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Testar é a alma do negócio / Pilotos da IndyCar e norte americano no COTA PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 27 October 2022 20:32

Oi amigos, tudo bem?

 

Uma máxima do automobilismo é que somente com muitos testes a gente obtém as melhores informações para tornar um carro competitivo. De uns tempos para cá, com a escalada dos preços e dificuldade de patrocínio, as próprias categorias criaram limitações para que se estabeleça um equilíbrio entre as equipes. Mesmo assim, com a experiência de quem treinava praticamente todo dia no kart, digo que treinar é fundamental. 

 

Por que estou falando disso? Porque hoje eu gostaria de detalhar um pouco mais como está sendo a preparação do ano que vem no IMSA WeatherTech SportsCar Championship. Com a introdução da tecnologia híbrida e a criação da nova categoria, a GTP, será tudo novo em folha já a partir da primeira corrida, a Rolex 24 at Daytona, em janeiro. Carros e motores debutarão na prova mais importante do calendário, o que significa aproveitar cada minuto da preparação.

 

Obviamente que a parte mais importante nessa pré-temporada – e em qualquer outra pré-temporada, para falar a verdade - é colocar o carro na pista e acelerar. Isso vale não apenas para nós, da Meyer Shank Racing, como também para todas as outras equipes inscritas no novo campeonato. Entretanto, por ser tudo novo, há muito trabalho interno a ser feito no Acura ARX-06. 

 

A equipe já iniciou o período de teste e, de volta à fábrica em Ohio, é avaliado um volume gigantesco de informações e várias tarefas são executadas a partir disso. Dentre elas estão a comparação de dados, simulações no computador, conhecimento de cada detalhe do carro e, claro, aprimoramento dos ajustes a partir dos testes em pista.

 

Esse tipo de trabalho é muito meticuloso, leva muito tempo, exigem muita troca de informações entre engenheiros e pilotos. Efetivamente, é um trabalho de paciência. Mas até a primeira corrida, faremos muitos testes e a tendência, tendo em vista o estágio que atingimos com a geração 5 da Acura, é chegar muito próximo do que poderá ser classificado como ideal.

 

A abertura do campeonato será nos dias 28 e 29 de janeiro, mas teremos o treino coletivo de três dias uma semana antes da programação oficial, o que representará uma oportunidade muito boa para conseguir aquele acerto fino. 

 

De todo modo, a gente não pode perder de vista que o automobilismo é algo muito dinâmico. Variáveis como temperatura, vento e umidade fazem com que as características mudem muito, de uma hora para outra. Assim, falar em acerto fino é quase uma força de expressão porque, realmente, o que a gente precisa é fazer um carro rápido em qualquer situação. 

 

Como tenho falado bastante dos protótipos nas últimas semanas, tem gente achando que eu tirei o pé na IndyCar. Negativo! Estamos trabalhando forte também nessa categoria e algumas novidades poderei confirmar nas próximas semanas. 

 

É isso, amigos. Desejo a todos um excelente dia de votação aí no Brasil, no próximo domingo, e que vença a melhor proposta para nosso país e nosso povo. Abração e até semana que vem.

 

Helio Castroneves

 

Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br

 

 

Olá amigos leitores,

 

Nesta semana minha coluna vai ser um pouco diferente. No último final de semana tivemos a Fórmula 1 de volta aos Estados Unidos no Circuit Of The Americas (COTA). Eu tinha apostado que teríamos dois pilotos da IndyCar Series no primeiro treino da sexta-feira. Errei!

 

O único piloto da categoria norte americana foi o espanhol Alex Palou, que foi para a pista com outros quatro pilotos que ocuparam os carros de pilotos que correriam no final de semana: Robert Shwartzman na Ferrari, Theo Pourchaire na Alfa Romeo, Antônio Giovinazzi na Haas e Logan Sargeant na William, que vai ser o protagonista do retorno de um corredor norte americano à Fórmula 1 como titular.

