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Grandes corridas em duas e quatro rodas no final de semana PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 24 October 2022 08:23

Olá leitores!

 

Como estão? Espero que estejam bem. Fiquei extremamente grato por tantas opções que tivemos esse final de semana para acompanhar no esporte a motor, uma autêntica higiene cerebral para os tempos sombrios que vivemos. Gosta de velocidade sobre 2 rodas? Teve. Gosta de velocidade sobre 4 rodas? Teve.

 

Vamos começar com competição na parte inteligente da América do Sul: o Mundial de Superbike foi até a Argentina para mais uma etapa, na moderna pista de San Juan Villicum, aquela mesma que foi citada algumas semanas atrás na etapa decisiva do TCR South America. A disputa pelo título já não estava muito complicada para Alvaro Bautista (Ducati), que esse ano tem uma moto bastante rápida e confiável, mas convenhamos que de vez em quando não é ruim contar com a ajuda da sorte... pois é: o atual campeão Toprak Razgatlioglu (Yamaha), em sua disputa pela liderança da corrida com o Bautista, tentou frear para lá de Deus me livre (coisa que ele faz muito bem, por sinal) mas a frente da moto escapou e ele foi parar lá na caixa de brita. Conseguiu retornar para a corrida, mas lá no fundão... terminou a prova apenas no 15º lugar. Para Bautista a coisa foi mais fácil, já que no incidente ele apenas caiu para o 4º lugar e em poucas voltas estava novamente na liderança. A vitória marcou o 25º pódio do espanhol apenas na temporada de 2022, o que mostra a consistência e a força da moto esse ano. Enquanto Bautista escapava na frente, o grande campeão das últimas temporadas Jonathan Rea (Kawasaki) e Axel Bassani (com sua Ducati independente da equipe Motocorsa) duelavam com afinco. Ao final, prevaleceu a maior experiência de Rea e ele terminou na 2ª posição, com Bassani em 3º.  A corrida do domingo acabou, na prática, sendo parecida para os dois lideres na tabela do campeonato: Bautista e Toprak largaram mal, perderam algumas posições, se recuperaram e fizeram corridas relativamente “solitárias” na pista após se livrarem dos rivais. Toprak tentou bravamente acompanhar Bautista, mas a Ducati acabava abrindo nas retas e não permitia a aproximação. Fosse uma pista tabajara a vida do Bautista seria mais complicada, afinal o que menos temos em autódromos tapuias é reta, mas... enfim, deixa pra lá. Bautista venceu, com Toprak a pouco mais de 3 segundos dele, e a quase 10 segundos deles chegou Rea, lutando contra uma Kawasaki que, definitivamente, está longe de ser a moto dominante que foi até 3 temporadas atrás. Com esses resultados, Bautista tem 507 pontos e Toprak 425, 82 pontos de diferença faltando 2 rodadas duplas para a temporada acabar... a chance do título ir para a Ducati após tantos anos é real.

 

