve ser ampliado ainda. Distantes 15 segundos atrás chegou o 2º colocado, Lewis Hamilton, com um carro que se comportou melhor que nas outras pistas da temporada, fruto talvez da nova e polêmica asa dianteira adotada pela equipe. A 3 segundos do Lewis chegou o herói local, Sérgio Pérez, repetindo seu melhor resultado em sua terra natal. Próxima etapa em Interlagos, perto do meu aniversário, não irei na pista (os valores dos ingressos da Fórmula Um estão muito acima das minhas possibilidades financeiras) mas espero ganhar um belo espetáculo de presente.

E a NASCAR conheceu os 4 pilotos que semana que vem decidirão o título em Phoenix no apertado e acanhado autódromo de Martinsville. Não é uma pista que eu costume gostar, mas devo dizer que essa etapa foi interessante, talvez pelo fato de ser efetivamente uma etapa decisiva. E pelo que vimos nos playoffs, a corrida final será IMPERDÍVEL, pois poucas vezes vi um pessoal com tanta “gana”, tanta “raça”, tanto “sangue nos olhos” ir para a decisão. Peguemos o vencedor, Christopher Bell, que mais uma vez chega na última etapa eliminatória precisando de uma vitória e a obtém. Apenas um piloto da Joe Gibbs Racing vai disputar o título, e não é nem Buschinho nem o entregador de rapadura, digo, o carteiro, mas aquele que é quase o “café com leite” da equipe. Único Toyota com chance de conquistar o título, e ainda liderou 150 das 500 voltas da corrida. Em 2º chegou o atual campeão, que já no round eliminatório anterior perdeu a chance de continuar defendendo seu título, mas fez uma baita de uma grande corrida nesse domingo. Em 3º veio Ryan Blaney, como o melhor dos Ford. E aí chegamos aos grandes protagonistas da prova: Hamlin, a.k.a. “carteiro”, tinha chances de ir para mais uma decisão se Chastain não chegasse à frente dele. E no meio da última volta o plano estava dando certo, vinha na 4ª posição, controlando o pessoal atrás dele. Aí Ross Chastain, que vinha alguns carros atrás após disputar posição com Hamlin uma parte razoável da corrida, e imbuído do espírito “o não eu já tenho”, resolveu fazer na vida real aquilo que eu fazia antes da minha filha nascer no NASCAR 06 na versão para PS2,ou seja... vir rápido (muito, mesmo) usando a mureta para se escorar e conseguir fazer a curva naquela velocidade. Como funcionou, a manobra foi genial, embora vá dar algum trabalho para os mecânicos repararem o carro... e imagino a expressão de incredulidade do Hamlin ao ver, praticamente sobre a linha de chegada, meio carro do Chastain à sua frente. Ross Chastain 4º, Denny Hamlin 5º, Chastain na disputa do título, Hamlin fora. Podem procurar na internet, vocês não encontrarão nada mais “NASCAR” que essa manobra do Chastain. E não infringiu nenhuma regra: simplesmente não existe regra prevendo uma punição para isso... pois talvez ninguém ainda tenha tido a brilhante ideia de fazer manobra de videogame na vida real. Nem a Dona FIA poderia reclamar, já que ele não excedeu limites de pista... enfim, genial. A disputa do título será entre Joey Logano (Penske), Christopher Bell (JGR), Ross Chastain (Trackhouse) e Chase Elliott (Hendrick)

Até a próxima!

Alexandre Bianchini

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.