 

Alex Palou impressionou o chefe da equipe McLaren, Andreas Seidl, com sua abordagem para sua estreia no FP1 no Grande Prêmio dos Estados Unidos, apesar de não ter conseguido um grande tempo de volta. O campeão da IndyCar de 2021 realizou uma das duas saídas obrigatórias da McLaren durante as sessões de FP1 nesta temporada em Austin, com Pato O'Ward pronto para fazer a outra em Abu Dhabi (isso se não mudarem os planos e o mexicano acelerar diante de sua torcida). Ambos os pilotos estão testando um carro de 2021 nos últimos meses e Seidl diz que estava confiante de que Palou tinha a mentalidade certa para a sessão, embora nunca tenha recebido um conjunto de pneus macios para ver como seu ritmo bruto se comparava na classificação final.

 

Seidl declarou ter ficado muito satisfeito em ver como ele estava abordando o desafio também, porque era importante que ele simplesmente se concentrasse na tarefa que teria que cumprir, contribuindo para o fim de semana de corrida e não para os melhores tempos de volta. O dirigente também disse que não foi uma surpresa o desempenho de Alex Palou baseado nos testes realizados com carros antigos. A McLaren teve um fim de semana forte com Lando Norris, terminando em sexto à frente dos pilotos da Alpine e ajudando a diminuir a diferença no campeonato de construtores para apenas seis pontos.

 

Doze meses atrás, Logan Sargeant estava se preparando para seu primeiro teste na IndyCar Series depois que seu sonho europeu parecia estar chegando ao fim. Ele havia acabado de completar uma temporada impressionante com uma equipe de Fórmula 3 pouco competitiva, mas parecia estar sem opções para financiar uma mudança na Fórmula 2. Então a Academia de Jovens Pilotos Williams, equipe de Jost Capito, o “adotou” e tudo mudou. Ele entrou na Fórmula 2 pela equipe Carlin, 3ª colocada na temporada de 2021 e 2ª colocada este ano. Marcou – até agora – mais pontos que seu companheiro de equipe, uma estrela da Academia da Red Bull, Liam Lawson.

 

No Circuito das Américas um ano depois, ele acaba de ser anunciado como piloto da Williams para 2023, subindo para a Fórmula 1 no próximo ano, desde que garanta sua Superlicença na rodada final em Abu Dhabi. Somada as pontuações de 2020 e 2021 Sargeant tem 27 pontos. Faltam 13. Atualmente na terceira posição no campeonato, ele precisa terminar entre os 5 primeiros para garantir pontos mais que necessários para transformar o sonho da Fórmula 1 em realidade. (ou os seis primeiros se tiver mais duas sessões de TL1 limpas este ano). Apesar de agora ser de conhecimento público que uma vaga na F1 está em jogo no próximo mês.

 

Há algumas outras coisas que Logan Sargeant terá que aprender rapidamente, à medida que o interesse aumenta após seu anúncio. Como o primeiro americano a ter um assento em tempo integral na Fórmula 1 desde Scott Speed em 2007 – Apesar de Alexander Rossi ter sido contratado no final da temporada de 2015 pela Manor – e em um momento em que o esporte está crescendo nos Estados Unidos, tem havido muito de atenção, não apenas pelo efeito da corrida no COTA.

 

Com as atenções voltadas para o México, onde deverá ter outra participação no FP1 para ajudar seu desenvolvimento, Sargeant deve focar em ser ainda mais produtivo. Isso porque ele sabe sobre seus planos de tempo de pista e vaga na corrida de 2023 há quase seis semanas, e buscou uma progressão consistente sem sentir a necessidade de tentar impressionar a equipe com sua primeira entrada na pista.

 

Para os promotores da categoria, a presença de um piloto norte americano com três das 24 corridas da temporada de 2023 acontecendo nos Estados Unidos, a presença de um piloto nativo pode ajudar na popularização da Fórmula 1 entre os norte americanos. O público no COTA foi extraordinário, mas a torcida gritava “Checo”, o apelido de Sergio Perez. Isso pode mudar?

 

Vamos acelerar!

 

Sam Briggs

Fotos: site IndyCar Media

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.