Enquanto isso, e continuando sobre 2 rodas, o Mundial de Motovelocidade foi até a Malásia para mais uma rodada eletrizante no belo e perigoso circuito de Sepang. No sábado completou 11 anos do falecimento de Marco Simoncelli na mesma pista, e digamos assim que a sorte esteve ao lado de vários pilotos, pois algumas das quedas, com o piloto ficando no meio da pista, tinham potencial muito, muito grande de produzir resultados indesejados. Felizmente não aconteceu, mas o italiano Stefano Nepa escapou de ser atropelado após ser ejetado da moto na saída da curva 9 por muito, muito, muito pouco. Na Moto3, categoria que habitualmente já produz corridas emocionantes, tivemos uma prova que, se não foi a melhor do ano, ficou no Top-5. Que espetáculo! O vencedor foi no mínimo improvável, e se alguém quis tentar alguma coisa diferente nas casas de aposta se deu bem: em sua penúltima corrida na categoria (afinal, atingiu a idade limite para correr nela) o britânico John McPhee saiu de 22º lugar para a vitória. Fez a dobradinha da equipe Sterilgarda Husqvarna com seu talentoso companheiro Ayumu Sasaki, que liderou um bocado de voltas e terminou quase emparelhado com o vencedor. Grudado neles, pra subi no degrau mais baixo do pódio, chegou Sergio Garcia. O brasileiro Diogo Moreira novamente arrancou desempenho sabe-se lá de onde da sua moto, em uma pista que ele não conhecia previamente, e cruzou a bandeirada em 5º, sua melhor posição de chegada em seu ano de estreia e a apenas 319 milésimos de segundo do vencedor, tendo inclusive liderado a prova por breves momentos na primeira metade da corrida (ou seja, antes do seu equipamento começar a perder rendimento). O campeão antecipado Izan Guevara bem que tentou vencer a corrida, mas após quase perder o controle na reta dos boxes ao tocar na roda traseira de Sasaki e ir passear na grama perto da mureta de proteção, acabou caindo para trás e estava no 12º lugar no momento da bandeirada. Na Moto2 Ai Ogura fez das suas: era só cruzar a bandeirada em 2º lugar que as chances de obter o título na corrida final em Valência eram grandes... mas ele quis porquê quis disputar a liderança com Tony Arbolino na última volta. Resultado: a frente da moto escapou, ele foi ao chão e não pontuou, permitindo a Augusto Fernandez recuperar a liderança perdida no seu tombo da Austrália mesmo chegando apenas em 4º. Arbolino e Sasaki estavam fazendo uma corrida a parte dos outros pilotos, tanto que o segundo colocado Alonso Lopez terminou a quase 11 segundos e meio de desvantagem, seguido de perto por Jake Dixon, que ocupou o degrau mais baixo do pódio. Agora vamos ver as emoções que a prova de Valencia reserva para essa decisão do campeonato... na MotoGP, para Bagnaia ser campeão na Malásia, ele tinha de vencer e Quartararo chegar de 4º lugar para trás. O italiano fez a parte dele, alcançando sua sétima vitória da temporada, mas o francês terminou em 3º, adiando o titulo da Ducati para a última corrida do ano. Sim, Bagnaia praticamente só perde para ele mesmo, mas... já vimos em temporadas passadas títulos “praticamente ganhos” serem perdidos de maneira bizarra na última corrida. A grande vantagem da prova de Sepang é que os dois disputantes se classificaram não exatamente bem, então tiveram que vir escalando o pelotão. Mais fácil para Bagnaia, que largou extremamente bem e logo pulou de 9º para 2º, ao passo que Quartararo foi de 12º para 5º. A liderança foi herdada após Jorge Martin fazer das suas e ir destruir a moto na caixa de brita, aí foi aquela luta do Bagnaia para tentar se manter afastado de Enea Bastianini (2º), que em suas últimas corridas pela equipe Gresini antes de ir fazer companhia pro Bagnaia na Ducati oficial está firmemente determinado a provocar um acidente que tire ele e o futuro companheiro de equipe da corrida. Sinceramente, a maior chance de Fabio Quartararo manter o título em suas mãos é via Bastianini Ou alguém da Ducati coloca um pouco de noção na cabeça do Enea pra Valência ou deixa o moleque correr solto lá na frente enquanto o Bagnaia administra a pontuação fora da zona de pódio... do jeito que está, chances de Quartararo ser campeão novamente.

 

A Fórmula Um foi até o Texas para uma das corridas mais chatas da temporada – e isso diz bastante a respeito do quão chata ela foi. Não fosse o pessoal aprontar das suas e gerar entradas do safety-car, teria sido um ótimo soporífero. O clima já não estava dos mais festivos (apesar dos diversos capacetes comemorativos adotados por grande parte dos pilotos e das cheerleaders animando a torcida quando não tinha carro na pista) por conta do falecimento do co-fundador e proprietário da Red Bull, Dietrich Mateschitz, e a corrida ainda teve poucos momentos que merecessem atenção. Vitória de Max Verstappen, que com essa pontuação mais o 4º lugar de Sérgio Pérez asseguraram o título de Construtores para a equipe dos energéticos. Max foi acompanhado no pódio por Lewis Hamilton em 2º, Lewis que chegou a lidera a corrida para deleite – quase delírio – da parcialíssima narração tapuia (como eu gostaria de poder assinar o portal da Fórmula Um pra poder pegar outras narrações e me livrar da narração tapuia...) mas não teve carro para segurar o holandês. Fechando o pódio chegou Charles Leclerc, que sobreviveu ao salseiro do meio do pelotão das primeiras voltas e conseguiu uma razoável posição para não perder as chances de lutar pelo vice campeonato nessa temporada. Não é uma tarefa das mais fáceis, mas ele tenta. Excelente corrida de Sebastian Vettel, 7º com o horroroso carro da Aston Martin para essa temporada, e também de Kevin Magnussen, novamente retirando desempenho do carro da Haas de onde ele não tem desempenho.

 

E por falar em corrida chata, a NASCAR foi até Homestead, uma pista que quando decidia campeonato era aturável, mas sem decisão de título fica terrível. Acredito que dentre as poucas pessoas que efetivamente gostaram da corrida está Kyle Larson, que liderou 199 das 267 voltas da corrida e obteve aquela vitória dominante que faltou a ele no segmento eliminatória anterior para que conseguisse continuar defendendo seu título... enfim, faz parte. Domínio Chevrolet nas primeiras posições, com os 4 primeiros colocados usando carros dessa marca: além do vencedor Larson, 2º colocado Ross Chastain, 3º colocado A.J. Allmendinger e 4º Austin Dillon, com o Ford de Brad Keselowski encerrando o Top-5. Ao menos a corrida não teve a presença de Bubba Wallace aprontando, já que após um payback imediato e impensado na corrida de Las Vegas até a permissiva NASCAR achou que ele merecia uma corrida de suspensão pra pensar no tamanho da bobagem que fez naquela corrida e, quem sabe, refletir para não fazer o mesmo futuramente.

 

Até a próxima!

 

Alexandre Bianchini 

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.