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Os desafios da qualidade e da segurança e da governança no trabalho PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Wednesday, 19 October 2022 21:27

Caros Amigos, Os programas de gestão de qualidade, governança, saúde e meio ambiente das empresas são como organismos vivos. Eles não são estáticos, estando sempre em um movimento evolutivo.

 

A história mostra que, muitas vezes, medidas de evolução nos critérios de implementação de procedimentos são frutos de acidentes ou mesmo tragédias onde dezenas, centenas ou milhares de mortes aconteceram para que novos processos de gestão de qualidade, segurança e governança fossem implementados. Um bom exemplo disso é o naufrágio do Titanic, em 1914 e o quanto a segurança dos navios (eu cheguei a fazer alguns cruzeiros em família até 2010) aumentou desde então, e este é só um exemplo de como processos assim começam no chamado “chão de fábrica”.

 

Na última etapa da Stock Car tivemos um grave acidente nos boxes do autódromo de Santa Cruz do Sul durante a segunda corrida do dia da Stock Car Pro Series. Dois carros bateram quando um deles (o carro de Denis Navarro) foi liberado para sair da posição de parada pelo mecânico quando o segundo carro (de Pedro Cardoso), que brigava pela liderança da corrida já vinha na faixa de rolagem dos boxes na velocidade controlada de acordo com o regulamento de prova vinha chegando na mesma linha da frente dos carros. Navarro atendeu a indicação e arrancou, buscando a faixa de rolagem e os dois carros bateram ao tentar ocupar aquele espaço. Acabaram escapando para a esquerda e acertaram um terceiro carro (Bruno Baptista) que estava parado em troca de pneus. Três mecânicos foram atingidos e poderíamos ter tido uma tragédia.

 

A Confederação Brasileira de Automobilismo apressou-se em emitir uma nota sobre o ocorrido, a qual entendo foi uma ação “garantista” a favor de comissários esportivos e do diretor de prova que demoraram (apesar das negativas) em tomar providências para a interrupção da prova, que tinha outros carros parados nos boxes e a corrida estava no meio da chamada “janela de pit stops”. Independente dos meus julgamentos – e certamente houveram vários outros – a CBA, a VICAR e a Associação Nacional das Equipes da Stock Car (ANESC) reconheceram a gravidade do fato ocorrido e procuraram buscar alternativas, regras, mudanças de ação para tornar as paradas mais seguras.

 

Apesar das ações poderem ser consideradas todas equilibradas, sensatas e prudentes, como a redução (ainda maior) da velocidade dos carros nos boxes, sem que esta comprometa o equipamento (testes serão feitos durante os treinos), da cópia da regra da NASCAR, em que o carro que vai fazer uma parada só pode passar por uma área de parada anterior e tem que estar na faixa de rolagem antes do final da área de parada posterior a do seu carro,além de trazer a posição de parada para mais próximo da porta dos boxes, entendo como inócua outras medidas que foram divulgadas no comunicado da assessoria de imprensa da VICAR.

 

O aumento do número de voltas da chamada “janela de pit stops” não traz nenhuma garantia de que não haverá um maior agrupamento de carros em uma determinada volta se aquela for a melhor estratégia a ser seguida. Entretanto, o ponto mais contestável e com alto grau de risco de problemas é a operação do mecânico responsável por liberar o carro sair da posição de troca de pneu(s) e/ou abastecimento para retornar à corrida. Este é um ponto que permeia não apenas a Stock Car, mas qualquer categoria com paradas regulares de boxes no intercurso de prova. Vemos que, mesmo na Fórmula 1, eventualmente temos problemas de “liberação insegura” de carros parados nos boxes que avançam para a faixa de rolagem com outro carro se aproximando.

 

Contudo, o maior problema tange estes procedimentos: a exceção de Interlagos e do não mais existente Autódromo de Pinhais, na grande Curitiba, a distância entre a área de trabalho junto ao pit wall e a porta dos boxes, que deve contemplar a faixa de rolagem, a faixa de paradas e a faixa de segurança entre elas. Nossos autódromos tem – raras exceções – 30 anos ou mais (alguns bem mais) de construídos e em praticamente todos eles a distância é pequena e o custo de uma ampliação das mesmas é praticamente inviável.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva